sábado, 14 de novembro de 2015

A 3 de outubro ACO escreveu …

RIO ACIMA, SEM MOTOR

De vez em quando lembro-me do projeto das turbo rotundas, parceria da FCTUC e da Câmara, que, visando "a diminuição de acidentes, mais fluidez, maior segurança e melhorias ambientais" se prometia, o início das primeiras obras na rotunda do Bolão, junto da estação velha, para os idos de fevereiro... de há três anos. Mais do que a incapacidade realizadora, a constatação de como o tempo passa é tudo quanto posso comentar! Sobretudo quando não acredito que Manuel Machado tenha deixado de gostar de rotundas. Turbo, ainda por cima...

Parece que a solução de trajeto proposta para a reposição de uma linha de elétricos históricos (a ligar a Alegria à rotunda das Lages!) é "suscetível de aperfeiçoamentos". Ainda bem. Pode ser que assim, torno a insistir, o projeto, cuja bondade, em termos de ideia, ninguém contesta, seja aprimorado através da sua transferência para o único circuito possível: o anel de ligação Praça da República - Universidade, através da António Vieira, e descendo pelos Arcos do Jardim. A servir, assim sim, lembre-se uma outra vez, a população residente, os estudantes, o turismo, a cidade enfim. E viabilizando, não despiciendo, a retirada, depois do sucesso alcançado no Pátio das Escolas, da esmagadora maioria, ali na colina do saber, do insuportável estacionamento automóvel.

Houve quem se afirmasse radiante com a aprovação europeia de estudos (para quê?) sobre essa absoluta inviabilidade técnica – não que não seja possível, já que o dinheiro e a engenharia hoje tudo conseguem –, também enorme injustiça para os territórios agora servidos pela linha da Beira Alta, que seria uma nova ligação ferroviária entre Aveiro e Viseu, renovando-se, a partir daí, então já serviria, o atual corredor. Com as infraestruturas de que atualmente dispomos, e as limitações económicas e financeiras do país, só podem estar a brincar connosco. Politicamente, claro.

Leio que começaram as obras do Centro Operacional do Norte do 112, que fica sediado no Porto para servir nove distritos acima de Coimbra. Antes que depois não saibam sequer onde é a rua de onde demandamos socorro – e já não digo que confundam Penacova com Penamacor – o melhor, deixo conselho, é que cada um de nós vá memorizando os números de telefone dos bombeiros e os próprios dos serviços de emergência das nossas terras. Por causa de dúvidas futuras, diria...

Há no nosso país 15 museus nacionais, chamemos-lhe assim, tutelados pela Direção-Geral do Património Cultural. Um no Porto, outro em Coimbra e em Conímbriga, agora, também um em Viseu e em Mafra. Em Lisboa, dez! A sul, nenhum. Centralismo em Portugal? Na cultura, pelo menos, por Deus, não. Como se prova à saciedade...

Tirando Lisboa (1.836 € m2), com mais dois ou três municípios ao seu derredor, e o Porto (1.326 €), Coimbra, de acordo com um estudo ancorado em dados do INE, surge como a zona mais cara do continente para aquisição de casa. Uma posição de que, significativa embora, não nos deveremos vangloriar pela dificuldades acrescidas que representa em termos de fixação, bem necessária, de novas populações.

Já que o estado das tropas é o que se sabe – quando ainda há pouco mantivemos exércitos em três frentes de combate, temos hoje dificuldades, imensas, até para mandar meia dúzia de soldados para um qualquer palco de conflito –, valha-nos, ao menos, o turismo militar que Pedro Machado (que agora, felizmente em "ano de ouro", comemorou profusamente o seu dia) quer fomentar aqui ao Centro.


Carlos Robalo Cordeiro será o novo (e primeiro português) presidente da respeitada Sociedade Europeia Respiratória; dois anos(!!) depois de uma derrocada, a autarquia de Penacova lá adjudicou as obras de recuperação da EM 535; já sabíamos, de anteriores beberes, da predileção de Mário Sérgio Nuno pelos vinhos brancos, culto que agora se reforça depois de uma ida à Parada dos Sabores, no Girasolum, onde provei, entre outros Bageiras, o muito respeitável Avô Fausto; curiosa a exposição de esquissos de onze arquitetos ligados ao Norte e Centro na belíssima Santa Clara-a-Velha; e, não se esqueça, este fim de semana – empanturremo-nos, afinal um dia não são dias, de bolos –, da Mostra de Doçaria Conventual e Regional de Coimbra.

António Cabral de Oliveira

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