sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A 18 de janeiro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Sem capacidade para ultrapassar, ainda, um problema criado por inépcia da reitoria da Universidade, pela falta de força política do ministério da Educação, pela avidez de dinheiro vivo por parte das Finanças – a cedência, afinal naturalíssima, do terreno para a nova variante à João das Regras, a nascente do estádio universitário, a par da instalação, não menos natural e lógica, da faculdade do Desporto na escola Silva Gaio – o município de Coimbra viu-se obrigado a retomar o processo de reconstrução da antiga avenida da Guarda Inglesa, sem ter em inteira linha de conta o projeto do convento de S. Francisco, deixando adiado o regresso ao desfrute pleno do Rossio de Santa Clara. Tudo uma enorme e lamentável pena...

A direção regional de Economia do Centro está sem liderança há um ano. Depois do disparate partidário da deslocalização da sua sede (mas não dos serviços, aqui instalados em edifício para tal fim especificamente construído) para Aveiro, esta indefinição é – tem, por óbvio, de ser olhada assim –, mais uma machadada para descredibilizar o processo de regionalização administrativa do país. O que me leva a pensar, permita-se o absurdo, se o melhor, por falta de vocação do Estado, o melhor não seria, neste Portugal do faz de conta, privatizá-la. Podia ser que, de tal jeito, algum chinês se quisesse juntar a nós, aos milhões de nacionais que anseiam pelo concretizar dessa sempre adiada promessa política, constitucionalmente consagrada, o "dever de regionalizar" de que fala Diogo Freitas do Amaral.

O projeto de reabilitação urbana da Alta, que prevê intervenções na ordem dos 50 milhões de euros, foi o vencedor do prémio IHRU 2013. Agora que já temos, e publicamente distinguido, o "programa estratégico" que demonstrou "maior profundidade de conteúdo", vamos ao mais fácil – valha-nos a ironia –, a materialização do assim excelente plano!

Um jazigo, na Conchada, para a Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa para colocação de escolares notáveis, desde logo Luiz Goes, acho bem. Mas acharia ainda muito melhor se, sublinhando embora a ideia daquela entidade, a Câmara assumisse, ela própria, a criação de um monumento funerário para servir, na justa medida da dimensão municipal, e num conceito mais amplo, como panteão local.

Depois dos problemas em Santa Clara-a-Nova, designadamente ao nível dos claustros e de altares atacados por térmitas, agora é a notícia da Igreja da Graça que, a necessitar de obras, está encerrada há dois anos. O que me leva a questionar, embora seguramente sem razão, sobre se os legítimos e ciosos proprietários de tão valiosos patrimónios, nas elevadas responsabilidades sociais que lhes estão cometidas, tudo têm feito para a sua preservação e perfeito usufruto comunitário.

Olhando, um deleite, a palmeira salva na rotunda Jorge Anjinho, deixo afirmada uma palavra de muito apreço e reconhecimento pelo trabalho, empenhado, que os serviços camarários têm vindo a concretizar na tentativa desigual de combater o escaravelho vermelho que, parece, nos quer levar todas aquelas tão significativas e benquistas plantas arborescentes.

Fui, com prazer, degustar a nova cerveja Dux, artesanal, produzida em Coimbra. Que se junta à já conhecida Praxis, assim reforçando antiga auréola quanto à nossa excelente capacidade cervejeira. Projeto ainda recente, com caminho para caminhar, mas também ela (gostei sobretudo da weiss) muito agradável, é caso para dizer, na exigência de ambas – e com muito gosto o faço –, sai uma Praxis e uma Dux, por favor...


Primeiro afastado, agora coberto de ouro, um abraço para Duarte Nuno Vieira; foi luzida e participada a embaixada que o Metro Mondego, em protesto (pela demora da sua concretização) levou a Lisboa, à residência do primeiro-ministro; o Magnífico Reitor, que tornou a Macau, de tanto mirar, agora, terras do oriente, receia-se ainda fique com os olhos em bico; a edilidade aprovou, por acertada proposta de José Belo, a inscrição do nome de Vasco Gervásio na toponímia coimbrã; o Teatrão celebra, ao longo de todo o 2014, parabéns, o 20º. aniversário; e Mário Nunes foi justamente homenageado pela "sua" Previdência Portuguesa.

António Cabral de Oliveira

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