RIO
ACIMA, SEM MOTOR
Em
nota jubilosa assinada pelo Magnífico Reitor, a UC, envaidecida, dava conta de
um aumento de verbas (do QREN) para financiamento europeu de projetos de
investigação científica, “sucesso” ali muito saudado mas que, lê-se ainda, “só
foi concedido por a Universidade ter desistido de montante equivalente de projetos
de construção civil”. Afinal, grande coisa, está tudo esclarecido, tira-se
daqui para se transferir (e não obter novo) para ali, assim se alimentando o
conjuntural (em boa verdade, salários) em detrimento do estruturante. E lá se
vai, corrijam-me se erro, apenas um exemplo, a concretização do grande museu,
capaz de, pelo desenvolvimento do turismo, criar bem mais do que os 60 postos
de trabalho que se referem. Critérios que, enfim, para a universidade podem
conter vantagem, mas que, para a univercidade,
são, com certeza, um manifesto prejuízo.
Na
sequência de Planos Especiais de Emergência para fogos florestais, para o
centro urbano, para vagas de frio, os serviços municipais têm praticamente
concluído – parabéns, José Belo –, o de cheias e inundações, instrumento de
socorro de fundamental importância sobretudo quando nos lembramos que a própria
Casa Municipal de Proteção Civil de Coimbra, o quartel dos Sapadores Bombeiros,
centro nevrálgico do sistema, está, ela própria, em leito de cheia…
Depois
do Conselho Fiscal da AAC ter proposto, em “Directiva”, a proibição da
comunicação social fazer a cobertura jornalística dos trabalhos da última
Assembleia Magna – começam bem, estes meninos, em termos de valores da
Liberdade –, o máximo órgão da Academia coimbrã não viabilizou, felizmente, tão
estapafúrdio propósito. Entretanto, um espanto, agora em termos de participação
democrática, as duas posições dominantes em termos de deliberação foram
aprovadas por maiorias de, imagine-se, 87 e 83 votos. Significativo,
absolutamente significativo…
“As
bibliotecas continuam a ser um dos principais critérios de diferenciação das
boas universidades”. Sábias palavras, estas, do director da Biblioteca Geral da
Universidade de Coimbra, Casa dos Livros que, relevou também, “presta um
serviço insubstituível” às Escolas. Queira Deus é que a palavras (tão) sensatas
não façam os responsáveis, todos, orelhas moucas!
Investigadores
da Universidade e da Escola Superior Agrária de Coimbra desenvolveram um agora
premiado dispositivo para detetar precocemente a doença do nemátode, assim
alcançando, dois em um, as vantagens da aferição de capacidade científica e de
ajuda, porventura fundamental, à preservação do pinheiro bravo, espécie
definitivamente ameaçada pela eucaliptização do país; e, a par, por fim, de uma
acção nos aeroportos portugueses promovida pela respectiva Comissão, a
Candidatura da Universidade de Coimbra a Património da Humanidade é tema
central do pavilhão da cidade na Bolsa de Turismo de Lisboa, uma aposta,
certíssima, que evidencia (continuo preocupado) como deveria ter sido – e não
está ainda a ser – a campanha de promoção e de mediatização de uma iniciativa
definitivamente fundamental para as escolas, cidade e região.
Sem
querer meter o bedelho onde não sou chamado, constato que Aveiro, que a
propósito de tudo e de nada se mostra absolutamente relutante a Coimbra e à
Região Centro, continua a acolher-se, candidamente diria, nos braços da capital
do Norte, como agora de novo acontece com a assinatura de um acordo da sua
Comunidade Intermunicipal com o Porto Canal; por entre a maledicência comum, é
gratificante ouvir Filipe Albuquerque falar sobre Coimbra, cidade fantástica
onde é maravilhoso viver, diz, e a que retorna sempre, logo após os, agora
acrescento eu, repetido êxitos alcançados no automobilismo; e a revista de
bordo da TAP trata, com algum desenvolvimento, o tema “Coimbra, a Sábia”,
fazendo-o globalmente bem, com promoção da cidade e da região, mas, sobretudo,
aguçando a vontade para visita a uma urbe – sem aeroporto, embora –
indispensável para se ficar a conhecer o país.
António Cabral de Oliveira
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