sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A 8 de fevereiro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

A Câmara Municipal de Coimbra, em mais uma medida de transcendente relevância para a cidade, talvez para celebrar os 100 dias do novo exercício, mandou juntar os dois estacionamentos do parque verde do Mondego. Fez bem. Para além de alguma poupança, sempre nos dá o exemplo de como, afinal, todas as maiorias – pelo menos enquanto não chegam os executivos homogéneos – deviam olhar, nas suas diferenças, as várias oposições na edilidade: o primado do que une, e não, sempre, o privilégio do que separa.

O presidente e os vice-presidentes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, abrenúncio, vão ser escolhidos, pela primeira vez, através de um concurso público, entretanto já aberto. E nós a sonharmos – santa ingenuidade política! – com a eleição, sim a eleição dos nossos mais altos representantes regionais...

Foi aprovado o novo mapa judicial, com 20 tribunais extintos e outros 27 a serem transformados em secções de proximidade(?). A maioria no Centro e a Norte, a quase totalidade no Portugal profundo. Tudo e sempre contra a desertificação, em favor da melhoria da qualidade de vida dos cada vez menos que persistem em ficar…

Socialistas, depois de terem estado tantas vezes e por tanto tempo no poder sem a construírem, exigem, agora – o meu incentivo – a execução definitiva da autoestrada Coimbra-Viseu. Se hoje é o PS, amanhã será (ou seria, se, quero acreditar, as obras arrancarem entretanto) o PSD ou o CDS. Enfim, constrangimentos de uma região sem peso político e ainda afastada, embora não assim tanto, das metrópoles...

Na sequência do relatório do grupo de trabalho que sistematizou as infraestruturas de valor acrescentado – valha ele o que valer de um ponto de vista de decisão política – a Região Centro tem de fazer ouvir o seu mais veemente protesto pelo facto de não ser reconhecida qualquer prioridade (o sempre omitido Portugal profundo) aos projetos dos itinerários complementares da zona da serra da Estrela, e também o atirar para as calendas gregas da retoma da ligação Covilhã-Guarda, na Linha da Beira Baixa. E já agora, porque não se assume no documento, de forma clara e explícita – quem teme o quê?- que a ligação ferroviária para Vilar Formoso aposta, naturalmente, a partir da Pampilhosa, no melhoramento da Linha da Beira Alta?

Tem sido um fartote. Desde que as televisões nacionais (re)descobriram não a tradição inteira –  das serenatas não há sequer notícia, das Queimas apenas a contabilidade de bebedeiras –, mas apenas o que demasiados chamam de "praxe", são sequentes os diretos a partir (como gostam de dizer) de Coimbra. Primeiro, a RTP, do Gil Vicente, depois, mais brevemente, a SIC, do Santa Cruz. Ficamos a aguardar, agora, não sem curiosidade, o que – porventura apenas mais montra e conversa que não leva a lado algum – nos reserva a TVI...

Exemplar o interesse e a persistência como Hélder Abreu, primeiro à frente da junta da freguesia da Sé Nova, agora da União de Freguesias de Coimbra(!), tem vindo a procurar dinamizar , com a empenhada colaboração da Associação Formiga Rabina, o mercadinho do Calhabé. Onde estive, este fim de semana – que saudades das belíssimas sardinhadas estivais, ali tão agradáveis – para, depois dos chícharos, dos enchidos, de muitos outros produtos gastronómicos nacionais, participar, agora, no festival dos cogumelos. Uma iniciativa que, na sua imensa simplicidade, animou um espaço camarário, assim comum, cuja valorização nos deve, a todos, obrigar.

A Universidade de Coimbra – distinção que reconhece o seu trabalho na biodiversidade e ecologia, enquanto favorece a lusofonia – recebeu a primeira cátedra Unesco em Portugal no domínio das ciências naturais; as Beiras, relevante, mantêm-se como a região com menor taxa de desemprego no país; o governo, coerente, reconduziu o conselho de administração do CHUC; ao ler alguma imprensa dita nacional a propósito da última deslocação da Académica a Alvalade cheguei a pensar, à míngua de referências à equipa de Coimbra, que o Sporting tinha jogado sozinho; e, muito agradável, com um enquadramento paisagístico excelente – apreciaremos, entretanto, o serviço, a carta e a cave –, foi inaugurado novo e promissor restaurante, o Gustav, na Quinta de S. Jerónimo.

António Cabral de Oliveira

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