domingo, 14 de junho de 2015

A 11 de abril ACO escreveu

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Os mais dos edis do município de Coimbra, a atentar no que se passou na última reunião do executivo, não estão de acordo com a criação de uma linha de elétrico para Santa Clara, entre a Alegria e as Lages. Designadamente porque – tão evidente! – não vislumbram vantagem em termos de mobilidade, sequer interesse como valor turístico. Mas toda a cidade, quero crer, concordaria com a recuperação, simbólica embora, dos "amarelos". Basta fazê-lo, repito, no sítio certo. Entre a Praça da República e a Universidade, passando pela António Vieira e Arcos do Jardim. E descendo, quiçá, até à estação de recolha, através do Botânico. Pergunte Manuel Machado sobre esta hipótese – que serve a população académica e o turismo, permitindo ainda retirar muito do tráfego e estacionamento na Alta – e pode ser que se surpreenda (e se convença) com as respostas...

O regresso a Coimbra em domingo de Páscoa é sempre o mesmo tormento: uma fila imensa de trânsito, compacta e lentíssima, a tornar o IP3, sobretudo pelos sucessivos estrangulamentos de faixas de rodagem, ainda mais exasperante e perigoso. Fosse eu responsável pela Estradas de Portugal, ou membro do governo, de hoje ou das últimas décadas, e viveria cozido em vergonha. Entretanto, e sem nada ter a ver, seguramente, com a qualidade da nossa rede de estradas, aliás "excelente", Coimbra, di-lo o Relatório Anual de Segurança Interna, é o distrito que em 2014 teve o maior aumento do número de vítimas em acidentes de viação. Surpresa para quem?

Implacáveis, condóminos da Solum prosseguem a sua marcha de derrube sistemático, sem renovação, das árvores que tornavam mais aprazível e civilizado um bairro outrora modelo. Agora, a eito, foi outro pinheiro, magnífico, sem sinal de nemátodo ou diferente maleita. Doentes estarão, isso sim, os moradores, de tal jeito empenhados, parece, em copiar posturas "amazónicas". E a câmara municipal não terá, no caso, nada a dizer?

Os valores do desenvolvimento, ou não, do turismo da região Centro são como as questões em Direito: permitem, sempre, pelo menos, duas leituras. Entretanto, indubitável, a par da "invasão" pascal dos tão bem-vindos vizinhos espanhóis, congratulam-me, imenso, recentes números do INE que afirmam o crescimento de 18% nas dormidas, sobretudo de nacionais, em comparação com janeiro do ano passado.

Gosto, absolutamente, a fazer-me lembrar outra curiosíssima publicação, do "Almanaque (desanual) do Teatrão", através do qual aquela ativa companhia nos dá conta do amplo e diversificado programa para esta "primaverão". De se tirar o chapéu...

O Centro de Portugal, que, julgo, coincide ainda, a traços grossos, com a Beira, é "uma das regiões mais envelhecidas da Europa", conclui, sem qualquer novidade, João Malva, investigador da faculdade de Medicina da UC. Para logo acrescentar, face à perda de população e decréscimo da natalidade, a indispensável urgência de ser incentivada a instalação de empresas para a fixação de jovens. Também acho. Mas então, e depois, Lisboa e o Porto, as grandes "metrópoles", sempre a quererem mais gente, deixavam de crescer, de ser ainda maiores nas suas áreas suburbanas? E dou comigo a pensar, no nosso atavismo centralista, para que queremos nós estas (e tantas outras) conclusões científicas? Para nada, está bem de ver...

Meliço-Silvestre e Cunha Vaz, as minhas homenagens, receberam relevantes e muito justas distinções por parte do ministério da Saúde; oito toneladas de desperdício mensal de alimentos nas cantinas universitárias, julgam bem os SASUC, é realmente demasiado desaproveitamento; o mapa de um anúncio a hotéis na Serra da Estrela mostra ligações a Coimbra apenas através das A1, 23 e 25 (sim, eu sei que o que interessa são as "grandes" cidades), dele não constando – hei de não ir lá – os acessos mais diretos; ao contrário das melhores expetativas, depois de mais de meio ano de justificável paragem nas capturas, o regresso da “sardinha da nossa costa” à lota da Figueira da Foz...fica adiado por mais um mês; e sobre o que ocorreu na escada de peixe do açude-ponte, que levou à morte de dezenas de lampreias e sáveis, será que ninguém é responsabilizado, e todos, na Agência Portuguesa do Ambiente, continuam a ter a classificação de muito bom?


António Cabral de Oliveira

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