domingo, 15 de março de 2015

A 31 de janeiro ACO esvreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

A requalificação da Linha da Beira Alta é, com certeza, obra estruturante e prioritária para o Centro do país. E se – neste tempo em que, finalmente, parece querer apostar-se, a nível nacional, de novo, e bem, na ferrovia –, para além da inadiável valorização de toda a histórica via, for possível poupar algum dinheiro, que se use, então, para a conclusão da Linha da Beira Baixa, no troço Covilhã-Guarda, na modernização da Linha do Oeste, por forma a torná-la atrativa na sua oferta indispensável, ainda na recuperação do Ramal da Lousã e da Linha do Vouga. Sem se desbaratar, o dinheiro, em devaneios políticos, utilizando-o, antes, na defesa dos verdadeiros interesses da Beira. A região, inteira, agradecerá...

A Universidade de Coimbra atribuiu o título de doutor honoris causa ao historiador brasileiro José Murilo de Carvalho, uma outorga, justíssima, em razão da sua contribuição, decisiva, para um melhor conhecimento do papel iniludível desempenhado pelas nossas Escolas – especial orgulho coimbrão – na formação do Brasil. A que Dilma e demasiados brasileiros de hoje, na sua atual e permanente negação a Portugal, deveriam atentar.

A demora na conclusão do jardim junto ao novo centro escolar da Solum, afinal, não se deve a incúria camarária – que, deste jeito, pelo menos aparentemente, parece pouco empenhada em fazer obra vistosa, e relevante, sem grandes custos –, mas a uma surpresa (o vereador Carlos Cidade o disse), para que estará reservado, em projeto muito mais ambicioso, contudo ainda secreto, o abandonado espaço. Enquanto isso, nós, cidadãos, que também gostamos de sonhar, e antes de tamanho devaneio, bastar-nos-iam, para o próximo verão, algumas árvores, uma dúzia de bancos, e um relvado (ou ervado, seja) pontuado por – talvez rosas, um rosarium na cidade da Rainha Santa – dois ou três canteiros de flores...

Se é visível, já o relevámos, alguma melhoria na recuperação do património construído em determinadas zonas da Alta, menos verdadeiro não é, entretanto aqui sublinhado, o imobilismo, diria absoluto, da SRU, sociedade que – com atividade planeada para a Baixa, julgo –, de reabilitação urbana só tem o nome. E enquanto se aguarda uma continuidade dos trabalhos que ali se veem, por igual o arranque, aqui, de qualquer forma de intervenção, a câmara municipal, minimamente (será assim, só aparência, que fica" Coimbra com mais encanto"?), aposta, para além da retirada de caixas e fios, na pintura de fachadas, através da oferta de materiais e isenção de taxas...

O DC trazia um dia destes oportuno e curioso trabalho jornalístico sobre o terreno a couves – esta sim, verdadeira e enorme horta urbana – ali à beirinha do Mondego, junto ao Pavilhão Centro de Portugal. E gostei de saber da iniciativa agrícola daquele dinâmico jovem empresário, também enquanto excelente forma de se preservar, útil, limpo e bonito, um espaço que continua à espera, esperamos, do prolongamento do Parque Verde.

O presidente da AAC, em desafio à autarquia e à universidade, dizia que os estudantes querem ajudar a pensar o futuro de Coimbra. Acho muito bem. Embora preferisse, seguramente, a oferta de trabalho efetivo nesse sentido. É que "pensadores" tem a cidade muitos. Demasiados até, porventura...

Com peças belíssimas, logo imperdível, a exposição "Lugares onde estarei", da ceramista romena Cristina Bolborea, patente no Machado de Castro até 26 de Abril; a Mostra de Cinema de Expressão Alemã (KINO), a ver, está no Gil Vicente nos próximos dias 3 a 5; o meio milhar de vouchers para a Queima das Fitas foi vendido, a crise, sabem, em apenas uma hora; Coimbra passou a dispor, no ISCAC, em positivo "exercício de descentralização", um centro de estudos, sondagens e estratégia; Penacova abriu oficialmente a época da lampreia; seguramente não por falta de areia, a Figueira da Foz recebeu, muito bem, a Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Beach Rugby; e, um obrigado sentido em nome de memórias da juventude de muitos de nós – o Camelot, o Escadote, as tantas garagens na cidade –, morreu Demis Roussos.

António Cabral de Oliveira

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