sexta-feira, 1 de março de 2013

A 23 de fevereiro ACO escreveu ...


RIO ACIMA, SEM MOTOR
Um belo documento, uma escorreita carta de intenções, esta a melhor síntese para a apresentação do projeto político a que se propõe – a fazer-me lembrar recente e falhada experiência, outra, na cidade – o Movimento Cidadãos por Coimbra. Perfeitíssimo nos seus desígnios, exigente nos modelos de execução, como seria hoje diferente a vida no município, nos partidos, nas instituições se a maioria de nós quisesse levar as ideias – cidadania, pluralidade, heterogeneidade, cultura, inteligência, equidade, afetividade, transparência, sustentabilidade, memória, ousadia – a todas as partes. Ideias que, afinal, tantos defendemos, embora, está visto, sem suficiente empenhamento, há muito, muito tempo…
Obras na Fernão de Magalhães melhoraram a imagem da Rodoviária, concordo. Mas alguém me diz como e onde posso parar, por instantes que seja, para pegar ou largar passageiros? Ou pretende-se que vamos todos de táxi, único meio de transporte contemplado nas alterações? A força – ou o receio dos responsáveis políticos – de determinados sectores de atividade, designadamente os taxistas, é, de facto, impressionante!
Um dia destes, bem em frente das Matemáticas, um grupo de estudantes, de capa e batina, submetia outros a, julgo, uma qualquer “forma” de praxe (é o quê, aquilo?), obrigando-os a permanecerem de joelhos, curvados sobre si mesmos, e com a cabeça no chão. Perante o gáudio animalesco de uns quantos, assim indignos de usarem o traje da mais antiga academia do país, era vê-los, uma alarvidade, espelho de absoluta indignidade humana, em atitude definitivamente repulsiva mesmo para os mais tradicionalistas, sobretudo aqueles que, nos idos de 80, mas não para estes despautérios, lutámos pelo regresso das tradições académicas. Uma vergonha a que urge pôr cobro.
Por dificuldades na transferência da Faculdade de Desporto para a Silva Gaio – mas, meu Deus, quando o paradigma do governo é fechar e fechar, será assim tão difícil um acordo? – a Câmara Municipal anulou o concurso para construção do arruamento projetado para nascente do velhinho pavilhão do Universitário, voltando a João das Regras a ter, de novo, os dois sentidos de trânsito. Assim se adiando o que antevíamos já (este nosso hábito de ainda sonharmos) como magnífico passeio público no Rossio de Santa Clara. Uma pena…
Seguramente para “celebrar” a chegada próxima da primavera, vai a eito, na Solum, o corte de árvores, algumas vetustas, com certeza ditado por razões de “segurança” de pessoas e bens. Aguardamos, agora, os trabalhos de plantação de novos exemplares que, também com a colaboração dos serviços camarários, os condóminos dos prédios adjacentes irão, não duvido, promover, talvez mesmo, quem sabe, executar, em exemplo de urbana civilidade, com as suas próprias mãos.
A Cimpor reservou-nos, para esta semana, duas notícias, uma boa, a comunicação do encerramento, em breve, da fábrica de cal hidráulica que tem vindo a dilacerar o Cabo Mondego, outra má, o anúncio da dispensa de 150 trabalhadores, designadamente ali, mas também, receio, em Souselas, os mais lançados para a pré-reforma, outros, sempre lamentável, no desemprego; parece que, finalmente – mesmo assim, ver para crer – o rio Mondego vai ser desassoreado da Portela ao açude-ponte; e ferroviários bloquearam, por razões de “esvaziamento de direito”, um alfa pendular na Estação Velha – tivéssemos nós, a comunidade inteira, assumido, tantas vezes quantas as necessárias, tão drástica atitude, e já teríamos hoje, sem questão, aquele apeadeiro iníquo e vergonhoso transformado em estação digna…
Por falta de renovação de contratos com os respetivos médicos, diversas consultas de especialidade foram canceladas no (que resta) do Hospital – ou centro de saúde, o que seja – Militar de Coimbra, em atitude, mais uma vez, que fica a lesar cidadãos desta zona do país; trabalhadores de uma empresa que alegadamente teria contratado com a Refer o levantamento de carris no Ramal Figueira-Pampilhosa foram surpreendidos pela GNR, importando, agora, a ser verdade, que os responsáveis pelo furto recoloquem, no imediato, a via férrea, não vá dar-se o caso da majestática CP querer aproveitar-se do erro, da ilegal situação; e a anterior Diretora Regional de Educação do Centro passou a delegada regional da DREC – seja lá isso o que for – a fazer-me lembrar voz popular que, sucintamente, fala em passar de… Enfim, outras formas de promover a regionalização, a administração de proximidade!
António Cabral de Oliveira

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