quinta-feira, 26 de novembro de 2009

PLs de outrora - 1 vez por semana, a biografia light de um antepassado


III) Mil Anjos pairando sobre a Risca-Silva


O piíssimo biografado desta semana deixou dois legados significativos em VNP. Por um lado, aos seus descendentes (a sua filha e aos filhos desta), um volumoso lote de propriedades rendosas, que percorria todo o concelho, desde o extremo da Arrifana até ao limite de Santo André. Por outro, aos que se dedicam ao estudo da região, molhos e molhos de papéis amarelados contendo notas das larguíssimas centenas de missas que, ao longo da vida, foi sistematicamente encomendando aos párocos locais. Isto porque a lógica que norteou a sua existência tinha nessa dinâmica uma das suas pedras angulares: o constante enriquecimento da família (em prol do qual o biografado de hoje labutava perseverantemente) era, a seu ver, resultado de inegáveis graças celestes. Por isso, era forçoso agradecer tantas benesses caídas sobre a Risca-Silva. Ora, como fazê-lo? Beneficiando largamente o intermediário nessa relação Risca-Silva/Céu - ou seja, a Igreja. De que forma? Através de doações pias e, sobretudo, da celebração de missas, muitas missas, previamente encomendadas. E dessas mesmas missas, para além do agradecimento sentido do seu encomendante, outros benefícios se podiam retirar: se serviam de agradecimento, serviam também de forma de "enternecimento" da corte celestial, que, dessa forma, "olharia" de forma especialmente agradada para o encomendante e família, concedendo-lhe mais graças. E assim, neste perpétuo círculo devoção/enriquecimento, viveu este homem que, se foi baptizado José Pedroso, foi quase toda a sua vida conhecido por José Pedroso Mil-Anjos (o que é constante até mesmo dos registos notariais e restante papelada oficial) - assim chamado por ser tão pio, tão pio, tão pio que, quando praguejava, em vez dos clássicos "mil diabos" exclamava:


"Com mil anjos!!"

sábado, 21 de novembro de 2009

na semana que passou fui até Peniche apresentá-lo!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Jantar PL...

... Eu e a Ninana temos uma questão para os PL 2ª geração (nomeadamente os primos).
Afinal que primos é que vão este ano à reunião PL?!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

PLs de outrora - 1 vez por semana, a biografia light de um antepassado


II) Clara Augusta: capitalismo e devoção


O cadáver de Clara Augusta Pedroso de Lima foi - segundo os cronistas da época - acompanhado ao jazigo por uma multidão de pobres e clérigos. De uns e de outros, a mulher do Capitalista Mathias P.L. fora "desvelada protectora". E, aparentemente, o traço dominante da nossa biografada da semana foi uma generosidade severa, nada complacente com mentiras e/ou ocultações, direccionada sobretudo para a classe eclesiástica e para os poiarenses mais desvalidos.

Não devendo muito à beleza, mas desde muito nova tida por rica herdeira, a filha de "Mil Anjos" foi, aos 13 anos, pedida em casamento pela primeira vez pelo seu primo Mathias. Respondeu negativamente, alegando que, se cassasse, não poderia continuar a frequentar a "Mestra" (aonde ia acompanhada pela sua criada Carolina) - o que mostra uma pendência para a instrução pouco vulgar entre as suas conterrâneas. O primo insistiu aos 14 e, depois aos 15 anos - e recebeu sempre a mesma resposta. Aos 16, finalmente acedeu.

O pendor fortemente místico e a paixão pelos assuntos da Igreja, característica marcada dos que a rodeavam e provavelmente muito influenciada pelo seu prohenitor, ter-se-ão vindo a agravar à medida que os anos passavam, com as agruras que as infidelidades do marido lhe provocariam. Patrocinando generosamente tudo o que se relacionasse com a "sua" Capela de N. S. das Necessidades, na Risca-Silva, ofereceu à imagem principal o traje que esta ainda hoje ostenta.

Longe estaria, contudo, de imaginar esta mulher tão rica quão pideosa que, largas décadas passadas sobre a sua morte, uma neta "adoptiva"a imortalizaria numa passagem do premiado "Os Outros e Eu" (há pouco referido por JT), num excerto de uma conversa entre a Nela e o Tio Vasco:
"- Sabes como é que eu ia para a praia quando era miúdo?
- Não, como era?
- Vivíamos na nossa terra, e vínhamos de barco pelo rio abaixo. Levávamos uns poucos de dias a fazer o caminho que agora se faz em poucas horas.
- Devia ser divertido...
- E era! Para nóa era uma paródia! Mas para as criadas talvez não fosse...
- Porquê?
- Porque para não estarem a perder tempo sem fazerem nada durante a viagem, a minha avó lhes dava uma tarefa: vinham a fiar todo o caminho.
- A fiar?
- É verdade! Fiava-se e tecia-se em casa o linho a lã para a nossa roupa".
E assim era: todos os anos, Clara Augusta e Mathias P.L. embarcavam, no Porto da Raiva (onde possuíam casas, terrenos e armazéns), como todos os filhos - Mª dos Prazeres, Virgínia, Joaquim, Alfredo, Conceição, Adelaide, Aurora, Armando e Carmina - e empregados q.b. E iam, Mondego fora, passar um par de meses à Figueira.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Quem era na realidade o terrível "casal mistério"?


Não, não é ainda o tão esperado quiz "que personagem dos livros da Nela és tu?".
Nem sequer é o aguardadíssimo anúncio das Oeuvres Complètes de MNL nas edições Pleiáde.
Por enquanto, proponho apenas que se lance um primeiro debate acerca da mítica colecção de livros e eu? Recorde-se que era este o título original do primeiro livro mas que a Verbo, com o seu agudo sentido comercial, achou melhor trocar por Os outros e eu (por falar nisso, acho que realmente ficou melhor desta maneira, mas desconfio que isto pode gerar discussão).


É sabido que os dois romances de MNL (por que não publicar alguns excertos do 3º volume neste blog? Ou, se preferirem, podem enviar-me uma cópia em pdf, porque eu acho que nunca li o Ele e Eu) têm uma mais ou menos assumida dimensão autobiográfica. Aliás, entre os leitores mais entusiasmados havia quem se entretivesse a fazer paralelismos entre as personagens ficcionais e as pessoas reais onde, supostamente, a autora teria ido buscar a inspiração.
Enfim, é neste contexto que aqui deixo o repto: quem era na realidade o terrível casal mistério de Os outros e eu (Lisboa, Verbo, 1974)?
Reconheço que a imagem não saiu muito bem, mas sempre serve para adensar o mistério.
Não se lembram deste famoso episódio? Para mim, é de longe um dos melhores capítulos do primeiro livro da autora. De resto, é aquele que prefiro. Na verdade, e como dizia certeiramente alguém já evocado em Maré Cheia, depois da publicação de A liberdade e eu (Lisboa, Verbo, 1977): «Ó filha, gostei mais do outro, tinha menos política!».
De facto, e esta é a minha perspectiva pessoal, acho que Os outros e eu envelheceu melhor, apesar de alguns pormenores datados, como, por exemplo, o assalto da Rita (outro dos melhores episódios do romance, mas com uma expressão - assalto - que hoje nenhum novo leitor perceberá..., digo eu).

Mas repito a pergunta: quem era, na realidade, o terrível casal mistério de Os outros e eu?
Será pura criação de MNL ou, pelo contrário, baseia-se em alguns moradores do nº 31 da Arantes de Oliveira (depois Humberto Delgado)?
Passo a bola aos leitores de Maré Cheia.


domingo, 8 de novembro de 2009

Parabéns tio Pê

Parabéns tio!

Faça sol, faça chuva (o que costuma ser frequente para os lados da atlântida)..
lá vai o tio Pê a caminho da Agualva para jogar golfe!

O golfe é um desporto onde é preciso tomar grandes decisões.


PARABÉNS!

Quem diria que este jovem
estudante de Direito faz hoje 57 anos!
Reparem no cabelo (que fazia a delícia das fãs! ),

nos posters, ...

Junto algumas fotos para marcar a efeméride.































































Foto 1:
O Pai e o P a construirem algo ... O que será?
Na mão do P está uma chave inglesa!

Foto 2:
O Pai e a Mãe babados com o primogénito.

Foto 3:
Seis de «os todos» com os Franqueiras na ERAS.

Foto 4:
Será este o jipe vermelho a que o ZN se refere?
Na foto os três mais velhos com a prima AM,
filha do tio N. Onde será? No Monte do Facho?

sábado, 7 de novembro de 2009

Ti Pêdra






O menino dos 100 óptimos ou o William Hurt português?

O professor de Religião e Moral galã ou o devorador de revistas de automóveis?


Inesquecíveis também os ralis em Vale de Canas com o seu primeiro carro ou a compra (a pronto, claro!) do meu velhinho e saudoso AX. Ou as torturas infligidas ao inefável Zap (não sabias disto, pois não TX?)

É verdade, o primogénito PL faz anos amanhã. Pelo que é favor encher este post de comentários para lhe darmos todos os parabéns!
Grande abraço para o Ti Pêdra!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

PLs de outrora - 1 vez por semana, a biografia light de um antepassado


I) O CAPITALISTA




"Se a Mathias Pedroso de Lima deres um tostão, verás que, dentro de dias, ele terá um milhão". Assim - numa cantilena que misturava tanto de admiração como de invejosa ironia - se referiam os poiarenses àquele que foi o mais abastado dos seus conterrâneos nos finais do século XIX e inícios do século seguinte. Reconstruindo com enorme sucesso (e graças, também, ao casamento com uma prima rica, que só à 3ª vez lhe disse o tão desejado "sim") a fortuna familiar, muito prejudicada por causa da morte prematura do seu pai, Mathias P.L. destacou-se não só como riquíssimo proprietário no concelho e arredores, mas, igualmente, como industrial, no domínio da cera e dos azeites. Tão piedoso quão avaro - e era MUITO piedoso! - o Sr. Capitalista, com a sua mosca e suíças à Tio Patinhas (elas próprias associadas à figura do burguesão no imaginário de Walt Disney) teve 11 filhos do seu casamento e - dizem as más-línguas - pelo menos outros tantos fora dele.

Obras concluídas


Graças à dupla de arquitectos Miguel e Ricardo temos a nossa casa remodelada.
Ficamos a aguardar visitas.
Deixo-vos algumas fotos.
Aproveito para agradecer ao Miguel e ao Ricardo.
O Luís foi o primeiro a experimentar o quarto lá de cima.
Beijos e abraços.
ZN






quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Rei Cortiço

Este restaurante foi visitado por PL's há mais de um ano.
Deixo-vos algumas pistas.
Localização e alguns elementos:
"Restaurante localizado junto à praia Rei Cortiço, onde o peixe é o rei. Algumas das suas especialidades são o arroz de polvo, o arroz de peixe e a feijoada de búzios. Dispõe de uma simpática esplanada" (tirado de algum roteiro da net)



"Contactos
Morada Praia do Bom Sucesso, Óbidos
2510 - Óbidos
Tlf. 939506718
Email. Envie um email
Características
Entradas
Sopa de peixe
gambas
Pratos de Peixe
Arroz de polvo
arroz de peixe
a feijoada de búzios
linguadinhos com arroz de tomate
Sobremesas
Torta do Algarve
Zonas Especiais
Esplanada".
Tenho mais fotografias mas dá-me muito trabalho colocá-las neste post... fico por aqui.
Desculpem-me.
ZN











terça-feira, 3 de novembro de 2009

Alguém me explica ...

Alguém me explica a lógica do fuso horário deste blogue?

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Chiclet... Quem?


Ficaram memoráveis as suas conversas com o Sr.Engenheiro com troca de monossílabos a um ritmo que faziam parecer os filmes do Manoel de Oliveira mais rápidos do que o 007.
Ninguém se esquece do modo como reagiu contra as horríveis papas Maizena (já agora, o ZG e o JM gostam imenso desta... Como é possível?) e de flocos de aveia, através de um furioso graffiti Não Quero Papas. Também aqui se evidenciou como um revolucionário silencioso.
Célebres ainda as suas nocturnas incursões terroristas contra os postes das paragens dos autocarros dos SMTUC - seriam também um símbolo da burguesia?
E que dizer das inscrições de apoio à FEC-ML no candeeiro do elevador?
Ou da réplica fabulosa do coletinho amarelo ao M?
Do que não restam dúvidas é que também foi uma espécie de António Sérgio lá de casa, educando musicalmente os mais novos. Claro que houve alguns que não aprenderam nada (não é verdade G? Vá lá. Não comeces a amuar!).
Tudo isto (menos o parêntesis da frase anterior) é com certeza exacto, mas o que para mim é a imagem do Chiclet - alcunha do campos de férias? - são aqueles indescrítiveis autocolantes do solzinho ridículo.
Um forte abraço de parabéns, Chiclet!
P.S.: Aceitam-se e agradecem-se mais contribuições para este post dedicado ao C por ocasião de mais um aniversário na próxima quarta-feira.

domingo, 1 de novembro de 2009

Parabéns pela excelente ideia!

Acho uma excelente ideia o Blog Maré Cheia!
Parabéns Teresa!
Já agora aproveito a oportunidade para vos informar que está de pé o encontro anual na Foz do Arelho. Por sugestão do Pedro e da Joana, iremos antecipar o encontro para o Sábado anterior, creio (se as contas não me falham) no dia 29/11. Seria bom manifestarem a vossa disponibilidade para eu fazer as marcações (Hotel Facho e restaurante). Se fosse almoço, propunha almoçarmos no Rei-Cortiço (do outro lado da Aberta, junto à praia que dá acesso ao Rochedo que se vê na Foz do Arelho), onde se come muito bem!
Até agora já se "inscreveram":
Pedro,
Joana, Margarida e João Pedro
Zé Nuno, Ana, Pedro e Rodrigo.
Fico à espera de novidades e de sugestões.


Excelente também a contribuição do João Tiago.
Obrigado João Tiago, por nos trazer o Avô no dia do seu aniversário!
O desenho que eu fiz, embora não tenha qualquer valor artístico, tem um significado especial.
Eu fiz aquele desenho no dia em que o Avô faleceu. Quando a Tia Emilinha veio buscar o Avô tive um pressentimento de que ele ia morrer. Despedi-me dele em nossa casa, mas não consegui ir à varanda dizer-lhe o último adeus. Fiquei a desenhar o Avô, mas sem óculos (que fazem parte da imagem que todos nós temos do Avô, embora nos últimos dias da sua vida ele andava sem eles, por qualquer razão que já não me lembro). Lembro-me, ainda muito bem, que estava a tomar banho, antes do jantar, quando o telefone tocou. Advinhei logo que seria a Tia Emilinha a dizer que o Avô tinha falecido, passado pouco tempo depois de terem chegado a Lisboa. Resolvi, depois do jantar, desse mesmo dia, acrescentar os óculos e a caneta - para apagar da minha memória a imagem do Avô dos seus últimos dias!
Anos mais tarde, numa das rara vezes em que arrumava as minhas coisas em cima da minha secretária, resolvi deitar o desenho fora. Mas, felizmente, a Mãe pediu-me para ficar com ele... e agora está nas mãos do João Tiago.
Beijos e abraços.

PS: para que fique claro, raramente tenho pressentimentos e raramente acerto nas minhas profecias (senão já seria milionário), mas, por acaso, apostei com o Rodrigo como o Braga iria ganhar ao Benfica... e parece que ganhei a aposta.