RIO ACIMA, SEM MOTOR
Gosto da proposta do presidente da
Junta de Freguesia de S. Martinho de Árvore no sentido da estrada do campo
(aquela que, partindo do Choupal, segue sempre ladeando o rio) ser
transformada, com poucos custos, numa via turística para bem se poder apreciar
a paisagem bucólica e, sobretudo, repousante, do baixo Mondego. Uma ideia – já
não realizável, uma pena, nestes dias de sol – que poderia ser valorizada,
acrescento eu, com passeios, também pelos caminhos entre aquelas belíssimas
terras cultivadas, em carros de cavalos, assegurados, por exemplo, pelo Centro
Hípico e pela Escola Superior Agrária.
Um dia destes, no apeadeiro velho –
vulgo Coimbra B – dei-me conta, em hora de intenso tráfego ferroviário, de que
a funcionária de serviço às informações que se fazem ouvir naquela estação deve
ter a mais desagradável e repetitiva tarefa profissional: é que, coitada, passa
o tempo a ler constantes alterações de linha e atrasos dos comboios, sempre,
sempre com o mesmo pedido de desculpas... pelo incómodo causado. Por respeito
pela senhora (já nem digo pelos passageiros, que esses já estamos habituados),
não poderia a CP, ao menos uma vez por outra, procurar acertar nos corredores
definidos e, enfim, cumprir horários...
Tenho uma marcada admiração por Valente
de Oliveira enquanto político com enormes responsabilidades no processo (afinal
ainda apenas projeto) da regionalização administrativa do país, que, digamos
assim, nunca o deixaram implementar. Fiquei, por isso, particularmente
apreensivo quando, em entrevista recente, reportando-se, no caso, a centros de
investigação, o antigo governante referia, "só para falar do Norte",
o Porto, Braga, Guimarães e Aveiro! É que, nos seus grandes princípios, Valente
de Oliveira sempre defendeu, e bem, que a Região Centro (continuo a preferir a
designação Beiras) inclui, naturalmente, Leiria, Coimbra, Castelo Branco,
Guarda, Viseu...e Aveiro. Uma pena esta alteração no seu pensamento, porventura
apenas ditada, admitamos, pelo centripetismo portuense...
O Magnífico Reitor da Universidade de
Coimbra, ao usar da palavra na Assembleia Municipal a propósito da inscrição da
cidade (bem sei que não foi toda) como Património da Humanidade, considerou ser
"normal que as zonas classificadas "pela UNESCO registem
"inicialmente um aumento de turistas", sendo também comum que pouco
depois se observem "decréscimos se não forem criados mecanismos que
atraiam e fixem turistas". Deve ter sido por isso que o mesmo João Gabriel
Silva anunciou que a partir de 2014 as visitas à Biblioteca Joanina vão...
sofrer restrições, implicando marcação com antecedência.
Os candidatos socialistas às câmaras de
Lisboa e do Porto promoveram uma cimeira sobre cooperação intermunicipal,
sobremodo no que concerne à apresentação de projetos comuns ao próximo Quadro
Comunitário de Apoio. Sem se saber, sequer, quem vai, ou não, ganhar, fica o
aviso a todos os restantes 306 municípios do país quanto a esta
"futura" aliança das duas cidades, as únicas, querem julgar os seus
putativos responsáveis autárquicos, onde estão "as pessoas, as
necessidades, a inteligência, também os problemas da reabilitação urbana, do
envelhecimento solitário, da mobilidade e da poluição"! Quão imperiosa,
indispensável e urgente é, em favor da equidade e do harmonioso desenvolvimento
do território, a retoma do peso político e da influência institucional da
ANMP...
Morreu Carlos Laranjeira, amigo antigo
que acompanhei em tantas lutas, muito suas, em defesa da orizicultura do Baixo
Mondego; por decisão pessoal, o anterior secretário de estado do Ensino
Superior regressou à Universidade de Coimbra onde, ativo incontornável, poderá,
desejavelmente, vir a ganhar papel ainda mais determinante em 2015; Ferreira da
Silva é, oficialmente, candidato do movimento independente "Cidadãos por
Coimbra" à Câmara Municipal; depois dos habituais Sporting, Benfica e
Porto, a Académica – quanto potencial desaproveitado! – surge como quarto clube
de futebol mais referenciado com "gosto" no facebook; e a proteção
civil foi chamada a socorrer, lá nos "céus" do viaduto de Ceira da
A13, um trabalhador que bateu, assim, com certeza, na vertigem daquele exagero,
o recorde do salvado mais alto (uma centena de metros) algum dia efetuado pelos
bombeiros de Coimbra.
António Cabral de Oliveira
Apostilha:
a croniqueta vai a banhos. Assim garantindo aos leitores o usufruto, justíssimo
e constitucionalmente ainda não revogado, do direito a férias, também em
matéria de leituras. Até setembro, se Deus quiser...
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