sábado, 2 de abril de 2016

A 5 de dezembro ACO escreveu …

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Calcanhotto as abriu, Adriana as encerrou, as celebrações dos 725 anos da Universidade de Coimbra, com um espetáculo, com certeza belíssimo, na Biblioteca Joanina. Mas antes tinha havido, tão absolutamente relevante, um congresso internacional para afirmar o futuro do nosso idioma. Onde, para além de tudo o que de importante ali aconteceu, não se prometia, nem sequer se demandou, uma pena, a criação, obviamente em Coimbra, do Museu Português da Língua Portuguesa. Talvez amanhã...

O anterior ministro da Saúde recuou na intenção de proceder ao encerramento total das urgências no Hospital dos Covões – entretanto já fechadas à noite – corrigindo, assim, erro até publicado em Diário de República. E, para tirar água do seu capote, remetia para a ARS Centro a deliberação! sobre horários e tipologia daquele serviço. Lembrando o alerta da Ordem dos Médicos sobre a incapacidade dos HUC receberem todas as emergências da Beira, preparemo-nos, contudo, para o pior. E não estou, acreditem, a ser pessimista.

Prefigura-se ultrapassada, no imediato, a talvez maior dificuldade que se levanta, entretanto quase concluído, ao Convento de São Francisco: a gestão de uma magnífica, imensa e desafiante Casa de (exatamente por esta ordem) Cultura e de Convenções. Mantém-se, pelo menos por agora, sem surpresa, João Aidos, reforça- se a estrutura com uma equipa de projeto constituída por técnicos municipais. Enquanto se acrescenta, julgo que bem, um Conselho Consultivo com origem na comunidade. E assim, defendendo também eu um concurso público internacional para o cargo de diretor, de preferência ganho por um português, ficamos à espera de soluções não temporárias, também de elementos mais concretos que nos permitam, desejavelmente, antever uma exigente e indispensável aposta na qualidade cultural, no dinamismo empresarial.

Estão, por fim, concluídos os trabalhos de arranjo do acesso norte à estação de Coimbra B, ou apeadeiro velho, que se mantém, absolutamente inadmissível, a vergonha a que Manuel Machado, cheio de uma imensa razão, voltou a dizer sonoro "basta". E ficou bem melhor, com outra dignidade, aquela porta da cidade. Só não percebo – e não é embirração minha, antes mera constatação do facto – esta teimosia camarária em não fazer incluir nas suas novas realizações, pequenas (mas não menos importantes) que sejam, a obrigatoriedade de plantar...uma árvore que fosse. Ali, para além de flores, e outra vez, nenhuma!

De entre os 17 ministros, António Costa, escolheu, de Coimbra, embora emprestada a Viseu, Maria Manuel Leitão Marques. E para os 41 secretários de Estado, lá encontrou dois dirigentes com alguma ligação ao nosso território. Tudo, sem dúvida – ainda por cima este é, tanta gente, um dos maiores governos de sempre! –, em seguro abono da enorme consideração em que o novo primeiro ministro tem a cidade daquele que foi o seu mandatário nacional, em prova evidente, também, ou assim parece, de imenso apreço pela qualidade política dos socialistas destas bandas. 

Está formalizada a comissão para os Jogos Europeus Universitários, que vão decorrer em Coimbra, em Julho de 2018, com a participação de mais de cinco mil atletas estudantes de 250 escolas europeias. Definidas, designadamente, responsabilidades nos transportes, refeições, alojamentos, aguardamos uma clarificação sobre os indispensáveis trabalhos de reabilitação de todo o estádio universitário. E não apenas – nesta oportunidade de facto única – nos dois pavilhões já em obra.

Coimbra voltou a ser generosa (mas ainda um pouco menos do que os tão generosos voluntários que lhe dão corpo) para com o Banco Alimentar; José Manuel Pureza, muito oportuno, perguntou ao novo governo sobre o Metro Mondego e os compromissos políticos assumidos; morreu, autarca justamente respeitado, Jorge Bento; integrando o espólio de mais e mais de 3 mil livros que ofereceu ao município, Eduardo Lourenço tem uma sala com o seu nome na Casa da Escrita; abomino estas ameaçazinhas de irem "para outros locais onde sejamos melhor recebidos", como, lamentavelmente, agora fez o diretor do Festival Caminhos do Cinema; e, com decorações festivas singelas, mas mais bonitas, o presidente ligou o interruptor...e fez-se luz natalícia na baixa da cidade.

António Cabral de Oliveira

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