sábado, 2 de abril de 2016

A 14 de novembro ACO escreveu …

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Delicio-me, sempre que vou à esplanada do Loggia, no Museu Machado de Castro, com a vista sobre os telhados da Alta que, em direção à Sé Velha e ao rio, dali se alcançam. Mas, lembrando um determinado programa que tinha como propósito instalar, ali, exclusivamente, o acesso por cabo, continuo, amargurado, apesar do esplendoroso sol deste verão de S. Martinho, a olhar as inadmissíveis antenas de televisão que, teimosamente, poluem a paisagem património mundial...

O índice de satisfação pedagógica, de acordo com os seus alunos, coloca a Faculdade de Medicina de Coimbra, de entre as oito escolas (do continente) avaliadas, no último lugar. Evidentemente, Duarte Nuno Vieira, que não se trata de qualidade pedagógica. Mas o resultado não deixa, contudo, com alunos a mais ou tutores (especialistas) a menos – ou nem uma coisa nem a outra –, de ser preocupante.

Já chegaram ao nosso país os primeiros refugiados, uma dezena para Penela. Dando-lhes as boas vindas, importa estarmos preparados, uns e outros, para, mutuamente, no respeito pelas diferenças, sabermos enfrentar medos naturais dos que cá estão, os receios dos que chegam. Por Deus ou por Alá, ateus ou agnósticos, vamos, com certeza, todos, reafirmar os nossos desígnios, sublimar os valores do humanismo.

Coimbra (130.3) mantém uma posição cimeira em termos de poder de compra, ocupando a quinta posição, logo depois de Lisboa (207.9), Oeiras, Porto e Faro. Com uma assim imensa diferença em relação à capital, onde tudo acontece, com ainda maior divergência em relação aos mais pobres, situados, na sua esmagadora maioria, está bem de ver, no interior das regiões Centro e Norte.

Na sua passagem pela cidade, Carlos Moedas, comissário Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, referindo-se a uma "economia baseada na inovação e conhecimento" que alie o investimento público com o privado (que é precisamente, disse, o que aqui se faz), considerou "Coimbra um grande exemplo de excelência" que, especificaria, deve ser replicado. De preferência, olhando o nosso paupérrimo panorama empresarial, em Coimbra, acrescento...

Preambular, ou sinal, qualquer que ele seja, de adiamento ainda desse projeto maior que é a criação do bilhete único turístico-cultural – Carina Gomes explicitará sobre o andamento, dizem-me quase concluído, do processo – a Universidade e o Portugal dos Pequenitos assinaram um acordo, temporário, para a criação de uma entrada conjunta nas duas instituições. Com redução de custos, visando um melhor aproveitamento de sinergias. Enquanto se procura contribuir, fundamental, para que os turistas pernoitem em Coimbra. Que não pode, de todo, continuar a ser uma cidade de passagem.

Com a conclusão do último bloco de rega do vale principal do rio, está terminada, finalmente, uma fase importante do aproveitamento hidroagrícola do Baixo Mondego. Ficam agora a faltar, com promessa da ministra da Agricultura de avançar com os respetivos projetos, os rios Pranto e Arunca. Queira Deus. Para darmos por encerrada uma saga, imagine-se (é obra, diria o nosso povo), de quatro...dezenas de anos!

É nos pormenores da tessitura urbana, nas pequenas (grandes) obras, que Manuel Machado é quase inexcedível. Como aconteceu com o remate da rua Infantaria 23 com a alameda Júlio Henriques, em frente da Casa Museu Bissaya Barreto, também com o passeio nascente da Elísio de Moura. E já agora – mas não para ser feito antes de concluído o da Jorge Anjinho, junto à nova escola – , não será altura para se concretizar o pequeno jardim previsto para o terreno em frente do comando da Polícia?

O CHUC, muito bem, reativou o programa de transplantes com dador vivo e sequencial de fígado; Temsa é, imagine- se, a marca dos (apesar de tudo) novos autocarros que os SMTUC agora adquiriram; a Estudantina, melhor seria quase impossível, venceu cinco dos oito prémios de um festival internacional de tunas, no Porto; a queijaria Licínia, ali em Cotas-Soure, faz – e eu mortinho por o provar – o melhor queijo fresco de cabra; e se a câmara não deita a mão ao descalabro, tal a sanha destruidora, um dia destes a Solum antiga não tem uma única árvore em pé.

António Cabral de Oliveira

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.