sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A 26 de julho ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

O novo Mapa Judiciário – e já nem falo no polémico encerramento e desclassificação de tantos tribunais de comarca – retira o distrito de Aveiro (até os responsáveis políticos locais, uma excecional exceção, afirmaram discordância) da Relação de Coimbra. O entendimento do território que este governo, sobretudo o ministério da Justiça, (não) tem – e expressa – é, de facto, um espanto de incoerência. Desde logo quando a Mealhada, nossa vizinha e parceira da Comunidade Intermunicipal...passa para o Porto. Melhor, Paula Teixeira da Cruz, seria impossível!

Em trabalho jornalístico sobre exportações que, no Centro, já utilizam o comboio até Paris, leio, numa entrevista ao credível Expresso, que "as linhas ferroviárias existentes servem-nos perfeitamente". E, também, que "a única limitação na circulação de comboios entre Portugal e Espanha é a incompatibilidade das redes elétricas ferroviárias dos dois países". Porque quem o afirma é um empresário do setor, pode ser que agora alguns políticos regionais se comecem a preocupar, antes, com o que é de facto essencial e não com interesses e protagonismos locais. Para, também aqui pela Beira, conseguirmos ir a algum lado...

Uma pretensa "macrorregião do Noroeste" (?!) passou a ligar os municípios de Braga, Guimarães, Porto e Aveiro, respetivas universidades e também empresas, no que se diz ser uma "marca internacional" com competências em projetos de investigação, investimento e comunicação. Região Norte, Região Centro, isso é o quê?

Depois de ouvir Rui Alarcão na moderação de um debate com os reitores das Escolas de Coimbra e de Alcalá, fiquei com a absoluta convicção de que, afinal, todos – mas todos – os dirigentes máximos de uma universidade, qualquer ela seja, têm direito ao título de Magnífico. Ainda bem que os diretores das nossas secundárias (antigos liceus) já são isso mesmo e não reitores: é que, com tamanha "democratização", poderíamos correr o risco de...

O executivo camarário aprovou por unanimidade o estudo prévio para a transformação da igreja do convento de S. Francisco (era, enorme, depois da Sé Nova, o segundo maior templo de Coimbra) em complementar Centro de Artes. Uma ideia excelente que, depois das vicissitudes ditadas pela incompreensível cedência à diocese, quer assim ganhar, por fim, capacidade de execução por caminhos que se auguram com menos escolhos do que os da obra vizinha.

A Câmara Municipal mostrava-se, um dia destes, muito satisfeita com a aquisição de duas novas varredoras mecânicas. Por mim, confesso que gostei francamente mais de encontrar, há pouco tempo, em plena baixinha – aliás à semelhança da brigada da junta de freguesia dos Olivais – uma senhora, funcionária não interessa de que entidade, equipada com uma simples vassoura e um não menos singelo carrinho de mão, a fazer assim personalizada recolha de detritos, que a todo o momento persistimos em lançar para o chão. E o bom resultado, exemplar, era bem evidente naquelas antigas ruelas...

As mais das micro e pequenas empresas (a maior parte do nosso tecido "produtivo"), li, não têm ligação à internet. E concluo, até eu, quase leigo nestas coisas das tecnologias de informação, que, assim, em termos do tão badalado empreendedorismo, vamos longe...

E é na certeza – surjam os projetos e a vontade de os executar – de que haverá dinheiro para o património, mas também reconfortada com alguns momentos sublimes do Festival das Artes (este ano dedicado ao tema), que a crónica volta a banhos. Até setembro, boas férias.


António Cabral de Oliveira

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