sexta-feira, 4 de julho de 2014

A 28 de junho ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Ao deambular, um dia destes, pela Alta, entrei, para breve recolhimento, na Sé Velha. Mal pus o pé no vetusto templo, logo alguém, apontando aviso já conhecido, e cortando-me a passagem, chamava a atenção para a necessidade de pagar...para visitar o claustro. Explicado o propósito da minha presença – o acesso à igreja, como foi então apenas sussurrado, não tem, naturalmente, qualquer custo – lá me deixou, de má cara, atravessar o resguardado espaço. Concordo, em absoluto, com o princípio do pagamento. Mas não, definitivamente, desta maneira!

Numa entrevista com "quase trivialidades" – é sua a afirmação –, o Magnífico Reitor considerou, judiciosamente, que, do ponto de vista turístico, Centro de Portugal é um nome sem personalidade, que não é bom. Pena não ter defendido (e já seríamos pelo menos dois) a designação, de antanho, Beira. Por outro lado, mágoa também, não referiu, uma única vez que fosse, o grande museu da universidade, capaz, só por si, de reter turistas em Coimbra por mais de um dia. E já agora, senhor reitor, sem querermos ser grandes de Espanha, olhe que nem todos nos sentimos muito pequeninos, minúsculos, sequer "mais pequenos que uma cabeça de alfinete"...

Leio e quase não acredito – não acreditaria mesmo se, no terreno, desconhecesse – que o interior do país perdeu 200 mil pessoas, e, note-se bem, sete mil serviços públicos. E fico a perguntar-me como foram ainda tão poucos, afinal, os que já se foram embora...

Quando, em cerimónia pública, ao contrário de gente da casa, um membro do governo é impedido de falar e o presidente da câmara repetidamente interrompido, algo vai mal numa instituição com as responsabilidades da universidade de Coimbra. Sobretudo quando bastam meia dúzia – protejamos, pois, ad infinitum, as minorias mínimas – de estudantes "repúblicos" que mais não querem do que, mantendo privilégios, guardar o seu dinheiro para outras "exigências" que não a habitação!

Sem ser substitutivo do elevador ou funicular um dia imaginado no âmbito do Polis Coimbra, gosto do projeto, agora aprovado pelo executivo municipal, de ligar a Alegria com a Universidade, através da – assim, finalmente, aberta à cidade – mata do jardim botânico. Dentro em breve será de "pantufinhas". Um dia destes, desejamos, ainda confiantes, através de meio mecânico.

Na inauguração do memorial em boa hora erigido na rotunda que tem o seu nome, junto ao hospital Pediátrico, recordo, com saudade, Mário Mendes. As minhas reiteradas homenagens a um Homem excelente.

O mercadinho do Botânico, saborosíssima iniciativa em favor da agricultura biológica, sobretudo de todos nós, comemorou 10 anos. Gostando muito do local onde se realiza, continuo a lamentar, contradição insanável, que o mesmo não decorra, valorizando-o, no municipal D. Pedro V.

Vinhos há, como os agora apresentados em jantar no Loggia por Carlos Lucas, na degustação de novos tintos da Idealdrinks, que são a confirmação da excelência do Dão e da Bairrada, duas regiões que, necessariamente, vão voltar a estar na moda. Então aquele Pinot Noir Dom Bella, dos granitos beirões, e o Quinta da Curia, ambos (só) de 2010, são realmente...estupendos.

Muito relevante a parceria estabelecida entre as universidades de Coimbra e de Cabo Verde no quadro da criação dos estudos de medicina naquele país lusófono; não fora o risco da rotina e destacaria, hoje – parece que o mundo anda a zombar com a nossa ministra da Justiça – mais uma distinção para Duarte Nuno Vieira, agora eleito presidente do Conselho Consultivo do Tribunal Penal Internacional; sinal também da nossa situação social, três reclusos, preocupante, suicidaram-se, em três dias consecutivos, em prisões da cidade; aplauso para a ação de limpeza que estudantes, ajudados pela vice-reitora Clara Almeida Santos, empreenderam, esperemos que não apenas festiva e simbolicamente, em favor dos jardins da AAC; a Adega Cooperativa de Cantanhede, ao invés de o fazer localmente, lançou as suas novas colheitas (receio que para o ano seja já em Madrid) num restaurante de Lisboa; a Feira Popular, organizada pela Junta de Freguesia de Santa Clara, agora também de Castelo Viegas, decorre, desde ontem – lá iremos, Simão –, no Choupalinho; e foi apresentada, com uma programação de qualidade a que já nos habituou, a 6ª. edição do Festival das Artes, este ano subordinado ao tema "Património", e que se realiza, agendemos, de 18 a 29 de julho.


 António Cabral de Oliveira

A 21 de junho ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Se "o governo não está a encarar de forma sustentada, séria e válida o Metro Mondego", só nos resta reclamar, no mínimo, uma mudança da atitude; se há "bloqueios preocupantes", importa, sem detença, que deles nos desembaracemos; se estamos face a uma postura evidenciadora de que "o governo não quer prosseguir a obra", então só temos de exigir o cumprimento do projeto prometido, a reposição, obviamente melhorada, do equipamento que nos foi retirado, também a sua ligação urbana aos hospitais. Com recurso a todos os métodos que politicamente nos sejam possíveis, sempre na certeza, Manuel Machado, de que "não podem ser equacionadas soluções alternativas para ultrapassar" qualquer impasse. E porque não admitiremos, sequer, tamanho ultraje, conte, enquanto presidente do município, connosco. A cidade quer contar consigo.

O primeiro aniversário da classificação de Coimbra – sim, de parte – como Património da Humanidade vai ser, hoje e amanhã, com uma programação balofa, parcimoniosamente celebrado. E, olhando para trás, não podia, em boa verdade, ser de outra maneira. Afinal, comemorar (quando até os próprios turistas ficam surpresos quando acabam por saber, já durante a sua visita, que detemos aquela distinção!) o quê? O que fizemos nós, concretamente, ao longo de todo este ano? Dizer nada, zero, será talvez um exagero. Mas por carência...

A Universidade terá registado um aumento de 20% no movimento turístico, o mesmo acontecendo com a maioria dos museus da cidade. Contudo, hoteleiros e restauradores queixam-se de não sentirem o impacto da classificação de Coimbra como património mundial. Devem estar à espera, agora capitaneados pela AHRESP, de que os clientes lhes sejam servidos numa bandeja. E de prata, de preferência!

Leio que o Município de Coimbra perdeu mais de duas mil pessoas, em 2013, face ao ano anterior. Pior, em termos absolutos, só mesmo Lisboa e Porto. Entretanto, os responsáveis políticos da cidade parecem entretidos com outros "números"...

Depois de tantas já encerradas, o anúncio de nova vaga (só no distrito de Coimbra serão mais, ou melhor, menos 38) de fecho de escolas – obviamente, a grande maioria, em terras mais afastadas das "metrópoles" – levará a questionar, um dias destes, se ainda necessitamos de um ministro da Educação, se um qualquer diretor geral não é o bastante.

Uns partem na convicção de que Coimbra e a Académica são "a minha cidade e o meu clube", outros com a certeza de que "levo a Briosa no coração". Mas, se houver mercado (é a gíria, senhores!), "todos, todos se vão". Tempos houve, outros, em que os valores eram diferentes, e mesmo os melhores, inteligentemente, ficavam...

Nesta nossa terra de orizicultura, de tradição já tão antiga (aqui introduzida, dizem, por D. Diniz), é quase natural que os três melhores pratos de arroz de Portugal – com cogumelos e coelho, de miúdos de cabrito e cabidela de coelho, respetivamente da Mó, do Telheiro e do Cristina –, sejam (de entre mais de 1500 restaurantes concorrentes) do distrito de Coimbra. "Arroz do Mondego, arrozes à nossa mesa" enquanto desígnio gastronómico regional...

Morreu Aurélio Reis, os meus respeitos, decano dos violas de Coimbra e um dos mais relevantes nomes da canção coimbrã; a brutalidade de mais um acidente no IC 2, cerca de Cernache (agora com três mortes e um ferido grave), volta a evidenciar a indispensável e urgente melhoria daquele itinerário, com duplicação de vias e não apenas com a reclamada colocação de um separador; João Vasco Ribeiro preside ao Conselho Geral da Escola Superior de Enfermagem, que continua a querer (quem não quereria?) integrar-se na universidade; arrancaram as obras – já era melhor, agora fica maior – da Unidade de Saúde Familiar Briosa; a Adega Cooperativa de Cantanhede, excelente e modelar nos seus tantos sucessos, celebrou o 60º aniversário; e a Ceirarte, com as suas tradições, artesanato e gastronomia, está de regresso, também hoje e amanhã, à freguesia, ali tão perto, do lado de lá do Mondego.



António Cabral de Oliveira

A 14 de junho ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

O Instituto Nacional de Aviação Civil, dando, com certeza, bom cumprimento a orientações superiores, propôs a criação de uma linha aérea para, indispensável, ligar Bragança, Vila Real, Viseu, Lisboa e Portimão. Coimbra (que sentido faria, afinal, parece deduzir-se, abarcá-la em tal rota de inserção regional?), na sequência das reiteradas políticas de proscrição a que vem sendo votada, fica, em Cernache, recordando os voos da LAR, a ver passar os aviões...

O Congresso dos Bombeiros Portugueses, anunciou-o Jaime Soares, presidente da Liga, decorrerá em Coimbra, no próximo outubro. Uma boa nova já que gostamos, muito, para além de outras vantagens, de receber na urbe tantos cidadãos de tão grande valor humano. Podendo ainda acontecer, permita-se a utopia, que quem de direito se volte a interessar pela instalação, aqui – complementando, sobretudo para os mais novos, o Portugal dos Pequenitos, o Exploratório, possivelmente também o fluviário –, do Museu Nacional do Bombeiro.

Enquanto participava a abertura (com ou sem Metro?!) da avenida central, para o que instruiu os serviços municipais no sentido de ser feito o projeto de execução – mas será possível que depois de tantos anos ainda não haja mais do que um simples desenho? –, Manuel Machado, de adiamento em adiamento, lá teve de recuar, com a câmara toda, e resignar-se a fazer aprovar um ajuste direto apenas para trabalhos de correção urgente de anomalias no Centro de Congressos…

De vez em quando surgem novas na cidade que nos agradam especialmente. Como aquela informação de que um grupo empresarial apresentou, e viu aprovado pela autarquia, o projeto de instalação de uma unidade industrial do ramo farmacêutico nas antigas instalações da Triunfo. Enriquecimento do setor, com certeza, também, e sobretudo, a renovada esperança na indispensável recuperação de um espaço urbano que, aviltante, nos continua a envergonhar.

Duarte Nuno Vieira, que nas “exigências” do ministério da Justiça foi recentemente “despedido” da presidência do INML, foi agora distinguido, assim premiando “valioso trabalho desenvolvido”, com a Douglas Lucas Medal 2014, a mais alta e prestigiada distinção mundial na medicina legal e ciências forenses. E assim, parabéns, se continua a escrever direito em linhas tortas…

Tenho a biblioteca municipal, o seu funcionamento, na maior consideração, mesmo quando comparada com a da universidade. Também, porventura, por pequenos nadas relevantíssimos como aquele de disponibilizar jornais, revistas e alguns livros, verão fora (pena ser só aos fins de semana e feriados) no cubo do parque verde. O jardim, a leitura, um duplo prazer!

Têm sido inúmeras, e diversificadas, na procura da uma dinamização indispensável, as ações de animação na Baixa da cidade durante os fins de semana. Entretanto, a sua Associação para a Promoção elegeu – e, ao prestar tributo a Armindo Gaspar, afirmo, quando a julgava já perdida, a minha expetativa nos dias de amanhã – novos corpos sociais.

O Diário de Notícias e o Jornal de Notícias vão, sem surpresa, fechar as suas delegações em Coimbra. Uma pena nem sequer mitigada com a manutenção, pelo menos, de um jornalista residente. Economicismo puro, ainda incapacidade de um certo capital perceber que uma empresa jornalística não é propriamente uma qualquer fábrica do que quer que seja. Grande jornal das regiões o JN? Diário de referência o DN? Já foram...

José Barros, justíssimo, dá nome a novo lar da APPC; a Venerável Ordem Terceira celebrou o 355º aniversário da sua fundação abordando, com propósito, o cada vez mais atual tema "Pobres, assistidos e idosos de ontem e de hoje"; o CHUC recebeu mais uma distinção, agora o Prémio Saúde Sustentável em Cuidados Hospitalares; a Águas de Coimbra, comprovamo-lo diariamente, continua a ser a primeira também no índice de satisfação; o Portugal dos Pequenitos, sempre tão relevante para Coimbra, comemorou os 74 anos; a Mostra de Teatro Universitário, em esforço de afirmação que dispensa outras comparações que não com a SITU ou a BUC, regressou à cidade; as Festas da Rainha Santa já têm delineado, embora ainda em construção, programa civil e religioso; a II Mostra de Teatro Galego, a não perder, apresenta, na próxima semana, promovida pela Escola da Noite, algum do melhor teatro que se faz na Galiza; e, somos mesmo assim, quando ainda ontem maldizíamos a chuva e o frio, já hoje nos queixamos do sol e do calor!

António Cabral de Oliveira

A 7 de junho ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Momento enorme para a investigação universitária e para a indústria tecnológica de Coimbra o início dos ensaios clínicos do primeiro medicamento oncológico português. Estudado e produzido na cidade onde, recorde-se, para alguns, nada de relevante acontece. Imenso, pois, o nosso orgulho coimbrão.

Um sistema inovador de provisão de cheias urbanas, sem recurso a radares meteorológicos, logo "financeiramente vantajoso", está a ser desenvolvido por investigadores da Universidade de Coimbra. Gizado de forma a permitir a identificação mais precoce de inundações, minimizáveis com a colocação de sacos de areia que impeçam o avanço das águas, o processo há de ter, com certeza, grande êxito na cidade, onde não faltam cheias...sequer areia no Mondego. Só ficam a faltar, mesmo, os sacos, e quem os encha...

Justo – serão sempre merecidas as homenagens a quem tanto se devotou pela sua terra – o tributo prestado a Mendes Silva pelo Clube de Comunicação Social de Coimbra. Pena a diminuta participação (qual o futuro de uma cidade com tantas memórias mas tão sem memória?) logo na primeira de jornadas que se pretendem anuais.

Excelente o trabalho de desmatação e limpeza que, indispensavelmente radical, o município tem vindo a executar – novas laranjeiras virão com certeza de seguida, garantindo a imagem tradicional – na margem direita do Mondego, junto ao Parque Verde. E já agora, se não estiver entretanto previsto, será muito pedir para depois se fazer o mesmo nos desprezados terrenos ao lado do Choupalinho?

No final da última reunião da Assembleia Distrital – que deliberou a passagem do seu património para a CIM Região de Coimbra –, muito se devem ter lembrado Manuel Machado e Luís Marinho da velha máxima popular de que quem tudo quer, tudo perde...

Por mais tentativas de justificação que se balbuciem, o que se passou com a distribuição – e só agora começa a ser concretizada – do dinheiro doado (um milhão e meio de dólares) pela administração de Timor para os bombeiros e vítimas dos incêndios florestais do passado ano é uma vergonha que tem de ter responsáveis, sejam eles do ministério da Administração Interna ou das Finanças. Um opróbrio que, para além dos nossos brandos costumes, não pode, também ele, ficar imune.

A obra de Túlia Saldanha está exposta, em retrospetiva, na Gulbenkian, assim se prestando equitativo preito a uma personalidade incontornável (e quero recordar, particularmente, a forma inexcedível e entusiasmada como sempre nos recebia, aos jornalistas) na vida do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra.

A Bairrada, os seus espumantes, voltam a marcar encontro com Coimbra, primeiro no Loggia, amanhã nas Piscinas do Mondego, em afirmação de complementaridade e colaboração regional que, de flute bem erguida, importa sublinhar. Cumplicidade...e bom gosto, reconheça-se!

A Brigada de Intervenção, sempre próxima da cidade que a acolhe, tem vindo a comemorar o seu oitavo aniversário; o Dia da Criança, como bem merece a petizada, foi profusamente assinalado; José Eduardo Simões, à "tangente", foi reeleito (por um se ganha, por um se perde) para a presidência da Académica/futebol; mau grado a greve – curiosa a mudança de cores dos camiões de recolha na minha rua, que passaram do amarelo ao branco – estiveram vazios os contentores do lixo; muito bela a imagem criada por António Barros para as celebrações dos 950 anos de D. Sesnando, cujo audioguia foi agora apresentado; a Feira Cultural de Coimbra parece ter provado (apesar das dificuldades inerentes à crise) no seu novo modelo; a banda coimbrã Ararur venceu o concurso Mundial Independent Music Awards na categoria de "Melhor álbum de jazz vocal"; e a propósito da feira medieval que, tão respeitável na sua organização, hoje regressa (não a percamos) ao burgo, no Largo da Sé Velha, lembro, um exagero, a miríade de iniciativas congéneres que agora se multiplicam, em todos os lados, por esse Portugal além...


António Cabral de Oliveira

A 31 de maio ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Em viagem pelo Alentejo, e quando nos acercamos de Évora, é imensa a informação sobre a proximidade de cidade Património Mundial. Sucessivas placas, grandes ou pequenas, azuis ou brancas – desafiando-nos, afinal, a uma visita – indicam-no de forma clara e persistente. Em contraste, absolutamente lamentável, com o que acontece com Coimbra, venhamos nós de onde viermos, onde só encontramos o vazio, o zero, o nada em termos de sinalização. E nem o facto de a nossa classificação ser mais recente (contudo, atente-se, já com quase um ano!) pode justificar tanta insensibilidade e desinteresse, tamanha desconsideração por parte da Estradas de Portugal e das concessionárias Brisa e Ascendi. Nem, tão pouco, o alheamento do município...

Ausente de si mesma, Coimbra, entorpecida, continua a não se empenhar nos projetos coletivos que lhe são fundamentais. A manifestação de sábado a exigir a continuação dos trabalhos do Metro Mondego – por onde andavam, o que de tão importante faziam então, apenas um exemplo, os deputados da Nação eleitos pelo círculo? – foi, de tanto, lamentável paradigma. Mas alguns, pelo menos alguns, não desistiremos!

Para o mesmo rio onde se construiu, e muito bem, a escada de peixes do açude-ponte, anunciam-se agora, melhor ainda, três passagens naturalizadas que, complementares, garantem a reabilitação dos habitats piscícolas na bacia do Mondego. Enquanto isso, e paradoxalmente, explique-o quem for capaz, o governo ainda não anulou, em definitivo, a impensável e inadmissível mini-hídrica que, contrariando tudo e todos, manifestamente lesiva de interesses económicos e sociais, se pretende (obrigado José Sócrates) erguer na Foz do Caneiro.

António Arnaut, sobretudo considerado o trabalho desenvolvido na criação do Serviço Nacional de Saúde, foi muito justamente distinguido, esta semana, com a atribuição do título de doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra. Paralela e venturosamente, decorre a instalação, na rotunda entre os HUC e o Pediátrico, da escultura que vai ficar a perpetuar o nome de Mário Mendes.

Depois de chineses, indianos, filipinos, franceses e japoneses, foi hora, recentemente, do embaixador da Indonésia afirmar a sua intenção de regressar a Coimbra com uma delegação alargada do seu país, que incluirá empresários. Assim, cada vez mais expetantes, pelo menos quantitativamente, continuamos à espera da concretização do primeiro investimento!

Como agora qualquer meio distrito deu em comunidade intermunicipal, e cada CIM, pelo menos aqui por este litoral – Aveiro, Coimbra, Leiria –, adotou o nome de região, o melhor será, porventura, pensando na regionalização administrativa do país, começarmos a equacionar o regresso à antiga designação de província, ficando, assim, as do Norte, Centro (leia-se Beira), Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. Para, depois, se algum dia se cumprir aquele desígnio político, não haver ambiguidades...

O aparecimento de vinhos do Dão e da Bairrada entre os melhores – cada região teve três (Pedra Cancela, Casa da Passarella, e Quinta das Marias; Marquês de Marialva, Encontro, e Foral de Cantanhede), distinguidos com a grande medalha de ouro, um dos quais, das Marias, também premiado como o melhor varietal do ano – constituiu o facto mais saliente do Concurso Nacional de Vinhos. Jubiloso, ergo o meu copo…

Estudo chileno destacou, orgulhemo-nos, a Universidade de Coimbra, a par com a do Porto, como as escolas ibero-americanas com maior número de centros de investigação e mais elevada percentagem de patentes internacionais; Ana Abrunhosa foi empossada presidente da CCDRC – é impressão minha ou, apesar da presença de tantos jornalistas, foi mesmo parca a cobertura nacional do evento? –, uma região que, como todos nós, quer mais desenvolvida, culta, qualificada, equitativa e justa; Isabel Namora voltou a ser, pelo menos com coerência, nomeada pelo Conselho Superior de Magistratura para presidir à futura comarca de Coimbra; finalistas do ensino superior foram desafiados pelo Bispo de Coimbra, na Bênção das Pastas, a manter (última a morrer!) a esperança; imperdível, está aí o Jazz ao Centro; e com tanto destaque – três procissões, imagine-se – dado ao programa de 2016 na apresentação das Festas da Rainha Santa deste ano, por momentos até cheguei a recear que, agora, em 14, não houvesse festividades...


António Cabral de Oliveira