quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A 17 de janeiro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Um estudo da Universidade de Coimbra concluía que a reabilitação em edifícios da Alta feita nos últimos 15 anos "apagou a História" da fachada de cerca de um quarto, mais de 100, dos imóveis intervencionados. Não interessa, a propósito, cuidar da importância e valor científico do trabalho do investigador do Centro de Estudos Sociais. A dúvida, imensa, que se me levanta é sobre se a UC estará a bem desenvolver, com mútuo proveito, colaborando pedagógica e ativamente na concretização dos interesses comuns, e nas responsabilidades dos tantos conhecimentos que detém, uma das suas primeiras responsabilidades em relação à comunidade em que se insere. Dizer, no rigor da ciência, depois da obra feita, que foram utilizadas "técnicas modernas que não são compatíveis", nem aceites pelas "convenções e normas de restauro", parece ser – onde os resultados do estudo sistemático, a transmissão dos saberes, o acompanhamento? –, é seguramente, "chorar sobre leite derramado"...

Neste tempo em que o governo quer transferir competências para as autarquias na área da educação (sobretudo nas responsabilidades que não lhe convêm), também de aposta no ensino profissional – a mão-de-obra barata, amanhã, para a Europa – o ITAP, parece, poderá prosseguir na sua normal e frutuosa atividade. O município de Coimbra, que detém a maioria do capital da sociedade proprietária, já não terá de alienar a sua participação, a escola deixa de estar coagida, legalmente, à instabilidade de mudanças desnecessárias ou a fechar portas. As diligências camarárias, essencialmente do seu presidente, que o é também da ANMP, porventura associadas a alguma ponta de bom senso político que reste ainda a quem nos governa – atento o valor social do ensino, dificilmente contabilizável em números na vertigem desta espécie, sem em boa verdade o ser, de (neo)liberalismo exacerbado – levaram ao adiamento da decisão, para posterior revisão de uma lei, a do Sector Público Empresarial Municipal, cuja bondade não se questiona sequer.

O ministro do "Desenvolvimento" Regional, na procura da lavagem de consciências em que anda focado, voltou a afirmar, agora em Poiares, que o Metro Mondego "não é minimamente sustentável" e que "o governo está empenhado em encontrar uma solução nova (as tais camionetas elétricas, julgo) para o ramal da Lousã". Bem pode Maduro porfiar nos esforços de branqueamento. Coimbra e a região, na defesa dos seus interesses – e as ligações pessoais a Mira deviam trazer-lhe uma outra clarividência sobre os problemas destas terras –, não cede nas suas reivindicações, não dará, nunca, por perdida, tão inadmissível quanto iníqua disputa.

A edilidade, na sua última reunião semanal, aprovou, bem (embora sempre envolta nos habituais e já cansativos receios da guetização daquela área urbana), a construção, faseada, do Centro Cívico do Planalto do Ingote. Atendidos os preços envolvidos – só o projeto custou um esparrame de dinheiro – a câmara deu luz verde para se avançar, por agora, na componente social, em parceria com a Fundação ADFP, com obra reconhecida em Miranda do Corvo. Os espaços para cultura e desporto, virão, se vierem, a seu tempo...

Mas, afinal, em que ficamos? Há projeto para a requalificação do estádio universitário, como Helena Freitas diz, ou mais não temos, de acordo com o que Carlos Cidade leu em entrevista do reitor, do que obras de recuperação em dois pavilhões? Se calhar, a "tanto" tempo ainda dos EUSA Games (em boa verdade menos de três anos, logo amanhã!), e à boa maneira portuguesa...vai havendo. De tudo um pouco, como parece comprovar a reunião entre as duas partes marcada já para quarta-feira!


Depois de já ter sido o primeiro, o CHUC continua a ser, conforto nosso, o segundo melhor hospital do país; impensável, julgava eu, pela sua dimensão, relevância e História, fechou, uma enorme pena, a Gráfica de Coimbra; quase um ano depois, e não da forma como a autarquia desejava, terminou a novela, vai reabrir o "Cartola"; em tempo de lamentável encerramento de tantos estabelecimentos, fui beber uma primeira bica ao (em homenagem bonita a uma com certeza magnífica Avó) confortável Café Ti Gena, ao fundo de Elísio de Moura; a Baixa, ainda a tempo de se cumprir uma promessa eleitoral de Machado, vai ter acesso gratuito à internet; e em Miranda, sempre prazenteiramente, celebrei com os rapazes e o padre Manuel, parabéns, o 75º. aniversário da socialmente tão valiosa Casa do Gaiato.

António Cabral de Oliveira

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