sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A 7 de setembro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR    
Com a chegada das primeiras chuvas, é este o tempo de começarmos a deixar de nos preocupar, coletivamente, como acontece todos os anos, e até ao próximo estio, com os fogos florestais. Entretanto, gostei de saber que para o presidente da CCDRC a floresta é uma das prioridades nos investimentos para aplicação de fundos estruturais do próximo Quadro Comunitário de Apoio, pelo que, certo de a árvore poder e dever ser uma das grandes apostas no futuro da Região Centro, fico – ficamos muitos – à espera de próximos desenvolvimentos, com execução efetiva no terreno e não, por favor, através de mais, sempre mais estudos...
Depois da abastança, de tantos dinheiros tão descuidadamente gastos, eis, de novo, os remendos. Agora de alcatrão em pisos de artérias da cidade, amanhã, porventura, como outrora, na roupa dos cidadãos. Somos, lamentável, depois das especiarias do oriente, do ouro do Brasil, agora dos fundos europeus, um país sem emenda!
Circulo pela Avenida Gouveia Monteiro com a sensação nova – que julgava já inatingível – de não ter de corrigir, permanentemente, a trajetória do automóvel que conduzo. Como foi possível, mistério insondável, ter demorado tanto tempo, tantos mandatos autárquicos, a realização de trabalhos tão simples em artéria de importância fundamental para a cidade.
O incêndio que destruiu o Casino da Urca – para muitos apenas mais um restaurante, para a memória de Coimbra, felizmente também para a minha, um estabelecimento que tinha na sua cave um espaço de culto nas tradições e vivência urbana – é uma perda irremediável que, na essência das coisas, restauro algum jamais recuperará...
Leio sobre o estado de (efetiva) agonia dos mais antigos centros comerciais de Coimbra. Como quase tudo estaria diferente se, lembro apenas dois exemplos, todos os proprietários das áreas devolutas do Girassolum tivessem acordado sobre a instalação, ali, de serviços de saúde, se a totalidade dos logistas do Avenida houvesse mostrado abertura para a localização, que chegou a ser noticiada, de uma universidade privada naquele espaço. Quanto aos restantes, para alguns importa encontrar soluções alternativas, para outros, talvez destiná-los a funções de estacionamento para as quais, aliás, me parece estiveram sempre mais vocacionados...
Contributo seguro para o turismo religioso que continua a levar milhares ao Carmelo, a Junta de Freguesia da Sé Nova ergueu na Rua de Santa Teresa a nova estátua à Irmã Lúcia – que pena, Alves André, não ter mais um palmo de altura! – em prova evidente de serem aquelas autarquias que se estão a substituir à Câmara Municipal na valorização da escultura em Coimbra. E não se poderia, já agora, pergunto, aproveitando esta homenagem, retirar o inestético painel de azulejos que tanto desfeia o convento?
Afastado, brevemente, da urbe, soube-me muito bem ler outros olhares, comprazidos, sobre Coimbra. Como aconteceu, pelo menos, com as reportagens de Alexandra Prado Coelho, no Público, de Octávio Lousada Oliveira, no Diário de Notícias. Dois bons trabalhos que distinguem a cidade, prestigiam o jornalismo. Cuja leitura, atrasado embora, aconselho, por inteiro, talvez sobretudo a detratores e maledicentes...
Morreu, mais um amigo, Paulo Canha, que, nas Águas de Coimbra, na ACIC, no PSD, na Académica, na recuperação das tradições académicas serviu, exemplarmente, a cidade de que tanto gostava; diz-se que o Centro de Saúde da Fernão de Magalhães irá, por fim, dispor de instalações capazes através da construção de raiz – ver para crer – de um edifício no ali desprezado terreno da Segurança Social; hoteleiros e empresários da restauração visitaram as obras do Convento de S. Francisco e, obviamente impressionados, consideraram – de facto, o Portugal dos Pequenitos é mais ao lado –, que o equipamento tem a dimensão certa e, mais, só pode ser grande para as mentes pequenas que gravitam por esta cidade; e com a transferência da Escola Universitária Vasco da Gama para a ARCA, em Lordemão, fico a questionar-me, apreensivo, sobre o destino, ali na margem esquerda, do belo Mosteiro de S. Jorge de Milréu...


António Cabral de Oliveira

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