quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A 3 de janeiro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

As direções regionais de Economia – o que irão fazer com as instalações de Coimbra, especificamente construídas para tal fim? –, foram extintas no dia 1 de janeiro. Mais um passo, decisivo com certeza, a caminho da descentralização, da regionalização, das políticas de proximidade, enfim, do princípio da subsidiariedade. Eis, pois (obrigados ficamos), um belíssimo princípio de ano...

Manuel Machado afirmou, recentemente, a propósito da criação do bilhete turístico integrado (transportes + cultura), que está a ser "empreendido um esforço continuado" por "uma série de entidades". Depois de tantos, tantos anos de espera, deve ser tarefa difícil, pois, concretizar "tamanho" objetivo!

A bagunça provocada no trânsito pela São Silvestre de Coimbra – que corram ou marchem, façam a "grande festa", mas no Choupal ou em zona urbana que não provoque tamanha perturbação – é, nas circunstâncias do passado domingo, absolutamente lamentável e inadmissível numa cidade organizada. E tal não deve, nem pode, voltar a acontecer. Digo eu, ainda bloqueado no tráfego, e também, porventura, não um milhar, mas mais uma centena de milhares de habitantes...

A Baixa, o comércio tradicional, não esperam melhores dias para o novo ano. O que é natural, com os agentes económicos, que, na grande maioria, ali estão. Com ou sem saldos, mais ou menos animação, com o efetivo empenhamento de muito poucos, aquele espaço urbano de eleição, e de que muitos tanto gostamos – é bom que sobretudo os comerciantes, de uma vez por todas, de tal se convençam –, só recuperará, depois da indignidade em que o deixaram cair, não com o baixar de braços ou vazios apelos ao município, antes, e apenas, através de indispensável qualificação empresarial, com novas apostas de investimento e a instalação de outros e prestigiados estabelecimentos. Afinal, hoje, salvo tão raras quanto honrosas exceções, vamos lá comprar o quê?

A Solum dispõe de excelentes e amplos passeios, reconhece-se. Entretanto, valorizando-os, e para além do arranjo da calçada e da plantação de sempre indispensáveis árvores, talvez a Câmara pudesse neles mandar instalar, sem custos de maior, alguns bancos de jardim. Que serviriam, quando voltar o estio, para cómoda paragem nas caminhadas dos cidadãos, talvez dois dedos de conversa, também para se obstar ao absolutamente inadmissível estacionamento de automóveis!

Depois da mini rotunda no enfiamento da Paulo Quintela, decorreram, de novo, obras na rua do Brasil, junto às Bandeiras, agora para remodelação de um espaço de estacionamento. Com o trânsito sempre caótico (filas imensas na entrada da cidade à espera de quem quer virar à esquerda o possa fazer, ou, no sentido inverso, aguardando, por exemplo, que os autocarros tomem passageiros), privilegia-se o acessório – para quê a construção de, pelo menos, uma terceira faixa de rodagem? – talvez o bonito (apesar de se manterem os suburbanos postes de cimento!), adia-se, em boa verdade, a obra fundamental. E assim, de remendo em remendo, ontem para satisfação de Francisco Andrade, hoje contentamento de Manuel Oliveira, se vai tornando definitivo, receio-o, o que devia ser provisório.

"O Meu Mondego Limpo" é uma muito curiosa iniciativa, de elevado valor cívico, que vai congregar – lá estaremos – muitos cidadãos de Coimbra que, retirando lixos, assim irão valorizar, indispensavelmente, para sua melhor usufruição, o leito e as margens do rio. Isto escrevia eu, em setembro passado, em texto de adesão plena, entretanto não editado por razões, uma pena, de adiamento (até quando?) do projeto. E (um dia destes com novas cheias, outros detritos), 2014 já lá vai...

O relatório final do acidente ferroviário na estação de Alfarelos foi inconclusivo, atribuindo o embate dos comboios – um deles, recorde-se, parado naquela estação – a "falta de aderência entre as rodas e o carril". Alguma pequena folha, talvez. E porventura húmida, ainda por cima...

A câmara formalizou com 18 instituições, lamentável mas premente necessidade, o arranque do Fundo de Emergência Social, para uma resposta imediata aos mais carenciados; morreu Gama Mendes, os meus respeitos, professor das Letras, com quem aprendi muito do (pouco) que sei de geografia política; o município adquiriu, e em princípio é sempre relevante tal sorte de investimento, a coleção de arte contemporânea Telo de Morais, que integra, essencialmente pintura, trabalhos de autores marcantes da nossa cultura; e Coimbra celebrou, com muitos na rua, cheia de esperança no futuro – que é sempre a última a perder-se! – o fim de ano.


 António Cabral de Oliveira

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