RIO
ACIMA, SEM MOTOR
Está
aí, pujante, plena de diversificadas atividades – que incluem, sem ser
exaustivo, música, teatro, dança, exposições, cinema, desporto, literatura,
fotografia, tertúlias – a XV Semana Cultural da Universidade de Coimbra,
conjunto magnífico que, este ano sob o mote “Ser de Água”, se estende, ao longo
de dois meses, até 1 de maio próximo. E perante tal e tanta programação
(guardem e sigam o suplemento gráfico profusamente distribuído), só nos resta
escolher e participar. Também aqueles que persistem em dizer que em termos de
cultura não acontece nada de relevante na cidade, ou, então, dela não têm
notícia. Da minha parte, singela colaboração esta, considerem-se, pois,
informados…
Com
ou sem pedido de demissão, as notícias veiculadas sobre o diretor do Hospital
Pediátrico de Coimbra não significam outra coisa senão a existência, naquela
unidade de saúde de referência, de problemas que alguns querem negar, outros
pretendem aprofundar. Perspetivas, ambas sempre lamentáveis quando olhamos os verdadeiros
interesses da comunidade!
Sinal
evidentíssimo das carências económicas provocadas pela crise que parece nunca
mais ter fim – mas ainda da relevância do cada vez mais delapidado poder local,
que não me canso de enaltecer –, a Câmara Municipal criou, também ela, agora
para aquisição de medicamentos, um mecanismo de apoio a cidadãos em
dificuldades inesperadas.
Li
um anúncio/edital onde se dá conta do processo de expropriação de terrenos para
a segunda fase do Parque Tecnológico. Acho bem. Mas achava melhor que se
apressassem, quem de direito, em ter o atual, vasto e tão deserto espaço,
completo de unidades que contribuam para garantir desenvolvimento e futuro a
Coimbra.
Depois
das críticas, a saudação devida pela posição assumida pelo Conselho de
Veteranos quando deliberou um conjunto de alterações ao Código da Praxe que
procuram, em substância, a sua dignificação, a retoma de valores fundamentais
de que nunca nos deveríamos ter desviado. Coimbra não é uma qualquer academia,
as suas responsabilidades éticas e históricas são imensas, a preservação de
costumes de antanho implica posturas e atitudes que têm de afirmar,
indispensavelmente, uma forma distinta de estar, de integrar a mais antiga
Universidade portuguesa. E, pelo exemplo, que excelente forma, esta, da
tradição celebrar os 723 anos dos Estudos Gerais.
Justíssima
a atribuição, por unanimidade, da Medalha de Ouro de Mérito Cultural com que a
Câmara Municipal quis distinguir a Escola da Noite, companhia que há vinte anos
nos vem assegurando, entre outras muitas ações, imensa e qualificada atividade
teatral. Para os poucos, que tanto fazem – e permitam um abraço especial para o
António Barros – os meus parabéns. E vamos ao teatro…
Confesso
que não gosto nada de matemática – duvido mesmo que o problema tenha residido
apenas em maus professores! – mas, assinalando o início, esta semana, do Ano
Internacional da Matemática no Planeta Terra, quero deixar sublinhado, com
alguma inveja nesta minha evidente incapacidade, o enorme contributo, agora
cada vez mais e mais necessário, prestado por aquela ciência – o meu respeito
–, na efetiva resolução de problemas globais.
Com
assinalável dinamismo, a Quinta das Lágrimas trouxe à sua iniciativa “Quintas
na Quinta” a figura de José Augusto França, enquanto a Fundação Inês de Castro
entregava a Maria do Rosário Pedreira o seu Prémio Literário 2012 e distinguia
Almeida Faria com o Tributo de Consagração; muito bem a Expo Clássicos, que
reuniu, num dos pisos de estacionamento do Dolce Vita, um curioso conjunto de
deliciosas “velharias” auto, máquinas moderníssimas, peças avulsas, e ampla
oferta de miniaturas; e uma palavra final de regozijo em relação à posição que
a municipalidade vem reiterando para, sem cedências, afirmar ao governo que, cansados
de prepotência centralista, na água de Coimbra, nem mais, ainda mandamos nós.
António Cabral de Oliveira
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