domingo, 26 de outubro de 2014

A 27 de setembro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Foi sol de pouca dura. O hospital universitário de Coimbra, de acordo com o ranking anual elaborado pela Escola Nacional de Saúde Pública, já não é, este ano, o melhor do país. Contudo, depois do portuense S. João, mantemos, do mal o menos – o primeiro dos últimos –, a segunda posição. Ainda com algum orgulho, é certo, mas (pensando sobretudo nas cantadas mais valias da fusão) absolutamente inconformados.

As Comunidades Intermunicipais, antigo projeto de Relvas contra políticas efetivamente regionalizadoras, são, continuam a ser, para o governo, as instâncias certas para resolver, territorialmente, as questões e os desafios que estão além dos municípios e aquém, não das regiões, mas da nação. Assim, de uma só penada, o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, sem respeitar, sequer, a presença, a seu lado, da presidente da CCDRC – uma palavrinha, Castro Almeida, breve que fosse! – reiterava, na posse do Conselho Estratégico para o Desenvolvimento Intermunicipal da Região de Coimbra, a "elevada" consideração em que (não) tem as – ainda – NUTII. Que São Fillan, padroeiro contra a insanidade, lhes e nos valha...

Para o Jardim Botânico, espaço de inquestionável excelência, promete-se um "programa cultural de qualidade", também a "intervenção do século", nomeadamente ao nível de infraestruturas. Dentro em breve teremos, desejavelmente, tudo isso. Contudo, a atentar nas generalizadas queixas de abandono e desmazelo, na manifesta falta de manutenção ditadas por severo desinvestimento, poderemos, então, receio-o por exagero...é não ter jardim!

Um inquérito recente promovido pela Universidade mostrava que 65% dos turistas que a visitaram desconheciam que Coimbra é Património Mundial da Humanidade. Aí está, à evidência, o resultado do "mui excelente" trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas Escolas, elas próprias, mas também pela Câmara Municipal, pelo Turismo do Centro, pela Estradas de Portugal.

Ao ponto a que chegaram, salvar as repúblicas estudantis de Coimbra poderá ser, receio-o, um projeto que não valha, sequer, a pena. Também porque, neste tempo de Liberdade, a meritória função que, reconheça-se, historicamente desempenharam, é hoje assegurada, com vantagens inúmeras, pelos serviços sociais da universidade. Para memória – o património, a cultura, essas coisas –, talvez seja suficiente preservar, através da sua musealização, uma ou duas das mais representativas. E, de preferência, não com estudantes, antes com figurinos de papelão!

É um prazer saber-se que em 76% dos lares de Coimbra se faz já a seleção de resíduos, números acima da média nacional, e encorajadores para se alcançarem metas ainda mais exigentes. Assim haja dinheiro para a melhoria de equipamentos e meios, que, em favor da urbanidade, atitude cívica não nos há de faltar.

Acabou, diz a Fundação, a "aventura" do ensino superior, começa, para formar quadros do setor, a Bissaya Barreto Saúde. Viva o Portugal dos Pequenitos...

Decorreu, outrora luzida, a cerimónia de Abertura Solene das Aulas na universidade; o movimento Cidadãos Por Coimbra – como que a antecipar a imensa (e imperdível) programação deste fim de semana a propósito das Jornadas Europeias do Património e Dia Mundial do Turismo –, debateu, com profundidade, muito bem, a classificação da UNESCO enquanto herança fundamental e projeto coletivo inadiável; a bandeira verde ECOXXI, que premeia as boas práticas em prol do desenvolvimento sustentável, não distinguiu, percebe-se porquê, Coimbra; para além da certificação de gestão de qualidade, parece haver, sem se apurarem culpados – mas como é possível?! – desvio de verbas nos Serviços de Transportes Urbanos; e, obrigado José Eduardo Simões, já chegou à Solum (ao pavilhão da Académica), "valorizando-a" comercialmente, a primeira loja chinesa!


António Cabral de Oliveira

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