sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Mais uma crónica de ACO


RIO ACIMA, SEM MOTOR

Estou preocupado, estou verdadeiramente muito preocupado com a Candidatura da Universidade de Coimbra a Património Mundial da Humanidade. Atrasado, o processo só agora parece querer avançar substantivamente. A cidade ainda não foi motivada para a iniciativa (e não o será com os painéis, pouco apelativos, por aí disseminados); o país, na lógica a que permanentemente condena Coimbra, assobia, invejoso, para o lado; além-fronteiras, o espaço que realmente nos considera, não está a ser suficientemente trabalhado, designadamente ao nível da itinerância de prestigiados embaixadores das Escolas, que deveriam estar já a percorrer todas as sedes de influência. E se Coimbra perde esta oportunidade singular, então, estamos convictos, será a machadada final nos nossos grandes propósitos de futuro…

Os recentes acidentes com bombeiros, que provocaram, na região, um enorme e intolerável número de mortes e feridos, deixam-nos perplexos e, sobretudo, derribados. Porque estas são circunstâncias demasiado sérias e graves, lamentavelmente recorrentes, que podem, mas não devem acontecer. E que têm de ser o enquadramento de fundo para analisarmos, responsavelmente, o que, com certeza, está mal na problemática do combate ao fogo florestal. Onde, em absoluto, não pode continuar tudo como está. Para não voltarmos a perder, amanhã, alguns dos nossos melhores…

A adesão de Coimbra à Semana Europeia da Mobilidade – um bom propósito sem qualquer vantagem concreta – incluiu, designadamente, a “inauguração” de um corredor bus na Fernão de Magalhães. Se já se inaugura um simples risco pintado no asfalto, para o que nos guardará, ainda, a crise?!

Uma palavra, esta de grande satisfação, para a atividade do serviço de transplantação hepática dos CHUC, pela extraordinária valia do trabalho que ali se volta a desenvolver, também pelos ambiciosos projetos a que se propõem. Em prova evidente, releve-se, da excelência que, mau grado as malfeitorias que se querem impor, os hospitais de Coimbra continuam a assegurar.

Pedro Machado, em longa entrevista a este jornal, para além de procurar justificar o injustificável quanto à deslocalização da sede da Região de Turismo – coisas para si, mas só para si, menores – diz que Coimbra, efetivamente desconsiderada no seu estatuto de capital regional, era “buraco negro” na estratégia da Turismo Centro de Portugal. Agora, de novo com a aclaradora participação coimbrã, ficamos à espera que o turismo regional (com dívidas tamanhas e insuficientíssimos resultados promocionais), passe por um pouco mais do que rotas de caprinos ou festivais de peixe. Localmente importantes, com certeza, mas também iniciativas menores (de que já ouvíamos falar, imagine-se, 30 ou 40 anos atrás) para quem, necessariamente exigente, tem de ambicionar ir mais, muito mais longe.

Com a morte de Luiz Goes, a Canção de Coimbra ficou imensamente mais pobre. Calou-se a voz enorme que sempre recordaremos quando, livre e arrebatadora, silenciou, na Sé Velha, em 79, os poucos que queriam contrariar a recuperação das tradições académicas, tentando boicotar a serenata monumental. Para ele que, raro entre os maledicentes, ousou afirmar que “Coimbra é formidável por 30 mil razões”, o meu muito sentido e respeitoso preito.
António Cabral de Oliveira

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Candidatura da UC a Património mundial - dois PL foram entrevistados

Uma exposição para conhecer a candidatura da UC a Património mundial

O Colégio de São Bento, no antigo departamento de Antropologia, recebe em permanência uma exposição interativa que conta os passos da candidatura da Universidade, Alta e Rua da Sofia a Património Mundial da Humanidade da UNESCO.
 


No dia da inauguração da exposição dois PL foram entrevistados. Sigam o link e vejam a reportagem da UCV.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

ACO retomou a sua atividade de cronista

A partir de 15 de setembro voltaremos a poder ler as crónicas semanais de ACO, que agora serão publicadas ao sábado.

Segue o texto da primeira edição de «Rio acima, sem motor».


RIO ACIMA, SEM MOTOR
Toda a gente, designadamente o Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, quer o projeto do Metro Mondego cada vez mais irreversível. Mas, para o ser, o melhor não seria colocar outra vez – até pelo seu significado – os carris no abandonado corredor? Tecnicamente, dizem, sem Parque de Máquinas, não haverá metro. E sem carris, há?
A Secretaria de Estado da Cultura tem vindo a patrocinar o Festival Grande Orquestra de Verão, enquanto “festa da música sinfónica”, baseada na alegada justificação de descentralização cultural e de diversificação de públicos. Francisco José Viegas reforça-nos, assim, imensa amargura pelo esquecimento a que votou o Festival das Artes de Coimbra, uma iniciativa, parece, absolutamente centralizada e para públicos mais do que habituados a bons programas de música…
A inauguração, no Coimbra Inovação Parque, de uma fábrica da área da nanotecnologia, foi, de facto, como disse o Presidente da República, “ sinal importante de confiança na capacidade dos portugueses para vencer as atuais dificuldades”. Já o mesmo não poderemos dizer dos responsáveis políticos locais quando ali vemos os tão esparsos investimentos em construção, quando nos deparamos com o verdadeiro matagal nos passeios, que não foi cortado, sequer, para a inauguração presidencial. Faltará ainda muito para se entregar a efetiva gestão do Parque a quem tem sobejas provas dadas em outros institutos?
Bom senso, educação, respeito, princípios e valores, seriam o suficiente para uma sadia preservação da praxe e das tradições académicas que, recorde-se, nos idos 80, uma dúzia de pessoas nos empenhámos em recuperar em Coimbra. Sem se permitirem atitudes próprias de gente menor, recorra-se à praxe com sanções simbólicas e dêem-se as boas-vindas aos caloiros que agora aqui chegam, mostrando-lhes, desde logo, que, para além de virem frequentar a melhor universidade portuguesa (também de acordo com o último e prestigiado ranking mundial), Coimbra é, pelo menos, diferente. Senão, não…
Entretanto, ouvir a entrevista de Sampaio da Nóvoa, Reitor da Universidade de Lisboa, à RTP, foi constatar a inteira dimensão de um universitário, no seu mais verdadeiro sentido, imbuído pelas imensas e superiores responsabilidades que lhe cabem e que o País, por essa condição singular, lhe demanda. Quando, próximo de nós, se privilegia, quase em exclusivo, a pequenez das contas e a ausência de atitude sustentada e exigente em defesa dos superiores interesses sequer da Escola, só nos poderia sobrar – e sobrou – um sentimento de imensa (mas sã) inveja. Quem é, afinal, Magnífico?!

Apostilha: Com este retorno ao jornalismo de opinião, cumpre-se, tantos anos depois, a vontade de uma intervenção livre em prol de Coimbra e da Região, também a promessa, a antigos leitores, de um regresso…

António Cabral de Oliveira

A pedido de JT

A pedido de JT, damos conta de um texto publicado no DC, no passado dia 2 de setembro.


Compotas de praia
Todos os anos, no dia 1 de agosto, a azáfama era intensa. A mudança para a casa da praia – que na verdade era um palheiro arrendado, com mobílias giríssimas mas sem qualquer tipo de equipamento electrodoméstico (nem o fogão funcionava …) –  era uma odisseia que implicava o esforço de todos. Como a família era numerosa, além do substituto do citado fogão, era necessário transportar um frigorífico, vários divãs e cadeiras de lona, quilos de lençóis e toalhas, o caixote dos jogos que acompanhava o da literatura de veraneio (que incluia obrigatoriamente alguns albuns do tio patinhas & afins, números mais que desatualizados das Selecções do Reader’s Digest e os incontornáveis romances policiais da colecção Vampiro), mercearias (na altura existia apenas um supermercado na cidade mais próxima), louças e talheres, para além do pequeno saco de viagem a que cada um tinha direito para arrumar os seus pertences. Tudo isto era carregado numa camioneta de caixa aberta onde o motorista era apoiado por um dos rapazes mais velhos, enquanto a família era conduzida pelo Pai em duas levas. Na primeira, os mais crescidos, com o objetivo de limpar a casa, descarregar a camioneta e arrumar toda a tralha, enquanto a segunda se destinava à Mãe e aos mais novos.

O primeiro dia na praia passava a correr e quase nunca tínhamos tempo para ir até ao mar. Os restantes tinham uma rotina muito semelhante: depois do pequeno-almoço tomado, os mais velhos (nem todos …, os notívagos voluntariavam-se para ajudar a Mãe a preparar o almoço) seguiam para o areal com os mais pequenos equipados com o respetivo balde e acessórios, bem agasalhados e de chapéu enterrado na cabeça por causa do nevoeiro matinal e da baixa temperatura própria das praias onde as más-línguas dizem que «o inverno passa o verão». A hora do banho era invariavelmente por volta do meio-dia, perante o ar vigilante do Pai. Frequentemente, era mais banho de areia que outra coisa, daí a utilidade dos baldes para o «duche final». Os mais crescidos, gelados com os salpicos dos «chapinhanços» anteriores, mergulhavam de seguida sem hesitação nas águas batidas e frias, certos de que havia sempre um jogo de ringue para aquecer os friorentos. Depois do almoço, a tarde corria lentamente à sombra do toldo da barraca, onde os bebés dormiam a sesta. A leitura de revistas, o jogo do prego e a conversa pachorrenta e sem rumo são prazeres que recordo com imensa saudade. Ao fim da tarde, quando a maré estava baixa, passeávamos à beira-mar onde conchas e búzios eram recolhidas para as «compotas da praia» – frascos de vidro cheios daquelas preciosidades que decoravam a cozinha durante o inverno: «para não termos tantas saudades do mar!» – dizia a Mãe. Se o tempo se estragava ou a nortada tornava insuportável a permanência no areal, consolávamo-nos com deliciosas bolachas americanas e passeios de bicicleta.
Finalmente, quando os dias começavam a ficar mais curtos e os morenos exibiam bronzeados invejáveis (enquanto os louros apenas se podiam gabar de algumas sardas), regressávamos para recomeçar as aulas. Este era, para mim, um período igualmente intenso e divertido. O cheiro dos cadernos novos, dos lápis e das borrachas invadiam a casa. Como os livros passavam de irmão para irmão ou eram partilhados, a escolha do papel que os ia forrar era cuidadosamente negociada e as mazelas provocadas por utilização negligente penalizadas. Os horários eram afixados num placard e a participação nas tarefas diárias discutida em assembleia familiar.

Mais tarde, muito mais tarde, percebi que os benefícios destas temporadas passadas à beira-mar se colhem a vários níveis: compreender, por um lado, que descansar não implica forçosamente destinos exóticos em cenários de agência de viagem; apreciar, por outro, o quão retemperador pode ser um par de semanas passadas numa rotina simples de praia; finalmente, sentir o quanto importante é ter-se, efetivamente, férias, um período em que, calmamente, beneficiando dos ares marítimos, se recuperam forças, fortalecem relações e, numa agradável quietude, nos começamos a preparar para o que, para muitos de nós é, na verdade, o princípio de um novo ano – e que se quer, naturalmente, repleto de desafios, de afazeres e novidades…
Teresa Pedroso de Lima

O quarto azul...

Outro dia...(acho que já passaram 2 semanas) recebi um postal muito giro dos tios T&T e dos primos L e Ni., no qual me pediam para falar da minha casa nova...

Pois é, para quem ainda não sabe, estou a morar sozinha, num T3, pequeno mas grande... pequeno, porque apesar de ter 3 quartos, até dá para o limpar bem sozinha; grande, porque tem 3 quartos.

Claro que como pseudo-artista, que gosta muito de bricolage e afins... um dos quartos virou escritório, o outro é o meu quarto e o outro é para as visitas. ;)

Este verão aproveitei e pintei os quartos. No escritório limitei-me a pintar de branco, pois tinha muitas manchas de humidade... ando a meditar sobre que colocar nas paredes, se coloco papel de parede, ou se arrisco e faço umas experiências de colagens que vi num site. Mas para já, está com muito melhor aspecto livre de manchas e afins.

E pintei o meu quarto, esse ficou de branco e azul, ainda é um trabalho em progresso... um "querido mudei a casa" prolongado.

Deixo aqui uma foto para verem como está por agora:

(a foto encontra-se meio desfocada, porque foi um panorama feito com uma app...)



Como podem ver ainda não existe cama, nem mesinhas de cabeceira.
Serão as da Avó T. (que herdei :)), mas é preciso fazer uns arranjozinhos e por enquanto permanece só o colchão.
As cortinas também são temporárias (demasiado transparentes), mas ainda não encontrei nada do meu agrado. Os lençóis também tem sido outro problema... os que tenho são demasiado grandes, mas agora com as medidas do colchão sempre à mão (anotadas no caderninho que anda sempre comigo), acredito que em breve descubro OS lençóis. :)

Posso dizer que ainda falta a "arte", desenhos e rabiscos que serão colocados nas paredes... mas aos poucos e poucos isto vai lá, vai ganhando forma e personalidade.

Espero que gostem.

Ps. em breve mostro mais da casa nova.
 

"Isto anda às moscas..."

Este blog anda muito parado, muito silencioso, muito vazio... anda mesmo às moscas!!
Bem sei que não tenho dado o meu contributo, mas andam todos em falta.

Tio JT porque não relata o seu passeio por Narbonne nestes lados?!

Prima E? Andas em falta! Nunca mais nos relataste as peripécias da escola e afins... como foram as férias?

Prima Ni, como anda a investigação? Quando dás um saltinho aqui a Terceira? (A etar de cá ainda faz parte do trabalho?)

Primo L., tenho acompanhado o "acordar" do teu blog, mas falta por aqui algum movimento da tua parte.

Prima C. também podias participar por estes lados, dando talvez algumas dicas dietéticas aos PL's que por aqui vão metendo o olho.

Tios T&T, como anda tudo por Coimbra? (A vossa sobrinha, talvez em breve, dê um saltinho por esses lados para matar saudades...)

Tio Z.N. como foi o passeio pela cidade que nunca dorme?

Primo D. como anda o Algarve?

Prima F. como anda a capital e os estudos? Que tal o regresso às aulas?

Tio M. e Évora como anda?

Mano J. como anda essa nova etapa? Que tal o trabalho, e os colegas?

Tios e primos restantes por cá passam, como andam todos?!
Toca a reanimar esta Maré-Cheia!