sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A 6 de dezembro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

A central de camionagem de Coimbra – a terceira maior do país, em movimento, servindo, semanalmente, mais de 17 mil passageiros – passou por obras de beneficiação que, em boa verdade, embora louváveis, vão pouco além de algumas voluntariosas pinturas. Construir um novo e qualificado terminal rodoviário na cidade, deve ser, com certeza, utopia minha. Mas, se calhar, ainda bem que assim é: para não provocar contraste de maior com a "belíssima" estação ferroviária, ali bem perto, sobre cujo projeto de renovação, sepulcral silêncio da REFER, continua a não haver (com a conivência da nossa quietude), nem novas nem mandadas...

Em iniciativa do Município, dos comerciantes e da Polícia, a cidade, pelo menos aquela que se interessa pelo tema – e alguma foi – analisou, em debate sempre importante, a questão da Baixa, turismo e património em segurança. Com a participação, nomeadamente, de terras outras, como Guimarães, Óbidos e Viseu, que viveram já boas experiências (e não, é certo, para colocar Coimbra no mapa, como, com bonomia, dizia um dos compartes) de requalificação dos tecidos construídos por forma a alcançar-se, nos centros históricos, uma melhor qualidade de vida urbana. Ali, em absoluto, tão necessária.

Portugal tem, entre as melhores da Europa, três escolas de Gestão. Com Coimbra fora do ranking do respeitado Financial Times, o facto não deixa, contudo, de ser relevante. Sobretudo quando olhamos – tanto que precisamos de aprender! – a realidade económica e administrativa do país.

Manuel Machado, clarinho como a água, disse, falando em "esbulho", "confisco" e "embuste", que, caso o governo insista em fusão contrária aos seus interesses – para além do que é exigível em nome da solidariedade regional, naturalmente – Coimbra sairá da Águas do Mondego, tomando posse dos bens municipais que estão na entidade de concessão. Fizessem sempre assim, e não estariam os municípios, com igual legitimidade democrática, tão subalternizados em relação ao poder central; agíssemos nós sempre de tal jeito, e a cidade não seria, como é, tão maltratada pelo Terreiro do Paço...

Continuam os acidentes, gravíssimos, em acessos a Coimbra, a norte e a sul, designadamente nas ligações a Condeixa e à Mealhada. E enquanto se pedem separadores entre as vias, mantenho, pela inversa, que a única solução para tamanhos problemas passa, não por soluções de recurso, antes, definitivamente, pela duplicação daqueles itinerários. Custará mais caro, com certeza. Mas é bom que olhemos também as imensas vantagens, sobretudo em preservação de vidas.

Ao contrário do que um dia destes se alvitrava, a Região Centro não pode vir a afirmar-se, no futuro, como um magnífico destino de enoturismo. Porque, tal como acontecia também no passado...o é já, no presente. Ou não serão o Dão e a Bairrada, vinhos tão antigos, mas também Lafões e a Beira Interior territórios privilegiados onde, desde há muito, vamos – e continuaremos a ir – de visita para, enquanto se desfruta de espaços belíssimos, bem comer e melhor beber? Poderão, as Beiras, não ser de excelência. Mas são excelentes…

Quanto mais leio sobre a valia e a importância do porto de Sines, menos compreendo, sem esquecer Setúbal, o porquê de Lisboa (e do governo, que é quase a mesma coisa) persistirem em ter um – dinheiro assim deitado não à rua, mas ao mar – na Trafaria ou no Barreiro. E espero ver como será no dia em que, mais do que Lisboa querer ter um novo porto, o Porto queira ter, (falo de descentralização, entenda-se), enseada amena, uma...lisboa.

O Centro de Documentação 25 de Abril ficou bem mais rico com o arquivo pessoal da antiga primeira-ministra Maria de Lurdes Pintassilgo, assim se cumprindo a vontade, manifestada em vida, de entrega à Universidade de Coimbra daquele vasto e importante espólio; o Banco Alimentar, com certeza significativo, recolheu 93 toneladas de alimentos na sua última campanha distrital, menos 15% do que, à semelhança do todo nacional, foi conseguido em 2013; a Unidade de Alcoologia de Coimbra, sempre mais e mais relevante, é bom que ninguém o esqueça, celebrou os seus 50 anos; e, se Deus quiser, logo pela noitinha, acendem-se, por fim, um mês depois dos centros comerciais, uma semana após todas as outras cidades...as iluminações de Natal.


António Cabral de Oliveira

A 29 de novembro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Apesar das melhorias que julgo conseguir detetar em termos de praxe, de tradições académicas, pergunto-me como é que tantos permitem, ainda, em Coimbra, que tão poucos deem tão má imagem de, afinal, todos!

Imagino a angústia de Pedro Machado quando, ao folhear a belíssima separata que a prestigiada Monocle editou sobre Portugal, não encontrava, por mais páginas que percorresse, para além de breve alusão a Coimbra, "histórica cidade universitária", qualquer referência à Região Centro. E como a revista aborda Lisboa e o Porto, o Norte, o Alentejo e o Algarve, tamanha omissão dever-se-á a quê?

Ana Abrunhosa, presidente da CCDRC, defende, esclarecida, que a região necessita de "mais investimento produtivo inovador", área em que se mantém abaixo da média nacional, pelo que urge, inadiavelmente, aumentar "o nível da produtividade, a capacidade de gerar riqueza, e a demografia". Entretanto, com certeza também esclarecidos, os políticos regionais, olhando os seus umbigos, continuam entretidos com as habituais e assim relevantíssimas questões...que nos mantêm neste triste estado de coisas.

Em decisão absolutamente acertada, o município aprovou o projeto de ligação da Rua de Aveiro com a Sofia, no sentido descendente, através do Carmo, enquanto melhorará, a partir do Pátio da Inquisição, a subida por Montarroio. Esperemos é que não haja, também agora, a tentação de pendurar novos prédios ali no alto do Quartel da Graça. Mais, que todo o espaço envolvente seja aproveitado, faseadamente embora, que os tempos não estão fáceis, para se fazer novo jardim, prolongando, belíssimo, o da Cerca da S. Bernardo.

Ouço, e quase não acredito. Não é que a ministra da Justiça anunciou, no Parlamento, que a construção do edifício da nova sede nacional do Instituto de Medicina Legal, gratíssimos ficamos, é prioridade orçamental para 2015! Em Coimbra, imagine-se...

A base aérea do Montijo, da FAP, é oficial, será, também, aeroporto civil. A da Monte Real, por vontade do governo, é que não. Mas pode ser que, entretanto, assegurados assim os voos das companhias low cost para bem perto da capital, a disponibilidade da administração central se altere...

Neste tempo ainda de celebração dos 35 anos do Serviço Nacional de Saúde – longa e qualificada vida, que bem precisamos! – um facto há que me preocupa deveras. É que, sempre na restrita defesa do doente (o nosso obrigado, atento e venerador, dos tantos que ainda mantemos tão elevados níveis de confiança), os enfermeiros continuam a afirmar cansaço, os médicos a denunciar problemas de exaustão. E todos, todos, com certeza, em regime de exclusividade, sem qualquer acumulação de funções, sem clínica privada, nada...

Recente relatório da OCDE sobre o bem-estar nas regiões da União Europeia concluía, "enormíssima" surpresa, que, em Portugal, Lisboa é o território que apresenta melhores resultados em mais categorias. Fruto, seguramente, das políticas descentralizadoras, que a regionalização administrativa tem vindo a concretizar em favor da qualidade de vida e do desenvolvimento harmonioso de todo o país. E que, diga-se em abono da verdade, para sermos justos, têm vindo a ser coerentemente prosseguidas, sem exceção, por todos os governos da Nação.

Vinte (!) anos depois, parece que é já em 2015 que, finalmente – "imenso" país este – todos os postos territoriais da GNR vão ficar ligados em rede. Os discursos que então iremos ouvir em favor da segurança das populações atingida, da coesão do todo nacional também assim alcançada.

Porque, diz o povo, não há miséria que não dê em fartura, a municipalidade ditou, coisas da política, que a taxa de IMI será, afinal, não de 0.37, não de 0.36, mas de 0.35 por cento; Celeste Amaro, bem, envolvendo também Saragoça, desafiou o município de Coimbra, à semelhança dos de Santiago, a "pensar nos Caminhos da Rainha Santa"; a Bairrada, uma pena, com a vitória de Reguengos de Monsaraz, não será, agora, Cidade Europeia do Vinho 2015; a polícia, ora viva, realizou entre a ponte Rainha Santa e a rotunda da Portela, onde havia de ser?, uma operação anti-tunning, com apreensão de seis viaturas; a Semana de Reabilitação Urbana esteve esta semana nas ruas do Porto, a de Coimbra continua pelas ruas da amargura; Bruno Matias, um feito, foi reeleito presidente da AAC à primeira volta; e o evento cultural "O encontro das três princesas beatas", filhas de Sancho I, celebra, hoje mesmo, a não perder, com uma feira, teatro, música e dança, no burgo de Celas, os 160 anos da freguesia de Santo António dos Olivais.

António Cabral de Oliveira

A 22 de novembro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Quando a própria CCDRC, pela voz da sua presidente, vem defender, à míngua de dinheiro europeu (o governo, diz, não acolheu o Ramal da Lousã no Plano Estratégico, pelo que só se poderá recorrer ao Programa Regional, com menores meios), a reposição prioritária daquele serviço público de transporte com uma solução tecnológica diferente, quer isso dizer que não haverá metro ligeiro de superfície, antes, quando muito, um sistema "bus rapid transit". Bem podemos, autarcas, empresários e utentes, exigir, revoltados, a imediata conclusão das obras, na solução prometida, sobre carris, não sobre pneus. Mas estaremos a fazê-lo, receio-o mais do que nunca, debalde. Será afinal assim, através do esbulho de equipamento ferroviário, trocando-o por autocarros articulados um pouco mais sofisticados, que a administração central pretende, ora eis, resolver o que, com descaramento, classifica de “ questão de justiça social”. Uma vergonha, uma enorme e inadmissível ignomínia para com Coimbra.

Julgo, sem receio de errar, que em Coimbra não nos damos conta, não valorizamos suficientemente a qualidade dos serviços de saúde, aqui à porta, que nos são disponibilizados. O 25º aniversário do AIBILI – a excelência na oftalmologia – é, com certeza, circunstância ajustada para enaltecer uma realidade insofismável. E faço-o, as minhas homenagens a Cunha-Vaz e toda a sua equipa, também enquanto habitual utilizador dos serviços.

 O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras abriu, recentemente, com algum espavento comunicacional, um posto de atendimento na Universidade de Coimbra. Porque a distância física entre as Escolas e a Direção Regional do Centro não é assim tão grande – algumas centenas de metros, não mais – pergunto-me sobre o que terá levado a tal medida desconcentradora? Se calhar, amanhã, o encerramento, em favor da sempre propalada "descentralização", de mais um serviço público regional...

Atendido o compromisso que se ouviu no início do presente mandato camarário, não acredito que aquela estrutura  que se vê em foto publicada na imprensa seja, de novo, o que resta da ponte de Torres do Mondego. Só pode ser, mesmo, uma nova passagem pedonal, naufragada embora, ali junto ao Parque Manuel Braga!

Pedro Bingre, vereador dos Cidadãos por Coimbra, preconizou a criação de um corredor pedonal e velocipédico ao longo da avenida Cidade de Aeminiun, sempre junto ao rio, em direção ao Choupal. Acho bem, até porque também serviria a, perdoe-se o arcaísmo, Escola Agrícola, que, nas suas deslocações para a cidade, poderá, em abono dos valores ecológicos, fazer substituir, uma saudade, a antiga charrete...pela bicicleta.

A direção regional de Cultura do Norte de criou um gabinete de apoio ao empreendedorismo cultural, serviço público de informação sobre fontes de financiamento e possíveis parcerias. Coisa, com certeza, de que também já disporemos, aqui, no Centro.

Quase em simultâneo, a Câmara Municipal da Covilhã decidiu, há dias, homenagear José Sócrates, enquanto a local Universidade da Beira Interior doutorava, honoris causa, Zeinal Bava, duas personalidades que, cada um à sua maneira, "contribuíram", em "muito", para o "equilibrado" desenvolvimento económico e social do todo nacional, também do interior beirão onde a cidade serrana, julgo, penso, ainda se situa. Há de facto coisas, neste país, por certo limitação minha, que definitivamente não alcanço compreender.

Anabela Rodrigues é – parabéns, se mais não fora, pela corajosa disponibilidade – a nova ministra da Administração Interna; morreu André Campos Neves, a Universidade e a Académica de luto; terminam hoje, em boa hora regressados, os Caminhos do Cinema Português; o município de Coimbra, a par de alguns mais da Beira, recebeu, na sede da ANMP, a bandeira verde que o distingue enquanto autarquia familiarmente responsável; Poiares Maduro, não se sabendo se os portugueses, de bolsos vazios, o conseguirão celebrar, anunciou na Figueira da Foz, parece que sem mais nada para fazer a nível do governo, a criação do Dia Nacional da Gastronomia; quatro listas disputam, esta semana, as eleições da Associação Académica; de acordo com a PSP os furtos em viaturas – Coimbra, cidade segura –, duplicaram(!) no último ano; e um ligeiríssimo toque entre um autocarro e um automóvel "obrigou" uma vintena de viaturas dos SMTUC (impensável situação só aqui possível!) a uma paragem, em fila, na Sofia, durante meia hora...


António Cabral de Oliveira

A 15 de novembro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Olho, uma outra vez, a impressionante quantidade de turistas que, no Paço das Escolas, visitam, uma multidão diária, a Universidade de Coimbra. E continuo sem conseguir encontrar resposta para a dúvida que persiste: a incapacidade de prolongar a estadia, aqui, de apenas mais alguns deles, assim projetando o turismo e a economia regionais, é sinónimo de falta de força nossa, das instituições da cidade, da hotelaria, das entidades regionais do setor, ou resulta, apenas, aparentemente inultrapassável, de má vontade, de resistência à mudança por parte de quem programa as deslocações internas?

Vasco Pulido Valente desanca a Universidade de Coimbra, em crónica no 'Público', a propósito, sejamos justos, de uma infeliz decisão do diretor da Faculdade de Direito. E confessa, minimamente honesto, que nunca gostou das nossas Escolas, seus professores e praxes. Sentimento que poderia ser preocupante se não se nos afigurasse que VPV, ressalta dos seus escritos, só gosta, mesmo, de si próprio. Talvez seja também por isso que, no meu pleno direito, não aprecio muitos dos seus textos.

Anotei com prazer o êxito do Portugal dos Pequenitos – último grande esteio da Fundação Bissaya Barreto? – no que concerne a visitas àquele local de encantamento. E, quando o município sintrense e a Sonae se preparam para construir, em investimento de mil milhões, a Sintra dos Pequeninos, lembro, projeto antigo, a Europa dos Pequenitos. Em Santa Clara, no espaço disponível, seguramente com a colaboração dos respetivos países (a Torre Eifell, um moinho holandês, o Big Ben, a Fontana di Trevi, o Atomium, que sei eu, tudo em miniaturas seguramente deliciosas) do Velho Continente. Enfim, devaneios que gostaria não o fossem...

 O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras abriu, recentemente, com algum espavento comunicacional, um posto de atendimento na Universidade de Coimbra. Porque a distância física entre as Escolas e a Direção Regional do Centro não é assim tão  grande – algumas centenas de metros, não mais – pergunto-me sobre o que terá levado a tal medida desconcentradora? Se calhar, amanhã, o encerramento, em favor da sempre propalada "descentralização", de mais um serviço público regional...

Gostei de ver, juntas, lutando, no Conselho Empresarial da Região de Coimbra, pelo desenvolvimento económico de terras do Mondego, as respeitáveis Associações Comerciais e Industriais de Cantanhede, Coimbra, Mealhada e Figueira da Foz. Com oportunidade, sem oportunismos.

Será afinal na outrora fábrica de cerveja, e não nas instalações da antiga Triunfo – tanto faz, o que importa é a recuperação daquele espaço urbano – que se vai erguer, projeto magnífico, a nova sede da Plural, cooperativa farmacêutica que mantém, parabéns Miguel Silvestre, excelente e assim desejavelmente imitável dinâmica empresarial.

Fui, em jornada de memórias, ao lançamento do livro "Seminário de Coimbra - Subsídios para a sua História", de Aurélio de Campos (um abraço grande), que nos ensina, quem sabe se prego derradeiro de um encerramento lamentável, a compreender melhor a vida de 250 anos daquela que foi uma instituição muito relevante para a Igreja. E como gostaríamos, a cidade toda, embora isso não esteja sobretudo nas nossas mãos, de manter o sonho de Coimbra continuar, como o fez, ali, ininterruptamente desde 1765, a formar também sacerdotes...

Viva. Depois de tantas reuniões extraordinárias, fechadas à comunicação social, os jornalistas lá puderam fazer a cobertura, esta semana, do plenário da edilidade. Em favor, sempre, da transparência, cujo ranking nos atirou, este ano – mas porquê, Senhor? – de nono para o 37º. lugar...

Anuncia-se – porque será, para além da decrepitude? – a recuperação do Gil Vicente, designadamente ao nível da renovação das cadeiras; será em 2018, já no próximo mandato autárquico, que a IKEA vai abrir a sua loja de Coimbra, com 24 mil metros quadrados distribuídos por dois pisos, 740 lugares de estacionamento, dois parques de lazer e um novo acesso ao IC2; conforta-me a decisão camarária de lançamento, ao preço simbólico de um euro por mês, do passe "consigo+" para os beneficiários do Rendimento Social de Inserção; a Queima das Fitas foi, obviamente, eleita a melhor festa académica do país; depois de entrada de leão, Manuel Machado lá se viu obrigado a mais uma saída de sendeiro, agora a propósito da concessão dos bares e restaurantes do parque verde; e soube-me lindamente, recordando soutos de outrora, ir celebrar, ontem, ao Jardim Botânico, ideia excelente, o Dia de Pisar Folhas Secas.


António Cabral de Oliveira

A 8 de novembro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR
Do orçamento municipal para 2015 – que mal, Manuel Machado, as declarações sobre a redução da taxa do IMI e a "ameaça" de recurso ao Fundo de Apoio Municipal –, e depois dos projetos prioritários (S. Francisco, ação social escolar, habitação, lixo, iluminação pública, freguesias), sobrará pouco, muito pouco mesmo, cerca de dois milhões de euros, para novos investimentos camarários no ano de 2015. Ainda bem que a edilidade não aderiu, entretanto, aos demagógicos "orçamentos participativos". É que, se assim fora, não haveria, sequer, estas tão parcas verbas para áreas como a cultura, desporto, espaços verdes, urbanismo e reabilitação.

O município de Coimbra pondera a resolução do contrato de construção do crematório de Taveiro. Na sequência de iníqua desfeita para com a Santa Casa da Misericórdia, tem sido um errático desfilar de continuadas alterações e de permanentes adiamentos. Até, por fim, um dia destes, não haver mesmo cremação na cidade. Não a favor dos nossos mortos, antes, porventura, bem vivos, de outros interesses instalados...

A ministra espanhola de Fomento, Ana Pastor, ao falar, agora, sobre os enormes investimentos ferroviários do país vizinho, "esqueceu-se" de referir a modernização do principal acesso a Portugal, a eletrificação do troço entre Salamanca e Vilar Formoso, cujas obras, aliás, já deveriam estar concluídas. Ora aqui está uma excelente oportunidade para os nossos políticos regionais (alguns, pelo menos), em vez de andarem a inventar novas linhas, se afirmarem unidos na exigência, no plano nacional, do cumprimento do compromisso assumido por Madrid, designadamente na cimeira ibérica da Figueira da Foz. A bem do país e da Beira, que não dos interesses das suas paróquias...

O Magnífico Reitor comprometeu-se com o arranque, logo que possível, da segunda fase do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra. Para além da alguma vacuidade nos termos, e apesar da proximidade de eleições – João Gabriel Silva anunciou, entretanto, nenhuma surpresa, a sua, parece que única, (re)candidatura – tomámos, de tanto,  boa nota. Para memórias futuras...

Depois de Maria Helena da Rocha Pereira ter sido agraciada pela Grécia com a Cruz da Ordem da Fénix em razão do seu contributo para o estudo da cultura clássica daquele país, Cristina Robalo Cordeiro, em reconhecimento dos serviços à francofonia, foi distinguida pela República Francesa com as insígnias da Legião de Honra. Enorme orgulho para Coimbra e universidade.

O Conselho Académico, tenho-o por tanto, é o órgão máximo do academismo na AAC/OAF. Tanto, tanto, o academismo, que, porventura reflexo do tempo atual, não consegue, sequer, reunir. Por falta de quórum!

Vou passar a ir às compras com sacos reutilizáveis. É que, comigo, o governo não conta para engrossar as suas receitas fiscais com os 40 milhões previstos com a taxa de oito cêntimos por cada "saco de plástico leve". E sempre fico de bem com a minha consciência ecológica, afinal o grande "propósito", dizem de S. Bento, da reforma tributária, da fiscalidade verde...

Uma jornalista (?) de diário lisboeta perguntava, em entrevista ao diretor de informação da RTP, um dia destes, como se tal questão não fosse, ela própria, um completo e inadmissível absurdo, se "a informação regional interessa realmente às pessoas". Perante tamanha incompetência plumitiva, também do diretor do I, quedo-me amargurado sobre o ponto a que deixámos chegar o jornalismo português. E não pode ser tudo atribuído, como é fácil alegar, às limitações financeiras que o setor enfrenta!


O Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses tem, na sua sede, em Coimbra, placa com o novo logótipo, mas médicos legistas é que nem tanto; culturalmente relevante a apresentação, na Casa da Escrita, com a participação do autor, do segundo volume das Obras Completas de Eduardo Lourenço; bem aproveitando, por fim, os, dizem-me, vastos e excelentes fundos fotográficos de Centro de Artes Visuais, está ali em exposta "Esta terra é a tua terra"; empresa espanhola – podia também ser chinesa ou da Bielorrússia – vai explorar o bingo da Académica; a Águas do Mondego, leia-se de Coimbra, volta a receber o selo de qualidade exemplar; e, na passada segunda-feira, mais para ajudar, simbolicamente, a associação de comerciantes a pagar à Câmara a taxa de dez euros para a ocupação de espaço, do que para festejar os Santos, fui comer uma belíssima febra ao mercado...municipal.

António Cabral de Oliveira

A 1 de novembro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR
Não sei em que pé está o programa que, em 2015, faria de Coimbra, não sejamos modestos, "a primeira cidade do mundo com iluminação pública totalmente LED", investimento que permitiria (sempre o condicional) uma significativa poupança energética de 70%, e consequente economia em custos. Mas, enquanto esperamos pelas tais 35 mil luminárias do projeto europeu Transparanse, e depois da plantação, bem, de arbustos no separador central, não poderia a Câmara mandar instalar, para já, na Emídio Navarro, uns candeeiros que melhor iluminem a faixa, no sentido nascente, junto ao Parque? Porventura, quem sabe, com a tal tecnologia de...díodo emissor de luz!

Em conversa mantida com o renovado 'Correio de Coimbra' – que só subsistirá com o apoio, assinando-o, desde logo da comunidade dos cristãos –, monsenhor Leal Pedrosa, na sua elevada opinião, diz não entender como se fechou, na cidade, o Instituto Superior de Estudos Teológicos. Eu, olhando a urbe e a sua localização geográfica, a academia, o enorme e vazio seminário maior, também não...

O Congresso dos Bombeiros Portugueses aplaudiu, com uma enorme salva de palmas, a disponibilidade de Coimbra, afirmada por Manuel Machado, para receber o Museu Nacional do Bombeiro. Um projeto que Jaime Soares, entretanto reeleito presidente da Liga – um abraço –, vai, com certeza, ele que teve a ideia inicial, dinamizar com empenhamento inteiro.

Começámos, por aí fora, a inaugurar – e inaugurar é sempre uma festa – Espaços do Cidadão. Queira Deus que, nesta fúria de cortar despesas (preferencialmente fora da capital, está bem de ver), não andemos a "plantar" em cada município um eucalipto que vai secar os alguns pinheiros (leia-se serviços públicos) que ainda por lá se mantêm...

Quase não acredito. "A Cabra", jornal universitário de Coimbra, órgão da seção de jornalismo da Associação Académica, tem estado (esperemos que apenas até depois de amanhã) com a publicação suspensa por falta de colaboradores. Mas será possível que numa universidade com quase 25 mil alunos, dos quais três centenas são de jornalismo, não haja quem escreva umas peças que assegurem, com qualidade, a regular edição do quinzenário?! Bendita academia que tais estudantes – e professores – tem...

Segundo a imprensa, os Transportes Urbanos de Braga vão investir 135 milhões de euros, em dez anos, no que chamam de metro de superfície (mas, em boa verdade, um sistema BRT - veículo rápido de transporte, sobre pneus), e na aquisição de novos autocarros, para o que querem contar com substantivo apoio da União Europeia. Entretanto, por cá, continuamos à espera de boas notícias relativamente ao Metro Mondego, enquanto os SMTUC negoceiam a compra de autocarros...os mais deles em segunda mão!

Para Regina Duarte – de acordo com um marcante e lisonjeiro trabalho editado na revista UP da TAP – Coimbra, de que confessa ter ficado apaixonada, é não só "uma sede do conhecimento universal", mas também "capital do amor em Portugal" e, ainda, "uma viagem no tempo". Visitar a cidade era um seu sonho antigo, confessa, para logo acrescentar que, concretizado este, "mas só em parte, vou voltar para conhecer melhor e realizar o resto". Tem a palavra o município, o Turismo do Centro. Ou talvez não...

Em boa hora regressado, o Festival Caminhos do Cinema Português, que aqui vai decorrer nos meados do próximo mês, foi apresentado...em Vila Nova de Gaia. Para além das vistas, belíssimas, e dos patrocínios, indispensáveis, continuamos, assim, provincianamente, a olhar, embevecidos, para as “metrópoles”!

Uma maior redução do IMI, forçada pela oposição, confirma, Manuel Machado, a precariedade da “maioria” socialista no executivo camarário; a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, "porque não é possível conceber um futuro sem memória", promoveu na cidade, honra lhe seja, uma homenagem à antiga Casa dos Estudantes do Império; um mês antes da sua jubilação, Vital Moreira foi empossado professor catedrático da Universidade de Coimbra; colaboremos, todos, no peditório anual da Liga Contra o Cancro; e, excelente, o Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento (ativo e saudável) parece que sempre vai acomodar-se no antigo Pediátrico.

António Cabral de Oliveira