domingo, 28 de março de 2010

50 Primaveras


Surpreende-nos hoje a Blé pelas suas 50 primaveras. É obra. É um número tão redondo que chega a ser meio século. Curiosamente, o ano de nascimento da nossa homenageada servia de referencial para o Senhor Engenheiro calcular as idades dos seus dez filhos. Geométrico por sistema, gostava RPL de descobrir números redondos e capicuas nos aniversários (para não falar da lenga-lenga “Com que então caiu na asneira de fazer anos na quinta-feira?...” que nos brindava invariavelmente ).
Reza a lenda que quando a Blé nasceu terá recebido afortunadamente imensos presentes, devido ao facto de então MNL presidir uma organização importante (ligada à Igreja? Família?). Parece que foram tantos que até alguns sobraram para mim, como, por exemplo, o célebre Gatito – que ainda hoje o conservo! Por aqui se percebe a paixão e o jeitão que a número Seis tem de criar bonecos de pano.
E o que dizer da sua brilhante capacidade de desmitificar doenças? Lembro-me que quando alguém se queixava à nossa Doutora (muitas vezes ainda antes de ela o ser) ela prontamente nos respondia cheia de segurança: “Vais ver que isso não é nada!”. E sentíamo-nos logo muito melhor. O que ela não gostava nada era de ser examinada à queima-roupa pelo sempre prestável Petit. Sempre que alguém adoecia, o nosso vizinho prontamente nos acudia entrando aos gritos (literalmente verdade, pois falava sempre muito alto) pela nossa casa adentro: “Senhora Doutora venha cá fazer o diagnostico!” Lá ia a Blé bastante contrariada. Retalhos da vida de um médico…
Pois bem, um grande beijo de Parabéns para a nossa aniversariante!


Com que então caiu na asneira
De fazer na quinta-feira
Vinte e seis anos! Que tolo!
Ainda se os desfizesse…
Mas fazê-los não parece
De quem tem muito miolo!

Não sei quem foi que me disse
Que fez a mesma tolice
Aqui o ano passado…
Agora o que vem, aposto,
Como lhe tomou o gosto,
Que faz o mesmo? Coitado!

Não faça tal; porque os anos
Que nos trazem? Desenganos
Que fazem a gente velho:
Faça outra coisa; que em suma
Não fazer coisa nenhuma,
Também lhe não aconselho.

Mas anos, não caia nessa!
Olhe que a gente começa
Às vezes por brincadeira,
Mas depois se se habitua,
Já não tem vontade sua,
E fá-los, queira ou não queira!

João de Deus

4 comentários:

  1. Parabéeeeeennnsss Blé!! :)

    A minha infância não teria sido a mesma sem o jeito para costura desta Tia! O meu nenuco, o carlitos, tinha um guarda-roupa fora de serie (que incluia ate uma gabardine e um pijama!!). Tinhamos um verdadeiro jardim zoologico em bonecos para brincar em casa! E alguns, como o meu querido salsicha que esteve anos aos pés da minha cama, resistiram heroicamente a um uso intensivo!
    É também a esta Tia que (tento!!) seguir as pisadas no que diz respeito às belas receitas PL de natal e pascoa! Mas confesso que ainda nao consigo enrolar o tronco de natal sem o partir.. :s
    E, claro, a disponibilidade constante para os telefonemas-consultas-medicas (ainda ontem lhe liguei) que tanto jeito dão!

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  2. Obrigada Zé Nuno e todos manos por se lembrarem do meu meio seculo!!!


    Bjs. Ble
    (eu escrevi o comentário mas a minha mãe ditou pois não tem conta no blog)

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  3. Ainda que MUUUUITO atrasado (desculpa, Blé!), aqui vão, desde Leiria, os meus parabéns pelo meio século! E concordo inteiramente com a Ninana. Ainda hoje, quando me mostram alegadas obras primas no domínio dos bonecos de pano, eu invariavelmente penso "Pfffff, que coisa fraca!". E esta exigência deve-se à Blé, a quem devemos uma extraordinária (sim, porque não há outra palavra para a descrever) colecção de bonecos, acompanhados pela respectiva caixa! O macaco Zézinho (que era MUITO maior do que nós), a tartaruga-almofada, o cão-almofada, a girafa, o leão, a vaca, etc, etc farão para sempre parte do nosso imaginário!

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  4. Parabéns mana BLÉ.
    Beijos do mano Miguel e restante familia.

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