sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A 15 de novembro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Olho, uma outra vez, a impressionante quantidade de turistas que, no Paço das Escolas, visitam, uma multidão diária, a Universidade de Coimbra. E continuo sem conseguir encontrar resposta para a dúvida que persiste: a incapacidade de prolongar a estadia, aqui, de apenas mais alguns deles, assim projetando o turismo e a economia regionais, é sinónimo de falta de força nossa, das instituições da cidade, da hotelaria, das entidades regionais do setor, ou resulta, apenas, aparentemente inultrapassável, de má vontade, de resistência à mudança por parte de quem programa as deslocações internas?

Vasco Pulido Valente desanca a Universidade de Coimbra, em crónica no 'Público', a propósito, sejamos justos, de uma infeliz decisão do diretor da Faculdade de Direito. E confessa, minimamente honesto, que nunca gostou das nossas Escolas, seus professores e praxes. Sentimento que poderia ser preocupante se não se nos afigurasse que VPV, ressalta dos seus escritos, só gosta, mesmo, de si próprio. Talvez seja também por isso que, no meu pleno direito, não aprecio muitos dos seus textos.

Anotei com prazer o êxito do Portugal dos Pequenitos – último grande esteio da Fundação Bissaya Barreto? – no que concerne a visitas àquele local de encantamento. E, quando o município sintrense e a Sonae se preparam para construir, em investimento de mil milhões, a Sintra dos Pequeninos, lembro, projeto antigo, a Europa dos Pequenitos. Em Santa Clara, no espaço disponível, seguramente com a colaboração dos respetivos países (a Torre Eifell, um moinho holandês, o Big Ben, a Fontana di Trevi, o Atomium, que sei eu, tudo em miniaturas seguramente deliciosas) do Velho Continente. Enfim, devaneios que gostaria não o fossem...

 O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras abriu, recentemente, com algum espavento comunicacional, um posto de atendimento na Universidade de Coimbra. Porque a distância física entre as Escolas e a Direção Regional do Centro não é assim tão  grande – algumas centenas de metros, não mais – pergunto-me sobre o que terá levado a tal medida desconcentradora? Se calhar, amanhã, o encerramento, em favor da sempre propalada "descentralização", de mais um serviço público regional...

Gostei de ver, juntas, lutando, no Conselho Empresarial da Região de Coimbra, pelo desenvolvimento económico de terras do Mondego, as respeitáveis Associações Comerciais e Industriais de Cantanhede, Coimbra, Mealhada e Figueira da Foz. Com oportunidade, sem oportunismos.

Será afinal na outrora fábrica de cerveja, e não nas instalações da antiga Triunfo – tanto faz, o que importa é a recuperação daquele espaço urbano – que se vai erguer, projeto magnífico, a nova sede da Plural, cooperativa farmacêutica que mantém, parabéns Miguel Silvestre, excelente e assim desejavelmente imitável dinâmica empresarial.

Fui, em jornada de memórias, ao lançamento do livro "Seminário de Coimbra - Subsídios para a sua História", de Aurélio de Campos (um abraço grande), que nos ensina, quem sabe se prego derradeiro de um encerramento lamentável, a compreender melhor a vida de 250 anos daquela que foi uma instituição muito relevante para a Igreja. E como gostaríamos, a cidade toda, embora isso não esteja sobretudo nas nossas mãos, de manter o sonho de Coimbra continuar, como o fez, ali, ininterruptamente desde 1765, a formar também sacerdotes...

Viva. Depois de tantas reuniões extraordinárias, fechadas à comunicação social, os jornalistas lá puderam fazer a cobertura, esta semana, do plenário da edilidade. Em favor, sempre, da transparência, cujo ranking nos atirou, este ano – mas porquê, Senhor? – de nono para o 37º. lugar...

Anuncia-se – porque será, para além da decrepitude? – a recuperação do Gil Vicente, designadamente ao nível da renovação das cadeiras; será em 2018, já no próximo mandato autárquico, que a IKEA vai abrir a sua loja de Coimbra, com 24 mil metros quadrados distribuídos por dois pisos, 740 lugares de estacionamento, dois parques de lazer e um novo acesso ao IC2; conforta-me a decisão camarária de lançamento, ao preço simbólico de um euro por mês, do passe "consigo+" para os beneficiários do Rendimento Social de Inserção; a Queima das Fitas foi, obviamente, eleita a melhor festa académica do país; depois de entrada de leão, Manuel Machado lá se viu obrigado a mais uma saída de sendeiro, agora a propósito da concessão dos bares e restaurantes do parque verde; e soube-me lindamente, recordando soutos de outrora, ir celebrar, ontem, ao Jardim Botânico, ideia excelente, o Dia de Pisar Folhas Secas.


António Cabral de Oliveira

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