sexta-feira, 1 de março de 2013

A 16 de fevereiro ACO escreveu ...


RIO ACIMA, SEM MOTOR
Fui, um dia destes, olhar os estragos causados pela intempérie de janeiro no Jardim Botânico e na Sereia. Constrangido por ver árvores, tantas, que não morreram de pé, dei comigo a pensar se, porventura, a melhor forma de a Câmara Municipal celebrar – as especificidades científicas do Botânico, que aliás deu um bom exemplo na sua reabertura ao público, poderão implicar outras exigências – , este ano, em 21 de março, o Dia Mundial da Floresta, não seria, exatamente, a de convidar a cidade a acompanhá-la na plantação de árvores que venham a substituir, na medida do possível, (essas e muitas outras) aquelas que agora se perderam.
Têm sido inúmeros os acidentes que continuam a ocorrer no troço do IC2 entre Condeixa e Coimbra, decerto também por inadequação, em perfil e traçado, de uma movimentadíssima via cuja última remodelação – para ficar no que está! – demorou, recordam-se seguramente, anos e anos. A exigir urgente, e desta feita rápida, intervenção no sentido de dotar aquele eixo com, no mínimo, duas faixas de rodagem em cada direção.
Em artigo de opinião, definitivamente vulgar, no CM – apenas respeitável em razão do valor inalienável da liberdade – Eduardo Cabrita debruçou-se, a propósito da realização de uma reunião partidária, sobre o que chamou de “O encanto de Coimbra”. Feito de lugares comuns, o alto responsável socialista releva, sempre comparando com o seu contrário, a, passo a citar, sobranceria provinciana, o desmazelo dos homens, as glórias caducas, o fatalismo, a nostalgia alcoólica (?), a ditadura, o sofrimento negro pela académica, a vida cultural pobre, a mediocridade tacanha. Enfim, considerações, intoleráveis de todo o modo, que não estão nada mal para quem “nunca estudou ou viveu em Coimbra”. Pérolas, afinal – que, apesar de tudo, até pelo seu contexto político, não devemos sequer valorizar –, próprias de ignorante da realidade coimbrã, adequadas a quem está mais habituado a vivências…de subúrbio de Lisboa!
Num país onde, ao que isto chegou, se deixa esgotar até a vacina contra a febre tifoide, o ministério da Saúde parece estar a estudar a comparticipação de medicamentos para quem se quer libertar do vício do fumo. Receia-se que o próximo passo seja o de não comparticipar fármacos a quem não deixar de o fazer. Seguir-se-á, cada vez mais o duvido menos, a extensão desta sorte de medidas aos consumidores de açúcar, de sal, quem sabe mesmo se, até, de alimentos. Tudo, claro está, em favor, não das contas do Estado – pergunto-me para que, liderantes na Europa, pagamos tantos impostos! – mas da nossa saúde. Obrigado, pois…
Não deixa de ser lamentável a polémica em que se envolveram, a propósito da FITUR, os presidentes da Entidade Regional de Turismo do Centro e da Empresa Municipal de Turismo de Coimbra. A dar razão, inteira, ao essencial do conteúdo do livro “A cidade e o turismo”, de Carlos Fortuna e outros investigadores do CES, cuja leitura e estudo – ah! (e, não, há) o diálogo e a cooperação entre os vários atores –, muito vivamente, se recomenda a ambos.

Enquanto se ficou a saber que, em Coimbra, até as latadas dão já prejuízo – a suscitar, talvez, o regresso a modelos anteriores, mais simples e seguramente mais baratos, também mais proveitosos para o rendimento escolar, que não se compagina, de todo, com tanta festividade académica –, o Estado denunciava o contrato de arrendamento do edifício onde funcionou o Governo Civil, medida que a família proprietária provavelmente agradece, mas a cidade talvez não…
O Partido Socialista reuniu em Coimbra a sua Comissão Nacional e os responsáveis distritais procuram, agora, e bem, que o próximo Congresso do PS aqui decorra; o Citemor, o mais antigo festival português de teatro, pode, definitivamente inadmissível, estar em risco, um receio do presidente do Município que, estamos seguros, não se concretizará; e, em Dia de S. Valentim, fui namorar com a minha também em jantar que a tradição manda seja na Taberna, oportunidade que serviu, ainda, para felicitar mestre Gil – bem-haja pela qualidade consistente e duradoura – no 30º aniversário do, digam lá o que disserem os mais encartados críticos gastronómicos, melhor restaurante de Coimbra.
António Cabral de Oliveira

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