sábado, 12 de abril de 2014

A 12 de abril ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

A crer no Público, jornal geralmente bem informado, a Comissão Europeia exigiu ao governo projetos de infraestruturas voltadas para os passageiros, através de investimentos nos transportes urbanos. Julgando nós, em absoluto, o nosso inteiro enquadramento com a imposição – obrigado Bruxelas –, talvez assim o metro de superfície do Mondego, na totalidade do traçado que os especialistas debuxaram, com a indispensável componente citadina, e sem outras soluções mais baratas (o regresso do carro de bois?), possa, porventura através da "rubrica outros serviços públicos de transporte", entrar, justa e finalmente, nos carris. Também porque não quero acreditar que se há dinheiro para mais uma extensão do metro de Lisboa, agora até à Reboleira, não o haja para aqui...

O presidente da Câmara Municipal de Viseu, apesar da opção oficial pela renovação, profunda, da linha da Beira Alta, continua a sonhar, novo-rico, com obra ferroviária de raiz entre Aveiro e a sua terra. Por outro lado, inventa traçados diferentes para a autoestrada, não em direção a Coimbra, mas, diz, imagine-se, coisa absolutamente diversa...para sul. Tendo sido até há pouco ajudante de ministro do atual governo, percebe-se (para quem ainda tivesse dúvidas) a qualidade da gente que nos tem administrado. Que saudades, reitero-o, do beirão, por inteiro, Fernando Ruas!

Coimbra vai ser a cidade anfitriã dos Jogos Europeus Universitários de 2018 – contrariando o ditado, à segunda foi de vez –, que aqui trarão, durante duas semanas, mais de cinco mil jovens oriundos de 40 países. Candidatura que só foi possível com a convergência de instituições como a AAC, a FADU, o município e a universidade de Coimbra, também do governo (quanto poderíamos fazer, Deus meu, se unidos apenas em interesses comuns!), os EUSA contam, ainda, com a colaboração das câmaras da Figueira da Foz e de Montemor-o-Velho, e terão na reabilitação do estádio universitário uma das suas marcas de referência. Para além, naturalmente, do algum prestígio que, mau grado a inveja nacional, nos carreará...pelo menos lá fora!

Hoje, enquanto peão e automobilista, tenho um pedido para Manuel Machado: não seria possível, de forma faseada embora, continuar a temporização dos semáforos da cidade? É que os resultados, onde ela já foi realizada, são tão válidos em termos ecológicos, de poupança de recursos, talvez sobretudo de conforto, afinal de qualidade de vida...

O único sócio dos Bombeiros Voluntários de Góis que esteve presente na assembleia geral da benemerente entidade aprovou, com o seu voto, por unanimidade (a notícia não precisava se bateu ou não palmas, ficando nós na dúvida sobre a aclamação), o relatório e contas de 2013. Assim vai o associativismo no nosso país, até mesmo nas instituições que se constituem, ou constituíam até não há muitos anos, no derradeiro esteio do voluntariado, da capacidade humana de entrega desinteressada ao seu semelhante.

Um simulacro de incêndio promovido pelos Bombeiros Voluntários na Baixa da cidade mostrou que as bocas-de-incêndio estavam inoperacionais, em prova provada do quanto aquele corpo, mais do que a simples denúncia, e porventura substituindo-se aos Sapadores e à Águas de Coimbra, poderia antes fazer para uma melhor prevenção do fogo urbano: a verificação sistemática, ali, da rede de hidrantes.

Quando a Direção Regional de Cultura do Centro tinha já adjudicado as primeiras obras de recuperação na Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, cidadãos convocados através das redes sociais decidiram fazer um cordão humano à volta da antiga residência de Aristides de Sousa Mendes, para a..."salvar da ruína"; morreu Jorge Biscaia, as minhas homenagens, personalidade que ficará para sempre indelevelmente ligada à bioética; a Queima das Fitas, face à crise generalizada, sofre novo corte de pelo menos 10% – nos excessos a que se chegara, parece haver males que vêm por bem - no seu orçamento; o CHUC foi agraciado – signifique ela o quer que seja - com a medalha de ouro de serviços distintos prestados à saúde; Jaime Soares é, por óbvio, recandidato à Liga dos Bombeiros Portugueses; fui, um dia destes, beber um belo gin português ao novo espaço do Ostradamus – agradável, apesar de ser em cave, e a pedir uns sofás – outra forma de se procurar rentabilizar, neste tempo difícil, um restaurante de qualidade; e o Grupo Folclórico de Coimbra e o da Casa do Pessoal da Universidade voltaram a recriar, uma saudação para ambos, a Feira dos Lázaros no Bairro de Celas e no largo de D. Dinis.


António Cabral de Oliveira

A 5 de abril ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Estou apoquentado. Parece não haver quem execute as tradicionais borla e capelo, tendo-se encontrado apenas uma entidade, no país inteiro, disponível para o fazer. Mais preocupante, contudo, é a aventada hipótese – só a possibilidade arrepia! – de uma alteração das insígnias doutorais que possibilite, diz a empresa, a sua execução "de forma mais simples e mais acessível". Antes de grossa asneira, o melhor é estarmos, todos, atentos e precavidos.

O troço Alfarelos-Pampilhosa da linha do Norte, um dos poucos entretanto não beneficiados (porque será que tudo o que é próximo de Coimbra, como aconteceu com a AE Lisboa-Porto, com o metro, as autoestradas para Viseu e para a Covilhã ou Castelo Branco, e o aeroporto de Monte Real, fica sempre para o fim, ou não se faz?) vai sofrer relevantes obras de requalificação, que incluem benfeitorias em plataformas de embarque, renovação da via, passagens desniveladas e nova sinalização. Mas, note-se bem, com a lamentável exclusão, uma vez mais – até quando, apetece perguntar! – da estação, ou apeadeiro, como bem lhe chama o presidente da Câmara, de Coimbra B…

Depois das delongas do costume, também não foi desta que o município, por preocupações que eu próprio subscreveria, viu aprovada, em sede do executivo autárquico, a revisão do PDM. E ainda falta – esperemos que a demora valha a pena e saia dali documento escorreito para o nosso desenvolvimento, que a Coimbra Património Mundial, sobretudo a Coimbra dos cidadãos, agradecerá – a decisão da Assembleia Municipal.

A Câmara consignou a empreitada que restabelecerá os dois sentidos de trânsito nas avenidas da Guarda Inglesa e João das Regras – mal-empregado dinheiro para obra que se quer e estima, este meu otimismo(!), para pouco tempo, só até à abertura da artéria junto ao pavilhão 1 do estádio universitário – e que inclui duas rotundas, uma junto do Portugal dos Pequenitos (parece que sem a estátua a Bissaya Barreto), outra cerca da ponte de Santa Clara.

Em reunião recente da edilidade, Manuel Machado referiu, a propósito de uma indispensável verificação da sustentabilidade das políticas de habitação social que "a câmara aluga (arrenda, diria melhor) casas por 600 a mil euros no mercado, para depois as subalugar (subarrendar) a 10 ou até 50 euros". Mas não seria preferível, pergunto, com o valor de tal subsídio, e olhando para o que por aí se está a pagar, dar antes trabalho e um salário digno a quem necessita de ajuda? Até porque, se mais não fora, dizem-no os sindicatos, falta mão-de-obra no município.

Os restos mortais de Luiz Goes, nome maior da canção de Coimbra, repousam já, desde o passado domingo, no jazigo municipal que, na Conchada, fica dedicado "à imortalidade de figuras ilustres da academia e da cidade". Uma homenagem, justíssima, que inscreveu, ainda, integrado na semana cultual da universidade, um tributo no Gil Vicente.

Quando li, quase não queria acreditar. O ministro da Administração Interna anunciava, imagine-se, que o país, recorrendo – sempre o mesmo – aos fundos do QREN, vai adquirir dois aviões Canadair. Depois de décadas e décadas de espera pela concretização de uma tão absoluta evidência no combate ao fogo florestal (e não só), a martirizada Beira agradece, cética embora, a decisão política...

Ana Abrunhosa, António Queirós e Norberto Pires são os nomes para Poiares Maduro escolher quem vai ser o presidente da CCRDC; se a Europa não vai pagar a autoestrada Coimbra-Viseu, quero ver como é que o governo descalça a bota da construção daquela que, tem sustentado, (recordam-se?) "continua a ser uma prioridade"; Pedro Dias, parabéns, foi distinguido com o galardão José de Figueiredo, da Academia Nacional de Belas Artes; António Arnaut, apesar de “santo da porta”, vai ser merecidamente doutor honoris causa pela Faculdade de Economia; quatro laureados com prémios Nobel, não coisa pouca, apadrinharam a inauguração de um importante Centro de Ensaios Clínicos do CHUC; Nuno Oliveira, para "acordar o gigante", é o primeiro candidato às eleições da Académica-futebol; e a Feira do Bolo de Ançã, adocemos ao menos a boca, retornou à, por igual, excelente vila.


António Cabral de Oliveira

A 29 de março ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Enquanto Manuel Machado acredita que "dentro de três semanas" o Convento de S. Francisco voltará a ter obras, Fernando Gouveia, da MRG, afirma que "da nossa parte bastavam três meses para acabar” a empreitada. Assim sendo, se prevalecerem a inteligência e o bom senso – como quero cuidar –, podemos marcar a inauguração do Centro de Convenções e Espaço Cultural para, façamos as contas, 12 de julho. Talvez mesmo, com um pouco de esforço e a intercessão da Rainha Santa, para 4, Dia do Município!

Um dia destes, lutando contra as vertigens, subi, rampa acima, mas com motor, aos altos das Lagoas para apreciar as quase concluídas obras de construção do acesso e viaduto sobre o Ceira da AE 13, relevante via que nos liga a Tomar, e ainda, se algum dia totalmente feita, a Setúbal. É, de facto, uma empresa que impressiona de um ponto de vista técnico. Que, esperamos, há de encontrar inteira correspondência entre os custos e os benefícios – sobretudo quando, a norte, estiver ligada a Souselas e Mealhada – que dela irão resultar.

Já se sabia que administração da coisa pública portuguesa tem, cada vez mais, dois níveis únicos: o decisório em Bruxelas, o executivo em Lisboa. Agora foram os institutos de oncologia, em nome, imagine-se, da qualificação da assistência aos doentes, que se viram integrados num único grupo hospitalar. E apesar das garantias de continuidade da independência total de cada um dos três centros de Lisboa, Porto e Coimbra, neste país cada vez mais centralista, desconfio. E muito...

Na ausência das cinco delineadas, já surgem estudos, até governantes – e logo Manuel Castro Almeida, secretário de Estado do Desenvolvimento Regional – a dizer que são 31 as regiões portuguesas, confundindo (?) as NUT 3 com as 2. E se este o faz para louvaminhar aquelas não autarquias, as comunidades intermunicipais, os primeiros são editados para nos dar triste conta de que a "região" mais pobre dos 12 países fundadores do euro é, nem mais, para vergonha nossa, a Serra da Estrela. Perante esta realidade, e a coesão mostrada pelas câmaras daquela CIM na defesa das vias, pode ser que assim o nosso governo e as instâncias comunitárias consigam, tendo em vista o desenvolvimento do desvalido território, cabimentar algumas verbas para os IC que justamente se reclamam.

Foi apresentado na câmara municipal, e com direito a participação presidencial, o programa do segundo Ciclo de Requiem de Coimbra, de hoje até 18 de abril, que trará até nós, para cinco concertos (que pretendem, alega-se, promover a urbe e a região Centro), orquestra e corais...da zona do Porto. Na quase ausência de agrupamentos da cidade – apenas a participação do Coro Sinfónico Inês de Castro –, quase poderíamos chamar àquela iniciativa, antes, Requiem por Coimbra.

Gosto do projeto que – lenta, lentamente – está a alterar o lancil e o passeio norte da Olímpio Nicolau Rui Fernandes e da Sá da Bandeira, absolutamente qualificador daquelas artérias urbanas. Um pequeno grande empreendimento que, sem dispensa, se deve entretanto alargar aos restantes. E que, notável, sendo uma obra de transição (como se não o fosse sempre o município, afinal todos nós), ainda não provocou quezílias na edilidade sobre quem fez/faz o quê...


A câmara municipal decidiu realizar uma Feira Cultural, este ano de 23 de maio a 1 de junho – esperemos para ver no que resulta –, que passa a integrar, para além do livro, artes plásticas, música, gastronomia e artesanato; os fundamentalistas podem dormir descansados, agora que o IKEA assumiu a replantação, já em breve – nem só os ecologistas vociferantes gostam de árvores –, dos sobreiros em falta no planalto de Santa Clara; escanções – que belíssima profissão – de todo o país encontraram-se em Coimbra; e teria sido bom que Pedro Machado, depois de diagnosticar os três problemas estruturantes da Turismo Centro de Portugal, tivesse avançado com propostas de solução, concretas, para os ultrapassar, já que só com boas palavras, e melhores jornadas gastronómicas, não vamos lá...ou antes, não vêm ou ficam por cá!

António Cabral de Oliveira

A 22 de março ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Leio, em jornal de referência, que a Judiciária inaugurou, obviamente em Lisboa, edifício gigante com salas que vão ficar vazias. E é olhando para o seu custo, de, coisa pouca, 95 milhões de euros, que dou comigo a cogitar sobre se os espaços ali construídos em dobro (!), não poderiam compensar, antes, os que não se concretizam para a PJ de Coimbra – ou do Centro, o que seja –, no planalto de Santa Clara. Mas isto devo ser eu em alucinação...

Pronto. Pelo menos aparentemente, a corda partiu. A câmara municipal, desavinda com a MRG, assumiu por unanimidade a resolução do contrato com aquela empresa, tomando posse administrativa da obra de construção do centro de convenções, no convento de S. Francisco. Com a empreitada a dois passos da sua conclusão, veremos agora quanto tempo vai Coimbra continuar à espera – parece sina – de um equipamento indispensável à sua afirmação e desenvolvimento. Talvez até que todos (ou quase todos) nos tenhamos esquecido de que os trabalhos estavam, no final do anterior mandato autárquico, praticamente terminados!

São mais de 1.500 os idosos que residem sozinhos ou isolados no distrito de Coimbra. Trata-se, apurado pela GNR, de um número impressionante (mas bem pior em terras do interior) que nos deve deixar preocupados. E a exigir o nosso empenhamento para, sem estarmos sempre a pensar no Estado, sermos capazes, nós mesmos, de algo tão simples quanto o promovermos, na nossa vizinhança, alguns momentos, breves que sejam, de simples companhia aos mais velhos. Não cansa muito e, acreditem, compensa imenso.

Manuel Machado, querendo cumprir, assim, promessa feita, deu início à plantação de 2.100 árvores – a nós compete-nos, agora, de facto, estimá-las – nesta "Semana da Floresta". Que termina amanhã com a sempre muito curiosa Feira no parque verde do Mondego, de onde, para além de tantos ensinamentos, poderemos trazer, espero, uma pequena árvore (a azinheira do ano passado está excelente) para fazermos crescer, por enquanto, nas nossas varandas.

A Assembleia Municipal de Coimbra, apesar de, como reconhece o seu presidente, funcionar mal, fez bem em aprovar uma moção contra a privatização do lixo. Assim contribuindo para que se continue a justificar a existência do município. É que, com tantas concessões aos privados – a água, a luz, os jardins –, acrescidas da correta transferência de competências para as freguesias, um dia destes já não se compreende a manutenção desse nível da administração local: privatiza-se mais qualquer coisinha, e a pequena parte sobrante contratualiza-se com uma qualquer empresa de gestão de condomínios...

Quando vi a proposta de divisão territorial dos "Sítios para comer e dormir", que o Expresso está a editar, julguei, por fim, que a imprensa lisboeta já se tinha dado conta da existência da região Centro. Afinal, engano meu – ninguém é perfeito – o respeitável semanário equivocou-se, também ele: sem ter acabado com as Beiras, valha-nos isso, coloca Leiria em Lisboa e Vale do Tejo! Uma pena...


Morreu Zé Penicheiro – as minhas homenagens – pintor e colaborador de jornais que conheci, muitos anos atrás, na sua casa de Quiaios, onde, não só entre telas e pincéis, apreendi melhor a sua arte; a universidade, bem, vai coordenar, em Timor, cursos de mestrado em Direito e Língua Portuguesa; o município quer criar, seja ela o que for, uma naturalmente sempre bem vinda plataforma de dinamização empresarial; investigadora da UC, Sandra Morais Cardoso, recebe prémio em neurociências por trabalho desenvolvido na área da doença de Parkinson; contrariando o que facilmente se constata em termos políticos, ainda bem que a nossa região mostrou dinâmica e coesão, ao menos nesse campo, na Bolsa de Turismo de Lisboa; e os Ararur, uma banda de jovens de Coimbra, foi nomeada, um abraço, para os Independent Músic Awards.

António Cabral de Oliveira

A 15 de março ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR
Preservar os centros históricos das cidades – a beleza que os nossos antepassados nos deixaram – contra o zelo destruidor dos modernizadores, e revitalizar os subúrbios, transformando-os, para construirmos a beleza do amanhã, este, em síntese, o propósito de vida do arquiteto Renzo Piano, referindo-se às urbes da Itália natal. E foi ao ler, para entusiasmo meu, o seu retrato, que dei comigo a pensar na imensidão do trabalho que em Portugal, também, muito concretamente, em Coimbra, temos pela frente. Que não pode permitir, em circunstância alguma, mais adiamentos, locais, nacionais ou europeus, de medidas políticas (mesmo) inadiáveis.

Magnífico, o reitor assumiu, um dia destes, a garantia de que na Universidade de Coimbra "aumenta a agressividade contra o plágio ou o copianço". Finalmente, depois de décadas de permissividade – as exceções apenas confirmam a regra –, parece que as Velhas Escolas, em exemplo que se deseja nacional, vão exigir honestidade (não só) aos seus alunos. Porventura como contributo para passarmos da geração (apenas isso) mais escolarizada para a, academicamente, mais preparada. Portugal e o futuro, se ainda formos a tempo, agradecem...

Afinal, não se justificava qualquer preocupação. Para Carlos Encarnação, cuja opinião tanto nos importa, a quinta posição ocupada por Coimbra num ranking recente significa, bem vistas as coisas, o inquestionável terceiro lugar no contexto nacional. Oeiras é Lisboa, diz, Braga quase quase o Porto. Estamos, enfim, no bom caminho para, inconformados e exigentes, indispensavelmente com muito empenhamento e trabalho, continuarmos a ser, não a primeira ou a segunda, mas a melhor cidade...

Noticiam os jornais: milhares de pessoas no carnaval da Mealhada, uma centena no protesto cívico contra o encerramento do tribunal de Penela. Ali, tantos, em plena Quaresma, para a festa. Aqui, tão poucos, apesar da crise, para o ato de cidadania. Assim vai o país, assim vamos nós, também na Comunidade Intermunicipal "Região" de Coimbra.

Parece que os agricultores do Baixo Mondego vão receber menos ajudas comunitárias, quadro que levará a sérias dificuldades na rentabilização da cultura do arroz. Face ao problema, e para além de respostas que as organizações do setor irão, seguramente, encontrar, talvez todos nós possamos dar um contributo para a valorização de um produto endógeno, de excelente qualidade, que nos engrandece regionalmente, começando por preferirmos o seu consumo, fazermos a sua escolha quando vamos às compras. Enquanto pensamos, porventura, numa aposta da restauração que o privilegie e tenha como mote, admita-se, o "arroz do Mondego, arrozes à nossa mesa". É que, criativamente, em receitas tradicionais ou risotos, são tantas, e tão diversas – da lampreia ao leitão, dos míscaros ao cabrito das serranias, dos peixes ao marisco do nosso mar –, as possibilidades desse, então, novo destino gastronómico...

Hoje, uma quinzena de dias após o início da semana cultural da Universidade de Coimbra – que se prolonga, temos tempo, ainda por mais 45 dias, até 1 de maio – gostaria de deixar uma provocação aos leitores, perguntando: em quantas ações já participou, ou o que tem selecionado da vasta programação? Em jeito de chamada de atenção, com certeza, mas também para, depois, não se dizer que, por aqui, nada acontece!


Gostei tanto de ouvir, na sessão plenária camarária, em razão de valores éticos, Manuel Machado a aceitar e a agradecer a colaboração, não interessa em quê, da oposição, quanto, muito pouco, por motivos inversos, da deliberação da subida de cinco mil para 75 mil euros do valor dos contratos de aquisição de serviços que o presidente pode celebrar sem prévio conhecimento do executivo; estudantes de geologia, em atitude de efetivo simbolismo ecológico e de cidadania ativa, decidiram, muito bem, um exemplo, adotar uma árvore do Jardim Botânico; voltou à cena, agora com luz, congratulemo-nos, o trabalho "Virtual", do TEUC; retornei, com muitos outros, à Expo Clássicos; e no dia do 233 aniversário dos Sapadores Bombeiros, Paulo Palrilha, receio que não apenas por razões de competência técnica, foi empossado – outra vez um não militar – como novo comandante da Companhia.

António Cabral de Oliveira