sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A 11 de janeiro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Luís Marinho, presidente da Assembleia Municipal, a propósito da criação de uma comissão para acompanhar a obra do Convento de S. Francisco (de onde recordo eu esta coisa das comissões?) disse, lapidarmente, lamentando-o, que "em Coimbra tudo o que é grandioso começa por ser um caso e acaba como um elefante branco". Sábias, mas tão pouco escutadas, palavras...

O Instituto Nacional de Medicina Legal – sediado, importa não o esquecer, por tão raro, em Coimbra – vai ser dirigido, pela primeira vez, não por um médico e professor universitário daquela especialidade, antes por um juiz. Até aqui, tudo bem, pois deverá haver razões para a nomeação. Mas, e se um dias destes me põem, a mim, como ministro da Justiça?! Valha-nos Deus...

O Metro Mondego é, com certeza, um projeto fundamental para a mobilidade de Coimbra e para a afirmação regional da cidade. Os Serviços Municipais de Transportes Urbanos, orgulho autárquico desde há tantos anos, são peça indispensável para as deslocações internas, para a qualidade de vida das populações. Daí, percebendo-a embora, a apreensão com que tomei conhecimento da disponibilidade de Manuel Machado para uma integração destes naquele, a alguma angústia pelo receio, seguramente improvável, de não termos um e podermos perder o outro. Mas, quero crer, tudo se há de consertar em favor da melhoria do sistema, do desenvolvimento da região, dos interesses da cidade. E os consensos anunciados, as palavras do presidente da CCDRC quando considera o metro, pensando em apoios comunitários, como "projeto absolutamente vital", são, indubitavelmente, impulsos relevantes.

Enquanto o mar, de quando em vez, se lembra – como há muitos anos me dizia uma peixeira de Buarcos – de vir reclamar o que é seu, empresário hoteleiro do parque verde do Mondego questiona a viabilidade do negócio à beira rio. Verberando, também eu, a causa próxima das cheias (erros urbanísticos, é certo, sobretudo os interesses instalados em torno da Aguieira), ainda bem que aqueles equipamentos não são de apoio a...praias. É que, pelo menos aqui, olhos repousados no Choupalinho, não há, não se fazem ondas...

Por falar em água, a ponte pedonal que serve, designadamente, a praia fluvial de Palheiros, voltou, à semelhança do que aconteceu no passado inverno, a ir Mondego abaixo. Perante a repetência do caso e a impossibilidade (?) de criar a passagem com uma estrutura mais perdurável, não poderão, ao menos, atar-lhe um baraço para depois, aquando das descargas da barragem, a puxarmos para arriba?! É que de 40 em 40 mil euros anuais...

Gostei de ir, um dia destes, à apresentação pública de uma nova empresa ligada ao turismo e à cultura, a "Endlessenses", sobremaneira em razão da decisão e entusiasmo em duas conimbricenses, apaixonadas por Coimbra (tudo raro entre nós), assumirem o risco de empreender. Muita sorte na atividade – é notável, para além da literatura, o que já se faz em redor de Pedro e Inês, ao nível, com grande qualidade, de pastelaria, doces, chocolates, bebidas, sabonetes, perfumaria – e que o exemplo, bem precisamos, seja reiteradamente seguido.

Vão finalmente iniciar-se, muito bem – o que é feito do projeto há anos elaborado para a Fonte do Castanheiro, ali à Arregaça? – os trabalhos de renovação do bairro de Celas; a universidade inaugurou a primeira de um conjunto de plataformas tecnológicas que serão suportadas, claro está, por dinheiros do QREN (a afirmação reitoral que li sobre a UC não ter como objetivo "ser a melhor de Portugal", antes afirmar-se como "relevante em termos internacionais", deve estar, quero acreditar, pelo menos descontextualizada); Marques Leandro, os meus respeitos, depois de tantos anos ao serviço da ARCIL, na Lousã, deixou a direção daquela benemerente instituição; Mário de Carvalho venceu, com o livro de contos "A liberdade de Pátio", o Prémio Literário Fundação Inês de Castro, enquanto o poeta Gastão Cruz recebia o Prémio de Carreira; e a Brigada de Intervenção mantém, estimável, o concerto de Ano Novo, no Gil Vicente, no próximo dia 16, com a Banda Sinfónica do Exército.


António Cabral de Oliveira

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.