domingo, 14 de junho de 2015

A 9 de maio ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Leio que o reitor da UC terá garantido, acho muito bem, que na recuperação do estádio universitário "não haverá luxos". E asseverava, ele que sempre foi, dizia, "dos que mais gritou contra o despesismo", que "só por cima do meu cadáver" tal poderia acontecer. Tudo para, depois "transformadas numa espécie de subúrbio industrial abandonado", não se fazerem infraestruturas que "passados uns anos, ficarão às moscas". E é perante tamanha visão de futuro, tal confiança nos desafios, tanta capacidade empreendedora, que ficamos à espera que o programa dê, pelo menos, para – com indispensável ambição e exigência –, modernizar a decrepitude, construir o indispensável, erradicar os mamarrachos entretanto permitidos. Sem luxos, com certeza, obviamente também sem moscas...

A fotografia de um acidente cerca de Oliveira do Hospital mostra à evidência, aos olhos de todos, o estado de degradação a que se deixou chegar a Estrada da Beira. Perante responsáveis nacionais e regionais incapazes, sem vergonha na cara, também eu acredito que só com medidas radicais de protesto como a preconizada pelo presidente daquele município – a minha solidariedade inteira, José Carlos Alexandrino –, de "bloqueio" da EN17, se poderão desembaraçar as obras de reparação que deviam ter tido início, pelo menos, no ano passado. E não quero agora falar, sequer, nesse paralelo atentado ao desenvolvimento que é a não construção dos IC 6 e 7.

Não digo que não haja outras. Mas as novas luminárias que consigo encontrar são as do pequeno conjunto inicial em frente do edifício central do polo II da universidade, também as da artéria entre a linha da Lousã e a nova escola da Solum. Isto quando me deparo já, cito de memória, apenas alguns exemplos aqui ao lado, com ampla iluminação LED em Leiria, Cantanhede, Montemor-o-Velho e Tábua. E enquanto também a Pampilhosa da Serra tremeluz graças ao díodo emissor de luz. O que será feito – volto a perguntar – daquele projeto comunitário que queria tornar Coimbra, já em 2015, logo este ano, a primeira cidade do mundo integralmente coberta com o moderno (e muito mais económico) sistema?

Fui, não sem alguma nostalgia, confesso, beber um fino ao antigo Mandarim – agora Chiado –, em boa hora retornado à sua antiga vocação, e aproveitei para subir, sem saudade, à Antero de Quental, até ao novo "The Luggage Hostel & Suites", bela unidade hoteleira, de gente jovem e dinâmica, muito bem instalada em edifício, finalmente, com digna utilização.

A Figueira da Foz recebeu anteontem o navio de cruzeiro Corinthian, para uma estada de dez horas, que trouxe, também a Coimbra e Conímbriga, uma centena de turistas. O último a fazer ali escala foi em 2010, o primeiro em 1990. Para além dos dichotes políticos locais para que temos tanta queda (os "figueirinhas em extinção" e "cidades perdidas" enquanto novos segmentos turísticos), são lapsos de tempo muito grandes, contra nós, região de turismo, não é verdade Pedro Machado?...

Ao contrário do que diz o rifão, quase fiquei "com vinho na boca" enquanto lia, todos com colheitas excelentes, a lista dos 41 produtores que integram a primeira fase da Rota do Dão. Obrigado pela qualidade hoje em absoluto recuperada, o meu bem-haja por me permitirem poder continuar a dizer ser este, também em termos vitivinícolas, o território da minha preferência. Inquestionavelmente.

Primeiro foram os revestimentos e acabamentos tradicionais dos prédios, agora – a tese de doutoramento, Pedro Providência, parece ter pano para mangas! – as cores utilizadas, tudo mal, considera, na reabilitação do centro histórico; porventura para se tornar mais global, a mais antiga universidade consorcia-se com a mais nova, a Aberta, diz-se que para expandir o ensino à distância; porque será que andam mosquitos por cordas no Instituto de Medicina Legal?, perguntar-se-ão os mais distraídos; a UC figura entre a elite das universidades mundiais em 10 das 36 áreas analisadas, sendo que Direito é mesmo a única faculdade portuguesa a integrar o ranking "QS by Subject"; foi bonita a Festa da Flor; está anunciado, sempre com muita qualidade, o programa do imperdível Jazz ao Centro, que decorre entre 28 e 31 próximos em oito espaços da cidade; abre hoje, em Santo António dos Olivais, peregrinemos pois, a tradicional Romaria do Espírito Santo; e, bem-vinda, está aí – saibam divertir-se – a Queima das Fitas.


António Cabral de Oliveira

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