sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A 5 de julho ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Em vez de se preocuparem com a defesa da indispensável e urgente requalificação da via em terras de Espanha, impressiona a capacidade de resiliência dos responsáveis políticos do chamado Eixo da A25 quanto ao seu projeto de uma nova ligação ferroviária a norte do traçado inicial da linha da Beira Alta. Que o país quer, e bem, modernizar no seu todo. Assente em iguais pressupostos de desenvolvimento, abandonando os territórios hoje servidos, nem o sobrecusto de obra nova demove quem, a caminho das "metrópoles", persiste em tudo querer afastar de Coimbra. Pobre Região Centro, centro de nada...

Foi com alguma angústia que percorri, no passado domingo, pela primeira vez sem o renque central de plátanos, a Emídio Navarro. Isto apesar de, detivesse eu essa capacidade, poder também deliberar...exatamente no mesmo sentido. Falta agora concretizar, e de forma célere, desafogada alameda, obviamente ladeada de árvores, amplos passeios, boa iluminação, enfim uma artéria que, entre a rotunda do Parque Verde e a Estação Nova, dignifique aquele já nobre espaço urbano. E, de preferência, por fim, com o alinhamento do hotel Avenida!

Uns, lembrando porventura a expansão, foram, muito bem, celebrar os seus 800 anos junto do Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa. Eu, provavelmente sozinho no propósito, visitei o local fundador, a Universidade de Coimbra. Sempre com o futuro Museu da Língua Portuguesa, aqui, no pensamento.

Atento na última crónica (DC. 24-06-14) de Jorge Cravo – que muito respeito enquanto cultor da Canção de Coimbra – e gela-se-me a alma. Queira Deus que, de facto, e finalmente, os depositários dos poderes locais, ao lê-la, acordem. E, sem desculpas ou subterfúgios, enfrentem, com decisão, o trabalho, as contrariedades que os caminhos, todos e sempre, apresentam.

A propósito da avaliação das unidades de investigação portuguesas, anoto a relevância, ainda, da universidade de Coimbra. E, sem perder a ideia exigente da uma permanente procura do "excecional" – só alcançável com muita dedicação e empenhamento –, quedo-me, apesar de sobressaltado com os cortes de financiamentos e os parcos valores no Programa MIT, um pouco mais tranquilo...

Coimbra, depois de Lisboa e Porto, está, indesejavelmente, com 17 mortos no primeiro semestre do ano, no topo da sinistralidade rodoviária. Se, naquelas, os valores podem radicar no volume de tráfego automóvel, aqui (até quando?), só a insuficiente rede de estradas, a secundarização viária a que somos votados, poderá fundamentar tão lamentável realidade. honrarias

A praia de Palheiros e Zorro, junto a Torres do Mondego, ostenta agora quatro distinções: Qualidade de Ouro, Praia Acessível, Praia Saudável e Bandeira Azul. Um outro orgulho coimbrão, mesmo para quem não goste de praias fluviais...

Não tive o privilégio da surpresa. Mas registo a valia da iniciativa dos Antigos Orfeonistas quando decidiram, já pela segunda vez, ir até à Baixa para um "flash mob" (porque não...provocar uma aglomeração instantânea de pessoas?) que terá voltado a deleitar os transeuntes. Assim, sim, cantando, também se promove a cultura, se divulga Coimbra.

A cidade, em festa (ontem, na cerimónia do Dia do Município, a câmara – já nada nem ninguém as merece? –, não outorgou honrarias ou distinções), celebra a sua Padroeira, em ano de procissões, com programação diversificada, que se alonga até 13; o centenário do nascimento de Joaquim Namorado foi, naturalmente, assinalado na urbe; preocupante, parece, o estado – que se exige reversível – a que deixaram chegar o iParque; exemplar a vida da APPACDM de Coimbra, que agradeceu o apoio a uma cidade que lhe está grata há muitos anos; tantas vezes anunciada, agora apresentada, aguardo, expetante, a requalificação (a “maior intervenção em mais de um século” ou "intervenções subtis em sítios precisos e rigorosos"?) do sempre magnífico Jardim Botânico; e, soubesse eu fazê-lo, e correria o risco de poder vir a ser convidado pela flor de distraída conterrânea para, assim se recuperando a tradição, dar um "pé de dança", logo à noite, no Baile da Rosa, ali na praça do Comércio...

António Cabral de Oliveira

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