sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A 13 de setembro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

O salão da igreja de Nossa Senhora de Lurdes vai regressar(?), dizem, aos propósitos(!) iniciais de caráter desportivo, através da sua transformação em mega ginásio. Mas será que a Igreja não tem, antes, outros e mais válidos projetos – que não, naturalmente, estes, os materiais, através de cedência comercial – para dar melhor utilização, nas suas reconhecidas, imensas e cada vez mais exigentes responsabilidades humanas e sociais, ao amplo e polivalente espaço? Deus meu!

Ao fim de décadas de delonga, lá começaram, por fim, obra inquestionavelmente importante, os trabalhos de recuperação do Colégio da Trindade. Entretanto, confuso como estou com as contradições entre o que dizia e agora afirma o magnífico reitor, ou o pormenorizado pelo diretor da faculdade, fico sem perceber se teremos o minguamento do projeto inicial – com a perda da componente europeia, também de tribunal que tornaria a faculdade de Direito...uma escola diferente –, ou se, afinal, haverá TUJE e não apenas uma Casa da Jurisprudência (leia-se mais espaços para gabinetes e aulas). Será que o que era e não podia sequer legalmente ser... já o é outra vez? Ou será tudo, antes, uma questão de tempo, de calendário?

Menos candidaturas como primeira opção; menos alunos colocados; e a quebra em três posições das notas de Medicina no top 10 a nível nacional (de sexta para nona posição), são a meu ver, para já não falar nas Engenharias Civil e do Ambiente, e da Química, três sinais naturalmente preocupantes na leitura dos números da primeira fase de colocações na universidade de Coimbra. Mas isso, se calhar, sou eu, em vez de olhar o que de positivo se alcançou – um orgulho a primeira posição alcançada pela Medicina Dentária –, a apoquentar-me com coisas que não interessam nada...

E pronto. A Cruz de D. Sancho, mandada fazer especificamente para Coimbra, "emprestada" durante um mês e meio ao Machado de Castro (obrigado, ainda assim, pela oportunidade que possibilitou a muitos um olhar atento, a outros dela tomar conhecimento), regressou a Lisboa, ao Museu Nacional de Arte Antiga. Com a cidade de novo distraída, as suas forças vivas – ou mortas? – de tudo alheadas...

Manuel Machado consignou a primeira empreitada para conclusão do Centro de Convenções e Cultural de S. Francisco, empreendimento relevantíssimo que terá, na globalidade, de estar concluído até finais do próximo ano. E fez bem em marcar o ato para aquele "espaço notável e marcante da cidade", como dizia. Se mais não fora para voltarmos a vivenciar, ali, a importância nacional de uma estrutura diferenciadora a nível regional.

Bem aproveitar a centralidade de Coimbra, os equipamentos instalados e a excelência do conhecimento, deveria ser um desígnio irrefragável. Como aconteceu, recentemente, no hospital militar, com o curso de prestação de cuidados de saúde em cenários de combate destinado a forças de segurança e a militares. Um exemplo!

Nenhum dos seis projetos candidatos por entidades de Coimbra a apoios pontuais da direção-geral das Artes – onde se incluam, apenas dois exemplos, a Cena Lusófona e o Festival das Artes – foi acolhido. Falta de qualidade das propostas, ou, antes, a proverbial secundarização a que, por regra, também em matéria de cultura, somos votados?

Mais de uma centena de estudantes prepararam-se para bem receber – esperamos que assim contrariando a infelizmente já habitual vergonha em que, também na nossa academia, se transformou a praxe – os novos caloiros; belíssimas, e com uma força imensa, as fotografias de António Figueiredo – um abraço grande – sobre a problemática da pobreza e da exclusão, contidas numa exposição da Cáritas que vai percorrer a cidade; na Coimbra das rosas – diria hoje, porventura, a Rainha Santa a D. Diniz, abrindo o regaço, “são orquídeas, Senhor”– fui ao jardim botânico, com dificuldade em a descobrir, visitar, uma frustração, a mostra (ou venda, afinal?) daquelas cantadas flores; o Basófias bateu, o que também não é difícil, no fundo; decorrem, esta semana, mágicos, os Encontros Mágicos; e, excelente, a conimbricense Bluepharma  foi (para além dos céticos e maledicentes autóctones!) eleita – aguardemos os resultados agora ao nível europeu – a melhor empresa exportadora nacional nos European Business Award.


António Cabral de Oliveira

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