sábado, 2 de abril de 2016

A 30 de janeiro ACO escreveu …

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Julgava-o, por fim, a seco. Contudo, a água, até meia altura das paredes, continua, ali, a impedir o regresso ao interior do velho mosteiro. Passados tantos dias, ainda não consegui compreender como foi possível Santa Clara-a-Velha ter voltado a ficar inundada. E menos ainda – tudo incapacidade ou desleixo, talvez nova forma, demolhando-o, de conservação do património – porque, depois de tão longo tempo, quase três semanas, continua alagado. Estará alguém convencido de saudades nossas em ver o monumento de novo cheio de água, das visitas de barco, de arqueológicos mergulhos? Pode ser que um dia, mas inteiramente, alguém nos explique...

Uma solução para repor a ligação ferroviária (ferroviária, sublinhemos) entre Coimbra e a Lousã "encontra-se em aprofundamento", responde o governo ao grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, que questionou o executivo sobre o futuro do ramal e do Sistema de Mobilidade do Mondego. Na expetativa, assim, da administração central repor o que injustificada e iniquamente destruiu, esperemos que o ministério do Planeamento e das Infraestruturas não demore muito tempo, não "aprofunde" demasiado o projeto. Até porque o metro que nos prometeram...é só de superfície!

Belíssimos e diversos os momentos musicais propiciados, do auditório do Conservatório ao Museu Machado de Castro, pelo Coimbra World Piano Meeting. Reunindo uma plêiade de jovens oriundos de vários países, a iniciativa, magnífica, colocou a cidade na rota dos grandes acontecimentos pianísticos. Uma realidade, inesperada, que importa acarinhar e a que, inquestionavelmente, temos de saber dar continuidade. Do meu reconhecimento pela capacidade organizativa, deixo nota enquanto cidadão. E fico à espera, naturalmente, expresso em apoios efetivos, de recíproca atitude da parte de quem, entre nós, governa a cultura.

Os vereadores do PSD voltaram a retirar-se da reunião camarária, sempre, substantivamente, em razão da não distribuição, à oposição, da totalidade dos processos que constam da ordem de trabalhos. Tudo, mas tudo, democraticamente lamentável: a atitude política da maioria socialista quando persiste em não entregar os documentos, a decisão da minoria, que já se vai tornando um hábito, de abandono do plenário. Para quando, afinal, apetece perguntar uma outra vez, os executivos homogéneos? 

Leio – mas a que propósito me terei lembrado de Coimbra? – que a IBM está a ponderar a instalação, ótima notícia para aquela cidade, de um centro de investigação aplicada em Viseu, de que poderá resultar a criação, excelente, de algumas dezenas de postos de trabalho altamente qualificados.

A Livraria Jurídica, empresa do grupo Coimbra Editora, viu também aprovada, pela assembleia de credores, e à semelhança da casa mãe, a manutenção da atividade. Esperemos, agora, para evitar a liquidação de uma empresa emblemática para a cidade e para o país, a ratificação do plano de recuperação que vai, entretanto, ser apresentado.

Os Desportos Náuticos da AAC, o Clube Fluvial e o Clube do Mar associaram-se, um dia destes, a uma iniciativa da JSD de Coimbra (contra o não desassoreamento do Mondego) cuja presidente descobriu, ou achou – quero-me longe de polémicas que envolvem estudiosos da expansão marítima portuguesa –, no rio, com água já não pelos joelhos, mas pelos tornozelos, um novo território, uma ilha, aos pés da cidade. Onde, porque nossa, apesar de indesejada, arvorou a bandeira do município.

O ministério da Saúde reiterou, por evidente, o não encerramento (diurno) da urgência dos Covões; Penela homenageou, com justiça inteira, António Arnaut, ali nascido há 80 anos, atribuindo o nome do advogado e escritor, com mais de trinta livros publicados, à biblioteca municipal; quanta pena tive em não ter podido ir a Almalaguês ouvir os tantos gaiteiros ali reunidos; morreu, as minhas homenagens, Margarida Ramos de Carvalho; termina hoje, no Gil Vicente, a KINO, mostra de cinema alemão que regressou, em boa hora, à cidade; e não perca a exposição Sequenzas, de Nadir Afonso (década de 50, do passado século), patente no Machado de Castro;

António Cabral de Oliveira

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