sábado, 2 de abril de 2016

A 27 de feveiro ACO escreveu …

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Cansa-me, absolutamente, esta saga da construção da autoestrada Coimbra-Viseu, ou Via dos Infantes, o que seja. Projetos em cima de projetos, intenções políticas, todas as promessas, diversidade de soluções técnicas e financeiras, que sei eu. E a nova ligação, considerada como primeira prioridade no Plano Rodoviário Nacional, sempre adiada. Como continua a parecer – julgo que ninguém entendeu muito bem o que quis dizer o secretário de Estado das Infraestruturas, se é que quis dizer alguma coisa – depois da intervenção de Oliveira Martins aquando do último Conselho Regional da CCDRC, em Castelo Branco. Está visto: mesmo que viva ainda muitos anos, não hei de estrear a indispensável e urgente alternativa ao IP3...

Sem querer retirar importância ao trabalho, o Plano de Mobilidade Urbana Sustentada da CIM da "Região" de Coimbra é, pelo menos muito do que ouvimos na sua apresentação, mais do mesmo e a confirmação do que já conhecíamos. A requalificação da ferrovia entre a Pampilhosa e Vilar Formoso, a autoestrada para Viseu, a conclusão do IC6 até à Covilhã, o porto da Figueira da Foz, o Metropolitano do Mondego, mas também as ciclovias, transportes públicos, vias pedonais, a intermodalidade e um sistema de bilhética comum são, de facto, fundamentais para a competividade, para a coesão do território, para a melhoria do ar, para a qualidade de vida dos cidadãos. Mas, afinal, tirando porventura o apresentador do trabalho – que, seguramente não por falta de massa crítica em Coimbra, fomos buscar nem interessa onde – alguém não o sabia já?

Era enorme o bulício, e ainda maior o constrangimento no trânsito, na rotunda Artur Paredes, na confluência da Elísio de Moura, Fernando Namora e Humberto Delgado. O que não deixava de ser absolutamente natural quando se decide mudar o piso da via a partir das 9 da manhã, em dois dias úteis seguidos. Fazer as obras à noite? Fora das horas de ponta? Em fim de semana? Num tempo sem aulas? Devo estar tolinho, ou a sonhar, quando admito qualquer das hipóteses. Mas talvez não sobretudo porque se constata que os trabalhos, possivelmente necessários, não eram, de todo, urgentes. Enfim, o nosso município no seu melhor!

Hoje, não quero, além da minha, “saber línguas” para, no caso, ler um livro sobre uma faculdade, a de Direito, de uma universidade, a de Coimbra, que se diz global e se quer a maior de expressão portuguesa. Publicado, assim mesmo, pela sua Imprensa, com edição apenas em inglês!

As ligações aéreas regionais Bragança - Vila Real - Viseu - Cascais - Portimão têm tido uma taxa de ocupação de 30% (5,5 passageiros por viagem em aviões com capacidade para 18 pessoas), procurando os concessionários a sua duplicação. Talvez esteja na altura, com valorização da oferta, e sem querermos assim almejar a "altos voos", de passar a incluir Coimbra, por óbvio, na rota...

Fantástica aquela noite, na Coimbra de que ele gosta muito e que muito gosta dele, a do concerto, de Ricardo Toscano – seu quarteto e convidado –, celebrador, no Gil Vicente, dos 50 anos do "Cinco Minutos de Jazz". Memorável. Na cidade onde, em Portugal, ainda antes de Lisboa e Porto, di-lo quem sabe, José Duarte, primeiro se começou a ouvir jazz.

Cozinha cuidada e serviço agradável, preços honestos, espaço de qualidade e ambiente simpático, eis bastantes razões para nos levarem ao Terraço da Alta, ali ao cimo da Padre António Vieira. Gosto, realmente, destas apostas de gente nova – e com gente nova – da moderna restauração coimbrã.

A saúde em Coimbra, pública e privada, mantém-se em patamares de excelência clínica; renasce a esperança com a promessa governamental de desassoreamento do Mondego; o Tribunal Constitucional confirmou a insolvência do União de Coimbra, que, refundado, com outro nome, quer continuar a fazer desporto na cidade; a pintora Isabel Pavão ofereceu ao município um quadro, "valiosíssimo" na opinião de Manuel Machado, que deu azo (o que seria se se tratasse, por exemplo, de um Maria Helena Vieira da Silva?) a desmoderada divulgação mediática; e, em jornada de afirmação regional, muito bem, Oliveira do Hospital veio até Coimbra – outros preferem Lisboa! – promover, lá iremos, a sua Festa do Queijo.

António Cabral de Oliveira

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