sábado, 14 de novembro de 2015

A 24 de outubro ACO escreveu …

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Um dia destes, sem querer, preguei enorme susto a um grupo de estudantes da Escola de Hotelaria ao sair, de forma inopinada, do carro, na escuríssima, um breu autêntico, Teófilo Braga. Estou, naturalmente, a ficcionar, mas é de facto inadmissível o que se passa com a (não) iluminação daquela artéria, onde, para além dos muitos moradores e de ser um dos principais acessos ao Pólo II da Universidade, se localiza um estabelecimento de ensino frequentado por mais de quatro centenas de alunos. E enquanto nos preparamos já para a mudança da hora, fica reiterado, agora por escrito, convite a Manuel Machado para uma visita noturna ao local. Se, naquele negrume, o conseguir encontrar, está bem de ver...

Exposições, visitas e formações diversas integram a programação do Turismo da Universidade de Coimbra para os meses de outono e inverno. E se acho relevante a tertúlia "Um milhão de turistas...estamos preparados?", gosto, também, outro exemplo, da ideia da visita "Coimbra capital do reino". Ainda, muito em especial, do mote geral adotado: "Coimbra não se explica, sente-se". Nem mais, embora muito e muito do que se sente, quem sente, se explique, afinal, tão facilmente.

O Ministério da Defesa quer vender ou arrendar quase duas centenas de imóveis, de entre os quais, em Coimbra, o Convento de Santa Clara-a-Nova e o Quartel da Graça, na Sofia. Mas estão previstas outras figuras de alienação, como, por exemplo, a permuta. O que, avento, talvez constitua uma boa opção para o município. À troca (para o rancho geral, naturalmente) por um qualquer campo de batatas. E nem seria mau negócio para os decisórios salões de Lisboa. Olhando, digo eu, ao preço a que o Estado ficou com aquele património!

Leio, no Diário Económico, que a "Autoestrada transmontana vai receber 164 milhões de Bruxelas", e, mesmo ao lado, outro título, "Verbas comunitárias para projetos ferroviários". E ainda bem que assim é. Só pena, aqui pela região de Coimbra, continuarmos a não ver a ligação a Viseu, a cognominada Via dos Duques, também a modernização (e não outra coisa) da Linha da Beira Alta, a reposição em carril, seja lá qual for a forma, do antigo Ramal da Lousã, e a recuperação da Linha do Oeste.

Morreu Aníbal Duarte de Almeida. Mas porque há homens que não nos deixam nunca, o cidadão exemplar que em defesa de projetos comunitários encontrávamos na vida autárquica e nos jornais; o ser humano bom com quem nos cruzámos na Santa Casa da Misericórdia; a pessoa enorme na sua capacidade imensa de se dar aos outros, que se realizava na Casa dos Pobres, continua, interiorizado agora, connosco. Foi, realmente, na sua simplicidade, um dos melhores. Coimbra, como tantas vezes se proclama, mas menos vezes acontece, está, de facto, mais pobre. Até logo, Aníbal.

Lisboa, uma pena, fechou o museu do Regimento de Sapadores Bombeiros. Talvez seja esta a oportunidade para a Liga remoçar os seus esforços de criação do Museu Nacional de Bombeiro. Em Coimbra, como sempre foi aventado. E a que o presidente da Câmara, muito bem, se propõe.

Não consegui, lamentavelmente, acompanhar a jornada com que a autarquia assinalou os dois anos de mandato da atual maioria socialista. Mas, olhando o programa, quer-me parecer, em boa verdade, que também não terei perdido muito...

Parabéns ao Ateneu pelos seus 75 anos de relevante atividade; a água, com o Mondego aqui mesmo ao lado, vai ficar mais cara – obrigado governo da nação – já no próximo ano; reabriu, finalmente com o seu segundo edifício, o Exploratório-Centro de Ciência Viva; por culpa das "águas", mas em nome dos "vinhos", teremos este ano, afinal, em vez de um, dois cortejos da Latada; se muitas e muitas terras tinham já o seu candidato à Presidência da República, Coimbra, agora, ora eis, tem dois: Castanheira Barros e Marisa Matias; e, lembrando sobretudo a recuperação das tradições académicas, a morte de Zé Beto (tratamento que me permitia, mas não a tantos como agora parece) penaliza-me verdadeiramente.


António Cabral de Oliveira

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