quinta-feira, 25 de abril de 2013

A 13 de abril ACO escreveu ...


RIO ACIMA, SEM MOTOR

O possível encerramento do Centro de Saúde Militar de Coimbra (o antigo Hospital Regional nº.2) e do Centro de Tratamento Postal dos CCT, em Taveiro, esteve em análise na reunião semanal do executivo autárquico. A sanha contra as estruturas descentralizadas do Estado, a hiperconcentração de tudo e mais alguma coisa na capital, mantém-se e aprofunda-se no cada vez mais centralista país da Europa. Quando daremos, todos, indispensável murro na mesa, quando seremos nós capazes de, sem distinção de credos partidários, mostrar, no terreno, que há mais Portugal além de Lisboa?...

Entretanto, contrariando o peregrino projeto político dos Programas Operacionais Regionais virem a ser geridos de forma centralizada (também era só o que nos faltava!), o governo terá assumido o compromisso de as Comissões de Coordenação manterem – naturalmente, apetece acrescentar – a administração daqueles fundos comunitários. Sendo talvez um pouquinho má-língua, este terá sido – e, com certeza, não foi – a primeira grande consequência, depois de tanto mal ter deixado feito ao poder local e à regionalização do país, da demasiadamente tardia demissão de Miguel Relvas.

Os Bombeiros Voluntários celebraram, com digna simplicidade, os seus 124 anos, enquanto homenageavam, muito justamente, o benemérito Fernando Simões Ribeiro. Em vésperas, pois, de outra efeméride relevante, e por entre imensas dificuldades – se fosse fácil, eu próprio serviria para a sua administração –, sobra-nos, para além das promessas, a esperança de, para o ano, podermos assinalar o aniversário com o início da concretização, adiada por tantos anos, da renovação, apoiada pelo município, do quartel da Fernão de Magalhães, um equipamento indispensável, necessariamente não megalómano, antes adaptado às necessidades de Coimbra e às circunstâncias do país.

Depois das Noites do Parque, o Baile de Gala e o Chá Dançante, da Queima das Fitas, vão para Santa Clara, para o Convento Novo. Acaba o Japão, alcança-se, assim também em termos de tradições académicas, a cidade das duas margens. Pelo menos enquanto a Serenata e o Cortejo se mantiverem, admitindo um lá, do lado de cá...

Não acho, seguramente limitação minha, a mínima graça às Confrarias Gastronómicas que, em imensidão inacreditável, se derramam, em respeitável defesa seja de que manjar for, pelos quatro cantos do Portugal inteiro. Mas uma coisa tem de magnífico a nova irmandade de Almalaguês, dedicada, creio, aos negalhos, que adotou, como traje, o despretensioso, mas delicioso, saco do picotilho. Um exemplo no meio das enchapeladas extravagâncias que por aí campeiam.

O próximo Congresso Nacional do PS, que as estruturas locais queriam se realizasse em Coimbra, não vai decorrer na cidade por, dizem, falta (?!) de pavilhão suficiente. Mas – continuamos guardados para coisas menores (embora significativas) –, aqui se celebrará, nos Olivais, o 40º aniversário daquele Partido. Perdemos o debate sobre o futuro, ganhamos, voltamos a ganhar, simbólico, um olhar para o passado...

O Rali de Portugal, tudo o indicia, vai regressar ao centro do país, muito concretamente a Arganil, terras que se tornaram míticas para aquela modalidade desportiva. Relevantíssimo para a Região das Beiras, eis, pois, um acontecimento que importa acarinhar e, efetivamente, apoiar com o melhor do nosso entusiasmo e capacidades.

João Mesquita, que em dia triste e prematuro nos deixou – apesar de, com o seu o seu olhar questionador, sempre cofiando o bigode, continuar connosco – foi, com justeza inteira, evocado na FLUC, que recordou o cidadão exemplar e o profissional probo que tanto se interessou por esta cidade e suas instituições e, lembrei-o ali especialmente, deu contributo decisivo, fundamental mesmo, enquanto presidente do Sindicato dos Jornalistas, para a criação daquele que é o mais evidente sinal de modernidade da Universidade de Coimbra: a criação, na Faculdade de Letras, do curso de Jornalismo.

Já se sabia que Coimbra – depois de muitos filhos e alguns netos de empreendedores de nome inteiro – quase não tem empresários. Parece, agora, que também não tem, sequer, nem um que tome a liderança do seu Clube...
 
António Cabral de Oliveira

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