sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A 29 de novembro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Apesar das melhorias que julgo conseguir detetar em termos de praxe, de tradições académicas, pergunto-me como é que tantos permitem, ainda, em Coimbra, que tão poucos deem tão má imagem de, afinal, todos!

Imagino a angústia de Pedro Machado quando, ao folhear a belíssima separata que a prestigiada Monocle editou sobre Portugal, não encontrava, por mais páginas que percorresse, para além de breve alusão a Coimbra, "histórica cidade universitária", qualquer referência à Região Centro. E como a revista aborda Lisboa e o Porto, o Norte, o Alentejo e o Algarve, tamanha omissão dever-se-á a quê?

Ana Abrunhosa, presidente da CCDRC, defende, esclarecida, que a região necessita de "mais investimento produtivo inovador", área em que se mantém abaixo da média nacional, pelo que urge, inadiavelmente, aumentar "o nível da produtividade, a capacidade de gerar riqueza, e a demografia". Entretanto, com certeza também esclarecidos, os políticos regionais, olhando os seus umbigos, continuam entretidos com as habituais e assim relevantíssimas questões...que nos mantêm neste triste estado de coisas.

Em decisão absolutamente acertada, o município aprovou o projeto de ligação da Rua de Aveiro com a Sofia, no sentido descendente, através do Carmo, enquanto melhorará, a partir do Pátio da Inquisição, a subida por Montarroio. Esperemos é que não haja, também agora, a tentação de pendurar novos prédios ali no alto do Quartel da Graça. Mais, que todo o espaço envolvente seja aproveitado, faseadamente embora, que os tempos não estão fáceis, para se fazer novo jardim, prolongando, belíssimo, o da Cerca da S. Bernardo.

Ouço, e quase não acredito. Não é que a ministra da Justiça anunciou, no Parlamento, que a construção do edifício da nova sede nacional do Instituto de Medicina Legal, gratíssimos ficamos, é prioridade orçamental para 2015! Em Coimbra, imagine-se...

A base aérea do Montijo, da FAP, é oficial, será, também, aeroporto civil. A da Monte Real, por vontade do governo, é que não. Mas pode ser que, entretanto, assegurados assim os voos das companhias low cost para bem perto da capital, a disponibilidade da administração central se altere...

Neste tempo ainda de celebração dos 35 anos do Serviço Nacional de Saúde – longa e qualificada vida, que bem precisamos! – um facto há que me preocupa deveras. É que, sempre na restrita defesa do doente (o nosso obrigado, atento e venerador, dos tantos que ainda mantemos tão elevados níveis de confiança), os enfermeiros continuam a afirmar cansaço, os médicos a denunciar problemas de exaustão. E todos, todos, com certeza, em regime de exclusividade, sem qualquer acumulação de funções, sem clínica privada, nada...

Recente relatório da OCDE sobre o bem-estar nas regiões da União Europeia concluía, "enormíssima" surpresa, que, em Portugal, Lisboa é o território que apresenta melhores resultados em mais categorias. Fruto, seguramente, das políticas descentralizadoras, que a regionalização administrativa tem vindo a concretizar em favor da qualidade de vida e do desenvolvimento harmonioso de todo o país. E que, diga-se em abono da verdade, para sermos justos, têm vindo a ser coerentemente prosseguidas, sem exceção, por todos os governos da Nação.

Vinte (!) anos depois, parece que é já em 2015 que, finalmente – "imenso" país este – todos os postos territoriais da GNR vão ficar ligados em rede. Os discursos que então iremos ouvir em favor da segurança das populações atingida, da coesão do todo nacional também assim alcançada.

Porque, diz o povo, não há miséria que não dê em fartura, a municipalidade ditou, coisas da política, que a taxa de IMI será, afinal, não de 0.37, não de 0.36, mas de 0.35 por cento; Celeste Amaro, bem, envolvendo também Saragoça, desafiou o município de Coimbra, à semelhança dos de Santiago, a "pensar nos Caminhos da Rainha Santa"; a Bairrada, uma pena, com a vitória de Reguengos de Monsaraz, não será, agora, Cidade Europeia do Vinho 2015; a polícia, ora viva, realizou entre a ponte Rainha Santa e a rotunda da Portela, onde havia de ser?, uma operação anti-tunning, com apreensão de seis viaturas; a Semana de Reabilitação Urbana esteve esta semana nas ruas do Porto, a de Coimbra continua pelas ruas da amargura; Bruno Matias, um feito, foi reeleito presidente da AAC à primeira volta; e o evento cultural "O encontro das três princesas beatas", filhas de Sancho I, celebra, hoje mesmo, a não perder, com uma feira, teatro, música e dança, no burgo de Celas, os 160 anos da freguesia de Santo António dos Olivais.

António Cabral de Oliveira

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