domingo, 15 de março de 2015

A 24 de janeiro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

O secretário de estado dos Transportes afirmou, dias atrás, na cidade de Viriato, que a Refer está a analisar a proposta apresentada pela Plataforma A25 que preconiza (outro Vouguinha?) uma nova ligação ferroviária Aveiro-Viseu-Salamanca, um corredor paralelo em detrimento da oblíqua atual, otimizadora, esta, da estruturação do território. E não deixaria de adiantar, isentíssimo, sem especificar se defende a recuperação do eixo a partir da Pampilhosa, a sua "muita confiança...em que tenhamos um misto entre requalificação da Linha da Beira Alta e uma parte de traçado novo". Queira Deus, depois do disparate, técnico e geográfico, que foi a transformação do IP5 na espécie de autoestrada que aí está, que quem de direito, nos seus estudos, esquecendo também a efetiva redução dos custos financeiros, não venha, em desfavor das populações hoje servidas, a privilegiar alguns interesses políticos paroquiais. Sem atender, sobretudo, à certeza de que a não manutenção integral daquela linha, da Figueira da Foz a Espanha, e que serve naturalmente todos os objetivos por que clamam os portos de mar, ditaria, em absoluto, o fim do chamado Centro enquanto unidade regional. Que, se calhar, é o que pretende o governo, apostado no país bicéfalo, ainda, inacreditavelmente, determinados autarcas que, sabe-se bem porquê, mas não em defesa da Beira, continuam a falar, sempre, na região(?) centro/norte!!!

A assinatura do protocolo entre a Universidade de Coimbra e o Município de Mira para a criação do Centro de Estudos do Mar é, com certeza, da maior importância para ambas as instituições, mas em especial para a nossa região. Sobretudo quando se atenta no relevo económico daquele recurso, nos saberes instalados na UC, também na inadiável e permanente necessidade de uma investigação científica que nos leve – é bom não perdermos de vista os exemplos nórdicos – a outros e mais ricos horizontes. E tudo se conjugará, assim e enfim, para podermos vir a retirar todas as vantagens (fica a faltar, em termos regionais, um outro e indispensável polo na Figueira da Foz, ainda a comparticipação de instituições como a Universidade de Aveiro e o Instituto Politécnico de Leiria) das tantas potencialidades de que dispomos. Isto se, com muito trabalho, exigentes, sem "quintinhas", municipais ou académicas, todos nos empenharmos nesse projeto comum. Indispensavelmente.

Quase nada – porventura a par da leitura de um bom livro ou de jornal escorreito, também de um vinho bem feito ou de charuto sem mácula – pode, para mim, superar o deleite, imenso, de, sozinho, em invejável tranquilidade, percorrer os excelentes espaços do Museu Nacional de Machado de Castro. Contudo, face ao número de visitantes agora conhecido, relevante mas ainda insuficiente (62.301 ao longo de todo o ano passado), tenho, temos todos, de abandonar atitudes assim algo egoístas para, em colaboração cívica indispensável, ajudarmos, cada um de nós, a levar ali, a franquear a mais cidadãos, de Coimbra e de fora, as portas daquela, orgulho nosso, instituição cultural. Depois, e só depois, talvez possamos – ou se calhar devamos — continuar, como eu, a desfrutar esse gosto solitário de bem apreciarmos, então de novo sós, tão notável património.

Estive na apresentação, na Guarda Inglesa, dos dois primeiros "novos" autocarros, adquiridos em segunda mão, para "rejuvenescimento” da frota dos transportes urbanos, também para assistir a um vídeo sobre um sistema contra incêndios (pelo relevo dado, é assim tanto o receio?) com que as viaturas vêm equipadas. E, compreendendo embora as razões da opção, dei comigo a recordar antigo amigo que defendia, sustentado nas sequentes e normais avarias, que não tinha dinheiro para comprar carros velhos. Sinceramente, já vi a câmara gastar dinheiro muito mais mal gasto do que o seria esse...

José Quitério, percursor exigente da crítica gastronómica na imprensa portuguesa, venceu, prestigiante, o Prémio Universidade de Coimbra; parece-me bem, muito bem mesmo, a criação, congregando as faculdades de Farmácia e de Medicina, da licenciatura em Ciências da Nutrição; a Escola de Enfermagem passa a albergar – uma nova vocação de Coimbra "capital da saúde"?– um call center para atendimento sobretudo de casos de gripe; Bruno Matias, boa sorte, que bem precisa é, tomou posse enquanto presidente da AAC; a melhoria da capacidade de formação de bombeiros, na Lousã, é informação que se saúda; foi com certeza um êxito (no domingo, no Confrade, para seguir a tradição, só tinha mesa, imagine-se, para as 15:30 horas) a Semana da Chanfana, parabéns, na capital universal da dita; e, é notícia, embora para a Taça da Liga, a Académica, frente ao Rio Ave, ganhou um jogo.

António Cabral de Oliveira

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