sábado, 14 de novembro de 2015

A 12 de setembro ACO escreveu

RIO ACIMA, SEM MOTOR

O Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, condenado, à míngua de tempo, a ser aprovado à pressa, passou, na câmara municipal, sem dificuldades de maior, mas com muitas reticências. Composto por decisões acertadas, contradições e erros (o que, reconheça-se, terá sempre), a discussão de tão relevante documento político, que, enquanto instrumento de trabalho, agora apenas começou, tem de mostrar, em espírito de efetiva abertura e verdadeiro entendimento democrático, que todos os eleitos estão ali – essa uma indeclinável exigência e superior obrigação –, para servir a cidade e as populações. Sem teimosias essencialmente pessoais ou posturas apenas partidárias. Para que se concretize o sonho comum de uma Coimbra maior e melhor.

Depois de longa demora, lá foi anunciada a adjudicação da empreitada de modernização do troço Alfarelos-Pampilhosa, da linha do Norte. O que me leva a perguntar sobre a afinal não incluída terceira via que o relatório do Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Valor Acrescentado referia para aquela zona de Coimbra, e que se destina(va?) – indispensável, dizem os sábios –, a reforçar  a capacidade de resposta ao traçado ferroviário mais congestionado do país, com valores de tráfego próximos dos 200 (!) comboios por dia. E das duas uma: ou aqueles senhores, ao estudarem o problema, não se deram conta de que o projeto em questão não é em Lisboa, ou então, ironizemos, o governo está à espera de construir, primeiro, a nova estação...

O uso do belíssimo edifício do antigo Quartel-General da Região Militar para funções ligadas à magistratura, acho perfeito. Quanto ao processo de reabilitação do Palácio da Justiça e sua ampliação para o terreno da antiga recolha dos elétricos – e única opção que interessa à cidade – o melhor, calejados como estamos, é aguardar. Pelo já "desencadeado reajustamento do projeto e execução da obra", sobretudo pelo perpassar destes tempos eleitorais...

A coligação PSD/CDS apresentou na – nestas alturas sempre muito lembrada – Pampilhosa da Serra o seu programa distrital para as próximas legislativas, onde, designadamente, se defendem políticas de proximidade, a promoção do interior desertificado, o sistema de mobilidade do Mondego, a ligação da A13 com a autoestrada Coimbra-Viseu. Para "se corrigirem os erros de governos anteriores", dizem. Mas não os integraram, tão repetidamente? Se foram, e ainda são, governo, porque não o fizeram já? Do que me lembro, e não estarei enganado, é de centralização, de abandono, de obras interrompidas, adiadas ou suspensas!

Na primeira fase do concurso de acesso ao ensino superior, os números da engenharia civil em Coimbra – com 12 colocados e 93 vagas sobrantes – são uma autêntica vergonha, sobretudo quando os comparamos com os resultados do Porto, onde não sobraram lugares, e do Técnico de Lisboa, com quase todos preenchidos. E se estas escolas conseguiram superar a crise, que no ano passado foi global, o que se passa, afinal, temos de questionar, connosco?

Autarcas do interior do distrito de Coimbra movimentam-se para que o que chamam de novo IP3 seja um itinerário complementar que, a partir de Ceira , percorra, pela margem esquerda do Mondego, o município de Vila Nova de Poiares até ao Porto da Raiva. Acho bem que se batam – eu também com eles – para se alcançar, por igual, a construção desse justo desiderato. Mas, entretanto, façam o favor de deixar correr, em perfil de autoestrada, o projeto da Via dos Duques (que é outra e diversa coisa) delineada pelo IP, que peca, sobretudo, e nesse sentido tem de ser alterado, já o escrevi e reitero, por não passar pela Mealhada e fletir, depois, para Mortágua até encontrar, junto de Santa Comba Dão, o IC12.

Com a morte de Miguel Pignatelli Queiroz, Amigo excelso, desaparece o rosto visível da instituição monárquica em Coimbra; a qualidade da oftalmologia coimbrã, nomeadamente a praticada por António Travassos, no Centro Cirúrgico, é um orgulho para todos nós; bem-vindos a Coimbra aqueles que escolheram a antiga universidade – que viu preenchidas logo na primeira fase quase todas as vagas disponibilizadas – para prosseguirem os seus estudos; e estão aí, de novo, feiticeiros, com 135 espetáculos de 20 magos oriundos de dez países, os Encontros Mágicos.

António Cabral de Oliveira

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