RIO
ACIMA, SEM MOTOR
A Câmara, para além de outras merecidas distinções autárquicas,
entregou o seu melhor ouro, muito justamente, ao Museu Nacional de Machado de
Castro e à Escola Superior Agrária de Coimbra. E, também, porventura por um
qualquer passe de mágica – sabem, o ilusionismo, aqueles truques que mesmo
quando no-los explicam muito bem nunca conseguimos entender absolutamente – a
Luís de Matos. Tudo enquanto o restante do Dia do Município decorria, este ano
centrado na excelente Rua da Sofia e no digno Claustro do Colégio do Carmo...de
acordo com os trâmites normais!
A Estradas de Portugal, meio ano depois da sua instalação em
Antanhol, lá conseguiu uma nesga de disponibilidade para vir inaugurar o Centro
Operacional Centro Norte e a Delegação Regional de Coimbra, também para aqui
promover (deitando assim por terra, reduzindo absolutamente a pó todas as
nossas críticas de posturas napoleónicas) uma reunião descentralizada da
administração. Só foi pena, muita pena que, quando expetávamos anúncio de obra
que se visse – talvez a autoestrada para Viseu, prioritariamente a conclusão
(?!) dos IC 6 e 7 como ligação a Seia e à Covilhã –, a EP se tivesse limitado a
generalidades e banalidades conhecidas.
Muito a propósito, o Teatrão levou à cena, nas ruínas do Colégio
da Trindade, a peça "Arruinados", com certeza para bem aproveitar o
estado de total degradação em que o edifício ainda permanece. E quanta pública
vergonha deveriam sentir os responsáveis que, ao longo de tantos anos (tão
férteis em dinheiros), conseguiram ver sempre adiados os trabalhos de
recuperação daquele espaço onde se pretende instalar, já nem consigo lembrar
desde quando, o Tribunal Judicial e Universitário Europeu. Um opróbrio, apesar
da promessa de obras que, agora, pressurosamente – se calhar, afinal, ainda há pudor!
–, se anunciam lá mais para o fim do verão...
Portugal é um dos destinos mais seguros do mundo, proclamou o
ministro da Administração Interna durante o "Seminário Turismo e Segurança
na Cidade de Coimbra". Se, felizmente, assim é, o que não seria, pelo
menos na nossa urbe, se, absolutamente lamentável, a PSP não lutasse, como
sublinhava há dias o seu comandante, com dificuldades em meios e instalações –
por igual, dizem-me, em termos de agentes –, a GNR, foi relevado nas
comemorações do último aniversário, não apresentasse queixas de carência
generalizada, sobretudo de efetivos e viaturas...
Voltar o castelo para a vila e facilitar a locomoção de uma
população envelhecida foram os grandes propósitos de Miguel Figueira, arquiteto
da Camara Municipal de Montemor-o-Velho, quando, em vez de uma estrada, teve a
excelente ideia, aliás premiada, de ligar o centro histórico com o seu mais
representativo monumento através, nem mais, de uma escada rolante. Ascensor,
agora inaugurado pela autarquia, que resultará lindamente também em função dos
que, quase turistas, ali nos deslocamos para, de vez em quando, espraiar o
olhar sobre os vastos e magníficos campos do Mondego...
Duas mortes marcaram, indelevelmente, a última semana. Primeiro,
a de D. João Alves, Bispo Emérito de Coimbra, que, inteligente e culto, tantas
vezes encontrei nas minhas lides jornalísticas. Depois, a de Mário Nunes, homem
do património e da cultura popular, que adorava a letra de forma, amigo de
muitos anos, companheiro de tantas jornadas em prol de Coimbra e da comunicação
social. As minhas sentidas homenagens.
Se a cidade não serve a milhares de jovens que, fruto sobretudo
de políticas centralistas, têm de rumar a Lisboa para encontrar um emprego,
Coimbra é, pelo menos, espaço de referência para o Envelhecimento Ativo e
Saudável, galardão, muito relevante, único no país, agora atribuído pela União
Europeia; o centenário Tiro e Sport, para celebrar o presente, promoveu, ideia
curiosa, dois concertos com – recordam-se deles? – os Álamos; Faria de Abreu
(que por algumas vezes me ajudou a poder ler melhor) foi justamente homenageado
nos HUC; o estádio universitário comemorou – lembrem-se ao menos as efemérides –
o seu 50º aniversário, oportunidade que serviu para se anunciar a candidatura,
em 2018, de novo, esperemos que então com mais êxito, aos EUSA Games; e a Feira
Popular, muito graças à persistência de José Simão, o presidente de Santa
Clara, está aí, aguardando-nos, no que tem de essencial, até 14 de julho, no Choupalinho.
António Cabral de Oliveira
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.