domingo, 10 de março de 2013

A 2 de março ACO escreveu ...


RIO ACIMA, SEM MOTOR
Em nota jubilosa assinada pelo Magnífico Reitor, a UC, envaidecida, dava conta de um aumento de verbas (do QREN) para financiamento europeu de projetos de investigação científica, “sucesso” ali muito saudado mas que, lê-se ainda, “só foi concedido por a Universidade ter desistido de montante equivalente de projetos de construção civil”. Afinal, grande coisa, está tudo esclarecido, tira-se daqui para se transferir (e não obter novo) para ali, assim se alimentando o conjuntural (em boa verdade, salários) em detrimento do estruturante. E lá se vai, corrijam-me se erro, apenas um exemplo, a concretização do grande museu, capaz de, pelo desenvolvimento do turismo, criar bem mais do que os 60 postos de trabalho que se referem. Critérios que, enfim, para a universidade podem conter vantagem, mas que, para a univercidade, são, com certeza, um manifesto prejuízo.
Na sequência de Planos Especiais de Emergência para fogos florestais, para o centro urbano, para vagas de frio, os serviços municipais têm praticamente concluído – parabéns, José Belo –, o de cheias e inundações, instrumento de socorro de fundamental importância sobretudo quando nos lembramos que a própria Casa Municipal de Proteção Civil de Coimbra, o quartel dos Sapadores Bombeiros, centro nevrálgico do sistema, está, ela própria, em leito de cheia…
Depois do Conselho Fiscal da AAC ter proposto, em “Directiva”, a proibição da comunicação social fazer a cobertura jornalística dos trabalhos da última Assembleia Magna – começam bem, estes meninos, em termos de valores da Liberdade –, o máximo órgão da Academia coimbrã não viabilizou, felizmente, tão estapafúrdio propósito. Entretanto, um espanto, agora em termos de participação democrática, as duas posições dominantes em termos de deliberação foram aprovadas por maiorias de, imagine-se, 87 e 83 votos. Significativo, absolutamente significativo…
“As bibliotecas continuam a ser um dos principais critérios de diferenciação das boas universidades”. Sábias palavras, estas, do director da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, Casa dos Livros que, relevou também, “presta um serviço insubstituível” às Escolas. Queira Deus é que a palavras (tão) sensatas não façam os responsáveis, todos, orelhas moucas!
Investigadores da Universidade e da Escola Superior Agrária de Coimbra desenvolveram um agora premiado dispositivo para detetar precocemente a doença do nemátode, assim alcançando, dois em um, as vantagens da aferição de capacidade científica e de ajuda, porventura fundamental, à preservação do pinheiro bravo, espécie definitivamente ameaçada pela eucaliptização do país; e, a par, por fim, de uma acção nos aeroportos portugueses promovida pela respectiva Comissão, a Candidatura da Universidade de Coimbra a Património da Humanidade é tema central do pavilhão da cidade na Bolsa de Turismo de Lisboa, uma aposta, certíssima, que evidencia (continuo preocupado) como deveria ter sido – e não está ainda a ser – a campanha de promoção e de mediatização de uma iniciativa definitivamente fundamental para as escolas, cidade e região.
Sem querer meter o bedelho onde não sou chamado, constato que Aveiro, que a propósito de tudo e de nada se mostra absolutamente relutante a Coimbra e à Região Centro, continua a acolher-se, candidamente diria, nos braços da capital do Norte, como agora de novo acontece com a assinatura de um acordo da sua Comunidade Intermunicipal com o Porto Canal; por entre a maledicência comum, é gratificante ouvir Filipe Albuquerque falar sobre Coimbra, cidade fantástica onde é maravilhoso viver, diz, e a que retorna sempre, logo após os, agora acrescento eu, repetido êxitos alcançados no automobilismo; e a revista de bordo da TAP trata, com algum desenvolvimento, o tema “Coimbra, a Sábia”, fazendo-o globalmente bem, com promoção da cidade e da região, mas, sobretudo, aguçando a vontade para visita a uma urbe – sem aeroporto, embora – indispensável para se ficar a conhecer o país.
António Cabral de Oliveira

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