sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A 22 de novembro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Quando a própria CCDRC, pela voz da sua presidente, vem defender, à míngua de dinheiro europeu (o governo, diz, não acolheu o Ramal da Lousã no Plano Estratégico, pelo que só se poderá recorrer ao Programa Regional, com menores meios), a reposição prioritária daquele serviço público de transporte com uma solução tecnológica diferente, quer isso dizer que não haverá metro ligeiro de superfície, antes, quando muito, um sistema "bus rapid transit". Bem podemos, autarcas, empresários e utentes, exigir, revoltados, a imediata conclusão das obras, na solução prometida, sobre carris, não sobre pneus. Mas estaremos a fazê-lo, receio-o mais do que nunca, debalde. Será afinal assim, através do esbulho de equipamento ferroviário, trocando-o por autocarros articulados um pouco mais sofisticados, que a administração central pretende, ora eis, resolver o que, com descaramento, classifica de “ questão de justiça social”. Uma vergonha, uma enorme e inadmissível ignomínia para com Coimbra.

Julgo, sem receio de errar, que em Coimbra não nos damos conta, não valorizamos suficientemente a qualidade dos serviços de saúde, aqui à porta, que nos são disponibilizados. O 25º aniversário do AIBILI – a excelência na oftalmologia – é, com certeza, circunstância ajustada para enaltecer uma realidade insofismável. E faço-o, as minhas homenagens a Cunha-Vaz e toda a sua equipa, também enquanto habitual utilizador dos serviços.

 O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras abriu, recentemente, com algum espavento comunicacional, um posto de atendimento na Universidade de Coimbra. Porque a distância física entre as Escolas e a Direção Regional do Centro não é assim tão grande – algumas centenas de metros, não mais – pergunto-me sobre o que terá levado a tal medida desconcentradora? Se calhar, amanhã, o encerramento, em favor da sempre propalada "descentralização", de mais um serviço público regional...

Atendido o compromisso que se ouviu no início do presente mandato camarário, não acredito que aquela estrutura  que se vê em foto publicada na imprensa seja, de novo, o que resta da ponte de Torres do Mondego. Só pode ser, mesmo, uma nova passagem pedonal, naufragada embora, ali junto ao Parque Manuel Braga!

Pedro Bingre, vereador dos Cidadãos por Coimbra, preconizou a criação de um corredor pedonal e velocipédico ao longo da avenida Cidade de Aeminiun, sempre junto ao rio, em direção ao Choupal. Acho bem, até porque também serviria a, perdoe-se o arcaísmo, Escola Agrícola, que, nas suas deslocações para a cidade, poderá, em abono dos valores ecológicos, fazer substituir, uma saudade, a antiga charrete...pela bicicleta.

A direção regional de Cultura do Norte de criou um gabinete de apoio ao empreendedorismo cultural, serviço público de informação sobre fontes de financiamento e possíveis parcerias. Coisa, com certeza, de que também já disporemos, aqui, no Centro.

Quase em simultâneo, a Câmara Municipal da Covilhã decidiu, há dias, homenagear José Sócrates, enquanto a local Universidade da Beira Interior doutorava, honoris causa, Zeinal Bava, duas personalidades que, cada um à sua maneira, "contribuíram", em "muito", para o "equilibrado" desenvolvimento económico e social do todo nacional, também do interior beirão onde a cidade serrana, julgo, penso, ainda se situa. Há de facto coisas, neste país, por certo limitação minha, que definitivamente não alcanço compreender.

Anabela Rodrigues é – parabéns, se mais não fora, pela corajosa disponibilidade – a nova ministra da Administração Interna; morreu André Campos Neves, a Universidade e a Académica de luto; terminam hoje, em boa hora regressados, os Caminhos do Cinema Português; o município de Coimbra, a par de alguns mais da Beira, recebeu, na sede da ANMP, a bandeira verde que o distingue enquanto autarquia familiarmente responsável; Poiares Maduro, não se sabendo se os portugueses, de bolsos vazios, o conseguirão celebrar, anunciou na Figueira da Foz, parece que sem mais nada para fazer a nível do governo, a criação do Dia Nacional da Gastronomia; quatro listas disputam, esta semana, as eleições da Associação Académica; de acordo com a PSP os furtos em viaturas – Coimbra, cidade segura –, duplicaram(!) no último ano; e um ligeiríssimo toque entre um autocarro e um automóvel "obrigou" uma vintena de viaturas dos SMTUC (impensável situação só aqui possível!) a uma paragem, em fila, na Sofia, durante meia hora...


António Cabral de Oliveira

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