RIO
ACIMA, SEM MOTOR
Cidadão
enorme na sua imensa estatura cultural e de erudição, também inigualável em capacidade
de bem-fazer, Aníbal Pinto de Castro foi homenageado pela Câmara Municipal de
Coimbra, Universidade, Santa Casa da Misericórdia, Confraria da Rainha Santa e
Casa da Infância Elísio de Moura com a inauguração de um busto que fica a
perpetuar, no Claustro do Colégio da Sapiência, a memória de uma vida,
riquíssima, de professor e humanista. E a comunidade, reconhecida, revê-se e
associa-se, por inteiro, a um muito, muito justo preito.
Quando
o Exército se propõe vender (parte) do antigo Quartel-general da ex-Região
Militar do Centro, talvez esta seja a oportunidade para ali se instalar – até
pelo significado do local, o primeira a deixar-nos – um museu de memórias dos
tantos serviços descentralizados do Estado que entretanto Coimbra perdeu.
Enquanto isso, o ministério da Economia diz-se empenhado num plano sustentado
de relançamento da construção e imobiliário que, evidentemente com verbas do
QREN, se ancora na reabilitação urbana. A ver vamos se é desta que a SRU
coimbrã consegue, por fim, concretizar o seu primeiro projeto…
Tem
tanto de curioso quanto de vasto o pertinente “Mal Dito, Festival de Poesia”,
iniciativa que, até amanhã, tem feito, nesta sua primeira edição, brotar versos
em cada esquina da cidade. E que bem nos tem sabido ouvir dizer alguns dos
nossos poetas, ver outros assinalados em muro recordatório, olhar comboios ou
pombos correio que levam poemas consigo, percorrer feira do livro que lhes é
dedicada, enfim, participar, na “Lápis de Memória”, a fundamental “Tributo à
Poesia”. O meu, o de quase todos nós…
Por
entre chuva e temperaturas baixas – para não dizermos frio –, chegou,
tristonha, a primavera. Para além de simbólica plantação de árvores na Sereia,
válida iniciativa da municipalidade, valha-nos, se tanto for o caso para nos
aquecer a alma, a noticiada vinda, dentro de um ano – aprofundaremos,
entretanto, em que condições – de uma, garantem, absolutamente magnífica coleção
de 10 mil orquídeas para o Jardim Botânico (cedência por 30 anos, por parte de
dois jardineiro/colecionadores finlandeses que passam a residir na cidade) e
que fará com que aquele excelente espaço verde fique dotado com um dos maiores
orquidários da europa. Só nos fica a faltar, e estou a lembrar-me do de Miguel
Albuquerque, na Madeira, um jardim, nesta cidade, vá lá saber-se porquê, exclusivamente
dedicado às rosas…
Cumprindo,
afinal, antiga tradição e desiderato moderno, a Universidade de Coimbra – que,
muito bem, tem já a funcionar, no antigo espaço dos CTT, a Casa da Lusofonia –
é, com cerca de dois mil alunos, a preferida dos estudantes brasileiros quando
se propõem estudar fora do seu país. Entretanto, o embaixador da China, também
significativo e relevante, veio até nós elogiar as Escolas.
Para
o jornal britânico “The Guardian”, aí está uma notícia que nos importa, o “Fado
ao Centro” é, em Coimbra, um dos quinze locais a visitar em Portugal. A
jornalista Joanne O’Connor, porventura enternecida pelas serenatas que os
estudantes faziam às suas amadas – só no passado? – nota viver-se ali, no
Quebra-Costas, acentuada pela tradição própria da cidade, quando comparada com
Lisboa, uma experiência bem mais intimista e autêntica.
O
Centro de Cirurgia Cardiotorácica do CHUC – considerado o melhor serviço do
país, assim contribuindo, decisivamente, para a excelência da medicina em
Coimbra, está a celebrar, parabéns Manuel Antunes, 25 anos de atividade. A
ESEC-TV, mais nova, comemorou o décimo aniversário – o prazer com que
semanalmente a encontro, na RTP 2, às quartas-feiras –, efeméride que serve
para, em abraço ao Francisco Amaral, felicitar toda a sua jovem equipa. Fazer
dela a televisão de Coimbra? E porque não?
António Cabral de Oliveira
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