sábado, 2 de abril de 2016

A 19 de dezembro ACO escreveu …

RIO ACIMA, SEM MOTOR

João Aidos, coordenador do projeto, diz que "o Convento de S. Francisco não dá para fazer bem. Só dá para fazer muito bem". E é exatamente isso que a cidade exige em termos de programação cultural e de congressos. Se não, até eu serviria para administrar o equipamento cuja escala "sobredimensionada" para a região – Aidos o diz – mais não é, afinal, do que desafio a ganhar. Obviamente. E sem margem para qualquer dúvida!

A câmara de Coimbra desceu 81 posições no Índice de Transparência Municipal, passando da 37º para a 118º posição. Sabendo nós que a qualificação assenta apenas numa avaliação das páginas na internet, não deixa de ser verdade que preferíamos ver a nossa autarquia melhor colocada nesta (in)capacidade de disponibilizar, também no seu site, mais e melhor informação de interesse público. E é na certeza de que tudo depende, essencialmente, da " vontade política", que fica, Manuel Machado, o reparo...

O distrito volta a liderar em todos os graus de ensino – 4º, 6º, 9º e 12º anos – apresentando os melhores resultados nos exames nacionais. O que é sobretudo relevante e valioso quando pensamos em termos da capacidade de ensino instalada, da valia de professores, da qualidade dos alunos, ainda, indispensavelmente, do acompanhamento por parte dos pais. Entretanto, e na certeza de que estes rankings classificam mais os alunos do que as escolas, destaque para os Colégios Rainha Santa Isabel e S. Teotónio e para o Infanta Dona Maria.

Lê-se (em reportagem do DN) e quase não se acredita. Não é que Samer Amati, um sírio que está entre nós a fazer um doutoramento em Economia, considera ser Coimbra, o que não surpreende, o lugar português de que mais gostou. "Estive lá seis meses – diz – e lembra-me Damasco: as ruas pequenas, ruínas (?!) por todo o lado". Enquanto confessava que "sinto que pertenço a Coimbra", "sinto-me leal a Coimbra". Tal como eu, direi, mas, por Deus, por razões opostas: as avenidas largas da liberdade e do humanismo, o património construído ou imaterial, afinal a cultura, o conhecimento, os afetos, esta nossa histórica capacidade de estabelecer pontes civilizacionais.

"Senhor Reitor da Universidade de Lisboa", assim começava a presidente do Instituto Camões a sua intervenção na abertura dos trabalhos do Congresso "Língua Portuguesa, uma Língua de Futuro", que encerrou as celebrações dos 725 anos do Estudo Geral. Pobre Portugal este. Não por ele, está bem de ver. Antes, e só, pelas pessoas que o habitam, sobretudo aquelas que, investidas em altas responsabilidades, como será o caso, não se podem permitir, nunca, tamanhas gafes. Primeiro, porque nem tudo (embora quase tudo) acontece na capital; depois (e sabê-lo teria evitado o erro), porque, aqui em Coimbra, o título daquele dirigente máximo, único no país, é o de Magnífico.

Se o permitem, gostaria de me associar ao voto de reconhecimento da câmara municipal da Lousã aos vinhos do Conde de Foz de Arouce, agora classificado na nona posição do top mundial da prestigiada revista Wine Entusiast, uma distinção que em nada me surpreende, eu que ainda sou do tempo (e circunstância) em que aquele néctar, sempre delicioso, nos chegava em garrafão.

A Orquestra Clássica do Centro, parabéns, celebrou 14 anos num percurso de vida tolhido de dificuldades que, em boa verdade, dão força ao projeto; o penalista Costa Andrade proferiu a sua última aula; a Coimbra Editora, lamentável, foi declarada insolvente; Luísa Carvalho, responsabilidade imensa, é a óbvia sucessora de Aníbal Duarte de Almeida à frente da Casa dos Pobres; Jorge Brito, chefe do Gabinete de Apoio ao Investidor da CMC, é o novo secretário executivo da Comunidade Intermunicipal "Região" de Coimbra; e Cunha-Vaze a sua AIBILI, sempre na ribalta da ciência, venceu o Prémio Pfizer de Investigação Clínica.

Neste tempo ainda de advento, visitemos os tantos presépios que se prepararam, desde os Sapadores Bombeiros ao de Penela, passando pelas imagens de Cabral Antunes que voltam a estar expostas no Edifício Chiado. Um Feliz Natal para todos.

António Cabral de Oliveira

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