segunda-feira, 15 de abril de 2013

A 30 de março ACO escreveu ...


RIO ACIMA, SEM MOTOR    
O Ramal da Pampilhosa, que faz a ligação com a Figueira da Foz, na Linha da Beira Alta – ou, pelo andar da carruagem, na ex Linha, nem sei –, está já a ser desmantelado, com a retirada dos carris. E é imenso o sentimento de revolta que me invade perante a menoridade, a insensatez de quem detém (mas como é possível?!) a capacidade de tal decisão, absolutamente lesiva dos mais efetivos interesses da região e do país. Quando, noutras zonas, a ligação ferroviária a portos é, e bem, investimento prioritário, aqui retira-se o que os antigos, também bem, construíram. Inadmissível…

As devolutas instalações do extinto Governo Civil mostram duas placas que conflituam, julgo, entre si. E se é legítimo aos proprietários do edifício anunciar o seu propósito de arrendamento, já a que identifica (ainda?!) a antiga representação governamental deveria ter sido, há muito, retirada. Para não parecer, aos passantes, que, puro engano, é o MAI – e não desconhecendo ninguém as dificuldades por que passa o Estado que temos, há que manter, contudo, um mínimo de dignidade – a querer trespassar o belo imóvel. Façam, pois, o favor!

Porventura para mitigar o opróbrio do aumento do preço da água, Assunção Cristas esteve em Coimbra onde, finalmente, se assinou um acordo de parceria que viabilizará – esperemos que agora de forma mais lesta, não para as calendas gregas – o desassoreamento do rio Mondego. Entretanto, outra belíssima notícia, a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento Território (pronto, lá vai ficar outra vez enorme a croniqueta) esteve ainda em Montemor-o-Velho para, é verdade, adjudicar empreitada – cuja conclusão tanto demora, mas de novo se promete – da Obra de Fomento Hidroagrícola.
Nada correu bem na apresentação, no emblemático Café Santa Cruz, do livro “A Cidade e o Turismo”, da equipa liderada por Carlos Fortuna. Desde logo, pela ausência dos responsáveis pelas entidades turísticas regional e municipal, também das escolas que se ocupam do ensino de tão relevantes matérias para o desenvolvimento de Coimbra. Depois, pelas prestações, muito aquém das expetativas, dos sábios convidados para aprofundarem – criteriosamente, supunha – a obra. Enfim, no meio de tamanhas insuficiências (a pressa, as vaidades), valha-nos, porém essencial, a sistematização, o valor intrínseco, o conteúdo do trabalho editado.
Visitei, e gostei de visitar, no Parque Verde da cidade, a segunda edição da Feira da Floresta, iniciativa muito válida que ali fez congregar, para além de muito público, estudiosos, instituições e empresas de uma das fileiras mais relevantes, seguramente, para a nossa economia e desenvolvimento. E visitei, também com todo o aprazimento, o Centro Hípico do Choupal – estrutura magnífica a merecer, para além dos esforços da sociedade civil, uma muito maior atenção por parte das entidades oficiais –, onde, ao longo do fim de semana, centenas de jovens disputaram provas diversas, sempre com o cavalo, tão benquisto na região mondeguina, como figura central.
Ainda desportivamente, enquanto celebramos a realização da Maratona BTT Cidade de Coimbra – nunca tinha visto tanta bicicleta nem tantos maratonistas tão cheios de lama (aquilo não é sujidade, com certeza) –, importa saudar, desde já, a possível criação, na urbe, do Centro de Alta Competição de Natação, assim dando a melhor utilização ao magnífico complexo de piscinas com que estamos dotados.
Depois da consolidação da Semana do Cinema Francês, a cidade volta a integrar, excelente, o roteiro da “Festa do Cinema Italiano”, com a exibição de doze filmes, nos primeiros dias de abril, no TAGV; no Gil Vicente, na Oficina Municipal e na Cerca de S. Bernardo celebrou-se, em prova de indesmentível vitalidade, o Dia Mundial do Teatro; e Coimbra vai ser sede – são estas iniciativas que nos distinguem – de um prémio literário, de poesia, de âmbito nacional, instituído sob a égide de Natália Correia, conforme anunciou o também poeta António Vilhena (um abraço) que tem vindo a dinamizar a “Tertúlia Memória e Literatura”, mensalmente, no belíssimo espaço “BE Poetry”, na Rua do Corvo.

Neste tempo, também com a eleição do Papa Francisco, de renovada esperança para todos, uma Santa ou Feliz Páscoa.
António Cabral de Oliveira

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