sábado, 2 de abril de 2016

A 19 de março ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

A Infraestruturas de Portugal vai estudar uma solução para a remodelação da gare ferroviária de Coimbra B, deu-nos conta, sem pudor, o secretário de Estado Oliveira Martins. Depois de tantos anos, e dos projetos já elaborados, o governo tem o desplante de vir dizer, e em público, que a IP "irá apresentar soluções" para, ainda nesta legislatura – também só faltava que não! – se ver como resolver o problema da, cuidamos, mais vergonhosa estação da rede dos caminhos de ferro portugueses. Mas nós ajudamos: construindo, moderna, intermodal e multifuncional, a estrutura que Joan Busquets desenhou. E não, definitivamente, inventar, baratinho, um qualquer arremedo de solução para melhorar um pouco os já anunciados...arranjos de telhados e das caixilharias!

Continuamos bem – estivéssemos nós assim em todas valências que nos definem enquanto cidade – em matéria de saúde. Com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra a alcançar a excelência em áreas diversas, a ser, de acordo com os critérios do ministério, Centro de Referência em 14 especialidades médicas. E em algumas, como acontece com os transplantes cardíacos, mesmo único. Agora só falta a reposição dos níveis de qualidade nas mais simples e pequenas, mas não menos importantes, exigências.

O vereador substituto Bingre do Amaral, numa das suas (assim felizmente raras) aparições nas reuniões do executivo camarário, ajudou a viabilizar, substantivamente, com os edis socialistas, um desqualificado mamarracho para nele se instalar, em plena Guarda Inglesa, ao lado do Convento de S.Francisco e aos pés de Santa Clara-a-Nova, impensável, um suburbano supermercado. Sem querermos especular sobre o porquê da rendição de Ferreira da Silva, a decisão do autarca seu suplente, obviamente legítima, é, julgamos, uma nódoa negra, inapagável, na ação esclarecida e exigente que vinha caracterizando a intervenção política dos "Cidadãos por Coimbra" na vida do município.

A recuperação do largo das Cortes, em Santa Clara, vai ser muito mais parque de estacionamento do que praça, e, também, uma pena, não será ainda ocasião para dali retirar o barraco "cultural" a que insistem em chamar de "museu", substituindo-o, obviamente, por conjunto escultórico que fique a perpetuar a relevância histórica das Cortes de Coimbra de 1385, ainda de João das Regras.

Num tempo, há dias, de grande atenção noticiosa para com aquele grupo sueco, se o Expresso Economia dava como certo que "Coimbra está na agenda" de próximas inaugurações, e o Diário Económico acrescentava que "Coimbra pode ser uma solução", já o Público punha a questão de "no centro, Aveiro ou Coimbra?". E nós, pelo sim e pelo não, interessados numa loja Ikea, de facto diferenciadora em termos regionais, deixamos a informação...ao cuidado de Manuel Machado.

Com o início, amanhã, da primavera, com a chegada das suas primeiras flores que, lindíssimas e perfumadas, tanto as embelezam, pode ser que quem de direito, assim enlevado, passe (ou volte) a olhar as árvores da cidade como uma mais-valia, imensa, para a sua afirmação encantatória, para a qualidade de vida de Coimbra.

A SRU, sociedade de reabilitação urbana, sem ter uma única obra feita, morreu de morte natural; o município anunciou o seu programa de visitas temáticas guiadas, iniciativa de grande interesse que este ano, muito bem, surge ainda valorizada em relação às edições anteriores; a Feira dos Lázaros, sempre bem-vinda, revisitou, no Largo D. Dinis e no bairro de Celas, a cidade; a ACIC, lamentável, requereu a sua insolvência; amanhã decorre mais uma edição, vamos à vila, da Feira do Bolo de Ançã; e, sem conseguir, aqui na terra, toda a expansão que se augura e temos como possível, a tecnologia coimbrã lá vai...em direção a Marte.

António Cabral de Oliveira

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.