sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A 27 de julho ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR
Três imensos camiões transportam, muito bem acondicionadas, releve-se, enormes cargas de rolaria de eucalipto, seguramente a caminho das papeleiras da Figueira da Foz. Fazem-no, de forma lenta, através das Fernando Namora e Elísio de Moura, artérias marcadamente urbanas, deixando-me a cogitar como é possível isto acontecer, como se pode sequer admitir a anulação do troço Ceira-Trouxemil da A13, porventura o mais prioritário daquela rodovia, que constituiria –  tem de constituir, com a construção da autoestrada para Viseu – o final do arco nascente da Circular Regional Externa de Coimbra, assim fechando a ligação Mealhada, Cantanhede, Condeixa, Almalaguês, através das A1, A13.1 e A13.
Li, e espaçadamente reli, com a maior atenção, a entrevista concedida há dias a este jornal por Raimundo Mendes da Silva, que foi curador da candidatura da Universidade de Coimbra a Património da Humanidade. E embora todos saibamos ser bem mais fácil dizer do que fazer, urge enfatizar que nela se tecem inteligentes considerações, da maior importância para Coimbra e para as Escolas, ali se traçam verdadeiros (e muito exigentes) programas de ação quer para a edilidade quer para a reitoria, sejam elas quais forem. O que me leva a sugerir ao DC, agora que se anuncia a nova aplicação para IPHONE e IPAD, a edição, também em suporte digital, da relevante peça jornalística. Para que, assim, ninguém possa depois dizer que não leu...
O Reitor da Universidade de Coimbra, discorrendo sobre a reorganização da rede do ensino superior no nosso país, assume, substantivamente, num artigo editado em "A Cabra", que a existência de dois grandes centros populacionais, Lisboa e Porto, por o serem, faz deles, também, os mais relevantes de um ponto de vista académico. E eu a pensar, se calhar idealisticamente, que há, pelo menos por enquanto, duas áreas em que Coimbra, apesar da sua menor população, se equivale, em excelência, àquelas "metrópoles": o ensino e a saúde. Isto enquanto me questiono como o poderei continuar a fazer se é o Magnífico primeiro responsável das mais antigas Escolas a aproximar Coimbra, não daquelas, antes... da miríade de universidades entretanto criadas! Como acreditar, então, nos rankings divulgados pela própria UC que a posicionam como a melhor universidade portuguesa?...
Não me lembro de projeto algum em que tenha mediado tão pouco tempo entre a notícia de um estudo e o materializar de académica recomendação – concretizada desde logo em obras imediatas do interface da Praça 25 de abril – como agora aconteceu com o plano de retirada dos autocarros das carreiras suburbanas do centro da cidade. Com o Metro atirado para as calendas e, agora, esta limitação, os Serviços Municipais de Transportes Urbanos de Coimbra vivem tempos de monopólio que, espero, não os tornem majestáticos...
No domingo passado regressei a Ceira, não a casa de Chaves e Castro – que anualmente ali recebia, de forma amistosa e livre, tal como o seu filho Carlos Encarnação algumas vezes fez, os jornalistas de Coimbra – mas para me associar à homenagem que a Junta de Freguesia prestou à sua memória ao descerrar uma placa toponímica que, muito justamente, fica a perpetuar o nome de um dos grandes mentores e primeiro responsável pelos serviços de turismo de Coimbra.
A cidade – mas também a região e o país – viveu intensamente a 5a edição do Festival das Artes, cuja programação incluiu momentos de elevada qualidade, sempre muito participados. E é essa, porventura, a constatação que mais me impressionou ao longo dos oito dias da iniciativa: a criação, inquestionável, de um público vasto, interessado, esclarecido e atento a uma organização (parabéns e até para o ano) que merece, por fim, ser olhada com melhor atenção pelos agentes da cultura, por parte dos seus responsáveis nacionais.

Respeitada personalidade histórica da advocacia, do PSD e do poder local – foram tantos e sempre tão agradáveis os encontros, as entrevistas ou conversas políticas que mantivemos ao longo de anos –, faleceu em Cantanhede, as minhas homenagens, Albano Paes de Sousa; sem surpresa, pelo menos da minha parte, Carlos Páscoa é candidato social-democrata ao município de Soure; vénia para todos quantos, concretizando o quase impossível, organizam, também eles sem apoios estatais, em Montemor-o-Velho, ainda em Coimbra e Lisboa, o Citemor 2013; Francisco Queirós foi oficialmente apresentado como candidato da CDU à câmara; e, merecendo muito melhor, foi inaugurado, no Largo de Almedina, um monumento ao fado, diria antes à canção de Coimbra, que, de tão feio, nem parece obra de Alves André.

António Cabral de Oliveira

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