sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A 24 de novembro ACO escreveu ...


RIO ACIMA, SEM MOTOR
Não concordo, de todo, com a intenção camarária de fazer instalar o Arquivo Municipal em edifício a construir de raiz na freguesia de Eiras, em terrenos com vocação industrial. E pergunto se não seria preferível optar por um imóvel, no tecido urbano, entre os tantos desocupados, recuperando-o e adaptando-o para a imperiosa necessidade de reunir a nossa documentação identitária. Estou a pensar, apenas alguns exemplos, nos Colégios da Rua da Sofia, Convento de Santa-Clara-a-Nova, antigo Hospital Pediátrico, as maternidades que vão deixar de o ser, talvez especialmente no solar da Quinta das Lages. Poderá parecer que estou sempre contra a construção do AM onde quer que seja, depois de, anos atrás, ter defendido a sua não edificação na António José de Almeida, onde hoje está implantado um jardim admirável. Mas, francamente, erguê-lo numa zona empresarial, valha-nos Deus …

Éramos poucos, demasiadamente poucos, os cidadãos que desceram à rua para exigirem a reposição dos carris no Metro Mondego. E foi pena porque seria mais uma oportunidade para Coimbra afirmar a sua indignidade, mostrar aos poderes públicos nacionais que está coesa nos projetos que tem por importantes. Ainda não foi desta que nos mobilizámos, mas é bom que os conimbricenses, sem exceção, se habituem à ideia que só com empenhamento pessoal e esforço coletivo alcançaremos o futuro de progresso a que almejamos.
Enquanto o projeto de Gonçalo Byrne aguarda, no fundo da gaveta, por melhores dias, decorrem as obras (esperemos que não apenas de) na fachada da AAC. Acreditando ainda na indispensável remodelação profunda do imóvel, que, com certeza, não acontecerá tão cedo, mantenhamos, pelo menos, a esperança de que na vida interna da Associação Académica se reafirmem, no imediato, os grandes princípios e propósitos que fazem dela a mais importante estrutura de estudantes do país. Entretanto, duas mulheres, muito interessante, cotejam a recandidatura do atual presidente da Direção Geral.
O facto de o Centro ambicionar, para 2020, que a economia regional represente 20% do Produto Interno Bruto deixa-me algo preocupado no “receio” de aparecer por aí quem, à falta da regionalização administrativa que nos faça a todos mais participantes na decisão política, venha invocar, qual Catalunha, sonhos de autonomia, mesmo de independência! Mas tal não deverá acontecer porquanto, paralelamente, o ministro Relvas, cuja remodelação tanto tarda, continua a sua sanha contra as Regiões, e também contra os Municípios enquanto entidades autónomas, agora através do maléfico projecto do Estatuto das Entidades Intermunicipais que esvazia, um pouco mais, ambos.
Ainda bem que o anúncio da fusão das duas maternidades de Coimbra e sua instalação no edifício central dos HUC antecedeu – por pouco, é certo – a notícia de que a Bissaya Barreto obteve a melhor classificação da Entidade Reguladora da Saúde na área da obstetrícia. É que, se não fora assim, até poderíamos pensar que se tratava (em boa verdade a sua extinção), de … um prémio para distinguir a reconhecida excelência clínica…
Neste tempo pré natalício, deparei-me, na loja Catarino, à Solum, com a mais curiosa e porventura também mais bonita árvore de Natal do ano. Mesmo pecando eu por eventualmente a ver sob um olhar de jornalista, ou talvez por isso mesmo, não deixe de dar uma espreitadela para constatar como, com imaginação, se pode, sem grandes custos, apenas com revistas e livros, afirmar o bom gosto.
António Cabral de Oliveira

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A 17 de novembro ACO escreveu ...


RIO ACIMA, SEM MOTOR
Um quadro da distribuição geográfica das empresas alemãs em Portugal, no ano de 2010, mostra, nos três distritos melhor classificados, 111 empresas em Lisboa, 43 no Porto, e 25 em Braga. A partir daí, os valores, já com apenas um dígito, vão-se esbatendo até atingirmos uma – leram bem, uma – única unidade em Coimbra. Se fosse necessária, eis a prova, evidentíssima, de como temos sido destratados, de um ponto de vista de desenvolvimento económico, de localização de empresas, pelas estruturas governamentais responsáveis pelo progresso sustentado e harmonioso (isto agora sou eu a poetar) do todo português. São números que deviam encher de vergonha (se a tivessem) quem nos administra a partir do Terreiro do Paço, é uma verdadeira ignomínia que, em favor da equidade democrática, tem de ser rapidamente corrigida nestes tempos, dizem, de indispensável reindustrialização, desde logo através dos investimentos alegadamente prometidos por Angela Merkel. E não aceitaremos que nos acusem de falta de capacidade empreendedora quando sabemos da nossa privilegiada localização, do imenso saber que a universidade detém, também da qualidade infra estrutural de espaços disponíveis como o Coimbra Inovação Parque. Se tem sido assim estando Coimbra no litoral, o que não seria se estivéssemos no interior profundo? Se calhar, em vez de uma, tínhamos … nenhuma empresa alemã aqui instalada!
Uma das crónicas que o jornal madrileno ABC incluiu (na edição do passado dia 8) sobre o jogo Académica-Atlético abria dando especial destaque ao facto do encontro se disputar, cito, na “cidade dos seis reis”. E referia-se, nem mais, acreditem que sim, a Coimbra. Perguntando-me quantos de nós sabemos que aqui nasceram, de facto, seis monarcas da primeira dinastia – coisa sem interesse algum, dirão uns, que nunca ninguém mo recordou, alegarão outros – a verdade é que a antiga urbe não honra a memória nem dos reis seus conterrâneos. Mas se não alcançámos, sequer, levantar, com dignidade inteira (velho sonho, nunca realizado, designadamente de Mendes Silva), uma estátua equestre ao Fundador, D. Afonso Henriques, que nos fez capital do reino, como haveríamos nós de ter preservado, com peças de escultura – que poderiam ser erguidas, na habitual míngua de dinheiro, uma por ano –, a memória de Afonso II, Afonso III, Sancho I, Sancho II, D. Pedro e D. Fernando? Bendita cidade que tais filhos tem: os que a dignificaram, e os que não a honram…
Primeiro, uma visita ao Centro de Artes Visuais – sempre bem cuidado, um exemplo, Albano – para ver obras de selecionadas de Daniel Malhão e “O Amor de Alcibíades”, de Eduardo Guerra; depois, passagem pelo Salão Brazil, novo espaço cultural do Jazz ao Centro, onde ouvi Sofia Ribeiro, belíssima voz acompanhada por ótimos instrumentistas; por fim, ida ao Teatro da Cerca para apreciar, desta vez não a residente Escola da Noite, mas o Centro Dramático Galego que ali apresentou, excelente, a peça “O Profesional”. Perfeito, tudo perfeito (para inveja vossa, que permitiram salas quase vazias) no final da (e não fim de) semana … em Coimbra.
Nestas contas de sumir que nos submetem e constrangem, parece ninguém querer reparar no que de fundamental releva para o futuro comum do país. Ninguém é uma forma de dizer, de expressão, já que o Movimento Ideais do Centro teve por bem, e muito bem, debater, aprofundadamente, a baixa natalidade em Portugal, seguramente um dos problemas maiores, talvez mesmo o maior, que se abate sobre o nosso porvir colectivo.
Na passada terça feira fui refeiçoar à Casa dos Pobres – que belíssimas instalações para velhotes significativamente sorridentes –, assim me juntando aos costumados “românticos”, fórmula que Aníbal Duarte de Almeida encontrou, com o jeito com que afinal ergueu aquela instituição, para, angariando alguns fundos, nos levar (quantos mais melhor) a fazer o bem … almoçando bem.
Se a ideia – e, lá no fundo, até a compreendo – é fazer diferir no tempo a compra dos presentes, para os quais teremos cada vez menos dinheiro, então percebo a colocação tão temporã, nos nossos centros comerciais, das ornamentações natalícias. Mas atenção porque um ano destes, ainda mal chegados da praia, aí estarão elas, a cintilar, as luzinhas que já pouco nos dirão quando, finalmente, for Natal.
Um dia, juro, roubo a exposição fotográfica dos chapéus de palha ao Carlos Jorge (agora patente na Lousã), como forma última de impedir, um cansaço, que ela volte a ser mostrada onde quer que seja. Pior, ou melhor, nem sei, só Jaime Soares – para ambos, grande, um abraço – quando, noutros tempos, inaugurava, vezes sem conta, mas sempre com alguma vantagem para as suas populações, talvez com mais porta ou menos janela, um e o mesmo equipamento…
António Cabral de Oliveira

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A 10 de novembro ACO escreveu ...


RIO ACIMA, SEM MOTOR
Excelente a entrevista de Elísio Estanque ao “Fugas”, do “Público”, onde, para além de se traçar o percurso de vida do sociólogo e professor, se reflete a sua visão sobre Coimbra, cidade que, enfatiza, “tem chão com muitas histórias” e “investe em ensinar a pensar”, que “não é província, está mais perto de Londres do que muitas outras cidades”, tem a baixa, o choupal, tranquilidade, teatro, cinema, atividades culturais, cafés e conversas, também “encanto na hora de chegada”. De leitura obrigatória, a Câmara Municipal deveria reproduzir e divulgar pela urbe, nas esplanadas e estações de comboios e autocarros, nos jardins e salas de espera, nas escolas e nas praças, aquele texto que se constitui, julgo, em importantíssimo contributo para a auto estima de Coimbra. E, lendo-o, seriam muitos mais os que já me acompanham neste orgulho de viver a e na cidade.
O Bispo de Coimbra, em nota pastoral, procura justificar o injustificável quando diz que os 11 alunos que estudavam no Seminário Maior estão a ser formados no Porto, onde passaram a residir com os seminaristas daquela diocese e da de Vila Real. Sem percebermos muito bem porque não vêm antes aqueles jovens estudar para Coimbra, onde se poderia instalar um seminário que forme vocações a nível nacional – atendidas a excelência do lugar e dos edifícios, a centralidade da urbe, o ambiente académico da cidade –, também não entendemos como é que “os elevados custos económicos” são impeditivos da manutenção da instituição quando tais dificuldades não restringem o funcionamento, ali, no agora designado Centro Pastoral Diocesano, dos (seguramente imensos, tamanho é o espaço disponibilizado) secretariados e serviços do bispado. Se era um problema de dinheiro, o melhor não seria vender, ousamos perguntar, o magnífico conjunto para, por exemplo, um hotel ou coisa que o valha? Uma profunda tristeza, já o dissemos, e agora reiteramos…
Municipalista confesso, é porém enquanto freguês que tenho sentido maior grau de satisfação pela opção política há muito assumida. Fruto da sua ainda maior proximidade, as freguesias – tão malquistas por tantos governantes, elas que serão as menos culpadas pelo descalabro financeiro em que caíram as nossas contas públicas –, têm sido, seguramente, nestes últimos anos, sem a pesporrência que, quais novos ricos, atingiu os municípios, o mais correto bastião do poder local. E eu, morador na enorme Santo António dos Olivais, quero hoje aqui deixar relevada a qualidade dos serviços prestados por aquela Junta. Designadamente na agilização alcançada na área administrativa, também no esforçado e bom trabalho que vem desenvolvendo a bem dos espaços verdes da área da autarquia. E, felizmente, os encómios dirigidos a Francisco Andrade e sua equipa – um abraço – são extensíveis à generalidade das nossas freguesias.
João Figueira lançou um “livrinho”, expressão sua, através do qual faz uma breve incursão pelos últimos 35 anos de jornalismo em Portugal, obra onde, como também diz, “há jornais e revistas mais desenvolvidos do que outros”. O que é uma pena em termos académicos. Mas sobra, ainda assim, nesta hora de crise, uma sistematização que, lamentavelmente, nos poderá servir, um dia destes, como recordatório do que foi a imprensa no Portugal democrático…

João Rebelo foi nomeado presidente do Metro Mondego e será o único executivo de uma administração que, à míngua de dimensão de obra, primava pelo tamanho da sua (não ferroviária, está bem de ver) composição. Pode ser que agora a situação se inverta e os poucos que ficam, sem se atrapalharem uns aos outros, consigam – para além das garagens, ou lá o que é, em Ceira – fazer muito, pelo menos dar algum passo mais significativo nas expectativas, seguramente utópicas, que teimamos em manter.

A Região Centro está entre as 100 mais inovadoras da Europa, de acordo com o Regional Scoreboard 2012, um ranking da União Europeia que destaca, assim, o nosso território; a Critical Software lançou uma nova empresa, a Verticalla, que no seu Centro de Investigação, em Coimbra, vai criar duas dúzias de qualificados postos de trabalho; e a Sanfil acaba de reforçar a sua posição como grupo prestador de cuidados de saúde (o quarto maior a nível nacional), com unidades a funcionar aqui mas também nos distritos de Aveiro, Guarda, Leiria e Viseu. Entretanto, e no meio de tantas boas novas, a péssima notícia do encerramento das instalações da Cofanor, em Montemor-o-Velho, que lança no desemprego, sempre lamentável, oito dezenas de trabalhadores.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A 3 de novembro ACO escreveu ...


RIO ACIMA, SEM MOTOR

A queda de um elemento em pedra da abóbada do Convento de Santa Clara-a-Velha e a praga de térmitas da madeira que atinge o altar mor do Mosteiro da Rainha Santa são realidades diversas, mas concorrentes, no desmoronar do património histórico que, desassossegando todos, preocupam, naturalmente, e sobretudo, os seus mais diretos responsáveis. A quem têm de ser garantidos os instrumentos indispensáveis à sua inadiável recuperação pois não podemos, coletivamente, deixar derrocar o país, temos de ser capazes de contrariar, também do ponto de vista cultural, o esboroamento do edifício fundador em que nos sustentamos enquanto Nação.

Atendendo a que ela própria se denomina de “Tertúlia Memória e Literacia”, não surpreende que o primeiro convidado para a reunião do próximo dia 8 seja Edmundo Pedro, que, do alto dos seus 94 anos, é, com certeza, senhor de memória imensa. Entretanto, já espanta ver a escolha de conferencistas para a iniciativa “A Democracia e o Futuro”, a decorrer, com um programa muito rico, na Casa da Escrita, em cada sábado deste novembro corrente, todos eles respeitabilíssimos, sem exceção, mas, apesar de se celebrar Rousseau, talvez com um pouco (não será só Mia Couto a inventar palavras) de senadorismo a mais. Afinal, no seu melhor, “Coimbra, passado com futuro”.

Não há manual de jornalismo que não refira que notícia é quando o homem morde o cão. Foi, mais ou menos, o que aconteceu há dias quando um segurança (?!) se feriu, assim mesmo, ao fugir de um meliante que, parece, estaria a assaltar o antigo pediátrico. É certo que aqueles vigilantes não dispõem de estatuto nem de meios para prevenirem o crime, mas, já agora, e se mais não fora para se obstar a tão caricatas situações, também para se pôr termo à degradação das instalações, quando daremos destino ao antigo hospital? Não poderia ele ser útil, Manuel António, lembrei-me assim de repente, para expansão física do IPO?

Li, declarações do presidente da Câmara, que o IKEA pretende instalar a sua loja em Coimbra apenas numa localização: o planalto de Santa Clara. “Ou é ali e eles investem, ou não é ali e eles não investem”, sintetizava Barbosa de Melo. Nesta conformidade, e porque a localização do equipamento naquele espaço não constitui, do meu ponto de vista, qualquer insanável agressão urbanística, espero bem que haja – ou, mesmo, tenha já havido – resposta rápida ao desiderato da multinacional, por forma a que a cidade não perca, como tem acontecido, agora uma estrutura económica diferenciadora em termos regionais. Sem se repetirem as indecisões que, entre tantas outras, permitiram, recentemente, (as obras deveriam estar já num ponto irreversível de construção) a anulação do troço Ceira-Trouxemil do IC 3, a autoestrada que ligará Coimbra a Setúbal.

Quando, dando com certeza cumprimento à sua missão de serviço público, a Lusa fechou o escritório de Coimbra, poucos ergueram a sua voz. Quando a RTP emagreceu a delegação regional que aqui mantém, foi o silêncio total. Quando a RDP calou os noticiários que emitia da e para a região Centro, não se ouviu um protesto solidário. Agora, com a guilhotina dos cortes de verbas governamentais a atingir Lisboa, andam por aí mosquitos por cordas. A fazer-me lembrar Martin Niemoller ao dizer, adaptando eu, que “quando levaram o meu vizinho, calei-me e não me incomodei; quando me levaram, já não havia quem reclamasse”…

O Programa das Aldeias de Xisto, promovido pela CCDRC, que beneficiou já 700 casas de 27 povoações, é um projeto de desenvolvimento do meio rural recentemente apresentado em Bruxelas (parabéns Pedro Saraiva) como exemplo de boas práticas em política regional; arrancou, com uma programação vasta e diversificada, que privilegia o piano e também o jazz, o Festival de Música de Coimbra, que se prolonga, a não perder, até 8 de dezembro; a AAC celebrou, da forma possível, pobremente, efeméride relevante, os seus 125 anos; e num dia em que a espiritualidade ganha particular relevo e nos permite uma reflexão sobre o sentido da vida, os cemitérios, talvez pela última vez, encheram-se de flores.
António Cabral de Oliveira

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

"mau, mau EDA"

E não é que ontem a EDA (a EDP cá do sítio...) resolveu, novamente, presentear os terceirenses (pelo menos grande parte deles... já que alguns desafortunados, ou não, não tiveram o privilégio...), com mais uma noite romântica à luz das velas.

Sim, parece mentira, mas é verdade... no espaço de 2 meses (?) e em pleno século XXI já tivemos 3 domingos à noite à moda antiga... com luz de vela e pouco para fazer... numa dessas noites acabei por ficar no sofá a dormir.
Mas ontem, acabei por ficar à conversa com os meus pais... só que eu não preciso que falte a luz para fazer isso, como PL que sou, diálogo é coisa que nunca acaba, aqui por estes lados, mas a EDA não deve saber disso e achou que "todos" nós precisávamos de uma noite sem tecnologia para cultivar bons e velhos hábitos.
E logo ontem, que não dava jeito nenhum ficar sem luz, logo ontem que tinha estado o dia todo de volta do computador para acabar um trabalho e "puff" lá se vai a luz...  depois de inúmeros "grrrrrrrrr", de uma dose de sarcasmo partilhada no FB, lá se assentou a ideia e a conclusão: «e ora bolas! ...lá terá que ficar para amanhã!»
 (Ou seja hoje!! Obrigadinha EDA foste mesmo uma queriduxa!)

E vocês? Como foi a vossa noite de domingo?

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A 27 de outubro ACO escreveu ...


RIO ACIMA, SEM MOTOR
Foi em ambiente de “memória e respeito”, nas palavras do Bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, que o Exército Português celebrou o seu Dia, com uma homenagem, singela mas digníssima, na Igreja de Santa Cruz, a Dom Afonso Henriques, seu patrono. E ali dei comigo a pensar que todos e cada um de nós deveria poder aceder a momentos como aquele, em que um frémito de orgulho pátrio nos invade, sentimento a que temos indispensavelmente de ancorar o nosso querer para ganharmos forças e levar de vencida as razões do opróbrio que nos constrange quando olhamos o estado a que deixámos chegar a Nação.

Património e Reabilitação Urbana foi tema de relevante iniciativa que serviu para o presidente da Câmara dizer que recuperar o centro histórico da cidade “custa dinheiro, mas não assim tanto”, e, mais, que “recuperar casas e bairros é recuperar a alma coletiva”. Entretanto, em jantar no Clube dos Empresários, o presidente da CCDRC afirmava que o “Jessica”, programa de reabilitação urbana com taxas de juro generosas a 20 anos, tem “80 milhões para o Centro”, para os quais “não há nenhum contrato celebrado até agora”. A ser assim, e julgando eu estarmos todos a falar do mesmo, apetece perguntar porque não está aí, pujante, a afinal barata e com financiamento assegurado, revitalização do casco histórico da urbe! Será que às sentidas palavras de Barbosa de Melo e às esclarecedoras asserções de Pedro Saraiva se sobrepõe, avisada, a conclusão de Celeste Amaro, logo no início do certame, quando sublinhava, apelando a um compromisso entre todas as entidades envolvidas, que “muitas jornadas destas não dão em nada?” Em Viseu, para o ano, saberemos o quanto conseguimos avançar…
Bem interpretando o sentir da tertúlia que o Lions está a promover sobre a baixa e a candidatura da universidade a património mundial, Carlos Cidade propôs, na reunião camarária desta semana, a transladação dos restos mortais de Luiz Goes para o Panteão Nacional da Igreja de Santa Cruz. Também sem sabermos se e como será possível o desiderato – a que juntamos, concordante, a nossa voz –, importa, faltou dizê-lo, ou pelo menos não o lemos em lugar algum – agora os jornalistas, ao contrário do que acontecia no meu tempo, já não acedem a todas as sessões da edilidade – precisar, em abono da verdade inteira, que foi Nuno Encarnação quem sugeriu a ideia a Carlos Carranca que, por sua vez, proclamando-o alto e bom som, a trouxe àquela assembleia.

Que bem está a Orquestra Clássica do Centro, que fui ouvir, deliciado, em concerto de abertura dos VI Encontros Internacionais da Guitarra Portuguesa. Mas estranhei (e tanto não quererá significar, não significa com certeza, de forma alguma, desinteresse) a ausência da Câmara Municipal na iniciativa. É que, como nunca, nestes tempos difíceis, temos de nos capacitar, todos, de que o apoio à cultura é postura indispensável para sairmos desta crise nacional. Em colaboração, vinda necessariamente de municípios e instituições oficiais, também da sociedade civil, sem a qual poderemos vir a comprometer a música erudita da e na nossa região.
Esta semana voltei ao teatro para estar, na Cerca de S. Bernardo, com a minha dileta Escola da Noite que, com a qualidade felizmente habitual, tem em cena, imperdível, a peça “Nunca estive em Bagdad”. Entretanto, em termos teatrais, tenho ainda de ver, não nos esqueçamos, “Os últimos dias de Emanuel Kant”, que a Bonifrates apresenta no seu estúdio da Casa da Cultura, igualmente “Um grito parado no ar”, que o Teatrão leva ao palco na Oficina Municipal, no Vale das Flores.

Em paralelo, para continuar a falar em cultura – o tal setor, lembram-se, onde, segundo alguns, nada acontece em Coimbra – referência, agora cinematográfica, para a já tradicional e excelente Festa do Cinema Francês, a decorrer, até ao final do mês, no Gil Vicente, isto enquanto se anuncia, para 9 a 17 de novembro, o festival Caminhos do Cinema Português, única mostra exclusivamente nacional.
Linhares Furtado, pioneiro em transplantes hepáticos em Portugal, assinalou, imenso orgulho nosso, 20 sobre a sua primeira intervenção nos HUC; a tertúlia Fausto Correia lembrou, no Trianon, o político que tanta falta faz ao seu PS, outrossim à nossa cidade; Boaventura de Sousa Santos, em reconhecimento do mérito científico, vai ser distinguido pela Universidade de Brasília com o título de Doutor Honoris Causa;  Francisco Amaral – um abraço – foi justamente homenageado pela Escola Superior de Educação onde, há uma dúzia de anos, vem coordenando o estimulante projeto televisivo ESAC TV; e a morte de Patrocínio Tavares, os meus respeitos, tornou bem mais pobre o empresariado de Coimbra.

António Cabral de Oliveira