segunda-feira, 22 de julho de 2013

20 de julho ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Para o Conselho Regional do Centro resulta consensual, como não podia deixar de ser, que a ligação ferroviária entre Aveiro e Salamanca é "imperativa". Estamos tanto de acordo, há tantos anos, que essa conexão já existe desde 1882, através da Linha da Beira Alta, também para garantir, como agora se demanda, "a intermodalidade com os portos de Aveiro e da Figueira da Foz". Só receamos, no novo riquismo que nem as atuais dificuldades esbatem, é que se queira fazer obra nova em vez de melhorar a estrutura existente. Sobretudo, não se unam esforços para, indispensável desde já, de uma vez por todas, exigirmos a Espanha a eletrificação da linha a seguir a Vilar Formoso...

A Estradas de Portugal fez um levantamento de equipamentos degradados pelo último inverno e vai reparar 282 quilómetros de vias através de 24 empreitadas com um custo estimado de 15,5 milhões de euros. Coimbra terá (a par com Viseu) uma única estrada intervencionada, e só em Viana do Castelo (550 mil euros) se investirá menos do que o nosso distrito, com gastos de 670 mil euros. Tal como dizia um antigo companheiro de escola, de duas, três: ou as intempéries não estragaram as nossas rodovias, ou, se calhar, não temos, sequer...estradas!

Para além de algumas circunstâncias atendíveis, são números assustadores: cerca de 80% das vagas de acesso ao ensino superior estão concentradas no litoral, e só Lisboa tem mais vagas que todo o interior. Eis, pois, também em termos de ensino universitário e politécnico, o efetivo retrato de um país homogéneo, territorialmente equilibrado!! Onde Coimbra ainda consegue, para além dos concentracionismos metropolitanos, manter (com quantas candidaturas e por quanto tempo?) as mesmas vagas do ano anterior.
Li, há dias, que um terço dos incêndios florestais eclode – horas seguramente muito perigosas pelos picos de calor! –, durante a noite. E, também, que em Arganil se investiga uma vaga de fogos, 16, que tiveram as suas ignições praticamente no mesmo local, à mesma hora e nos mesmos dias da semana. Deve ser por estas e por outras que os números oficiais quanto a causa das ocorrências apontam sempre para origens naturais e descuidos humanos, bem menos para crime...

Tenho uma segunda sobrinha neta. Depois da Isabel, nasceu, agora, igualmente deliciosa, a Matilde. Um encantamento apenas ensombrado pela realidade que, preocupantíssimo, hoje se reflete na generalidade das quase vazias maternidades portuguesas. Com Coimbra a não ser, lamentavelmente, como constatei ao longo de alguns dias, a exceção que gostaríamos fosse paradigmática.

A Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra celebrou o seu Dia. A força, a influência, imensas, que, se quisermos – sou logo eu a dizê-lo, e nem sequer ainda me fiz sócio –, conseguiremos dar a uma instituição que estrategicamente tanto pode pugnar pela nossa universidade, também pela cidade que a acolhe.

Morreu Luís Pinheiro, homem bom, amigo antigo que me ensinou a gostar mais e melhor das árvores, e que serviu, como poucos, quase nenhum, a floresta portuguesa; com o falecimento de José Dias – perdi a minha melhor fonte para as questões teológicas – a Igreja de Coimbra fica mais pobre; e depois de Henriques Gaspar ter sido eleito presidente do Supremo Tribunal de Justiça, José de Faria Costa, outra escolha que nos distingue enquanto urbe e escola, será o novo provedor da Justiça.


Está aí, usufruamos de tão significativos momentos, o Festival das Artes, que, entretanto, com a apresentação, sem deslumbramento embora, da Sagração da Primavera pela Companhia Nacional de Bailado, já me reconciliou com o Gil Vicente em matéria de dança; imperdível (de Malhoa a Columbano, de Amadeo a Almada Negreiros, de Vieira a Silva a Cargaleiro, para referir apenas alguns dos melhores da nossa pintura) a magnífica a exposição "100 Anos de Arte Portuguesa nos 100 Anos do Museu Nacional de Machado", que o Millenium bcp ali nos proporciona, gratuitamente, até 29 de setembro; as Águas de Coimbra, em reconhecimento de qualidade inquestionável, voltam a liderar o Índice Nacional de Satisfação de Clientes; e a PSP –que celebrou os 135 anos do Comando Distrital –, oferecidas pelo município, vai passar a fazer patrulhamentos em bicicleta: pode ser que, com tal entusiasmo velocipédico, se construam as ciclovias que não temos, quem sabe, a Volta a Portugal regresse a Coimbra...

António Cabral de Oliveira

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