domingo, 26 de outubro de 2014

A 11 de outubro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Depois de única a nível nacional, e partindo das vantagens imensas que daí advêm – a sua respeitabilidade e prestígio, porventura mais do que no país, são ainda reconhecidos internacionalmente – a Universidade de Coimbra, nas singularidades que lhe são próprias, tem de ser, paradigmaticamente, com ou sem mais aulas em inglês, a grande escola, global, referência maior do ensino superior em língua portuguesa. Mas isso só é alcançável – e é, de facto, alcançável – com muito trabalho, uma imensa qualidade científica, dedicação inteira e, sobretudo, um projeto ambicioso e exigente que, com inteligência, liderança forte e o empenhamento de todos os seus corpos, projete os antigos Estudos Gerais para a excelência, para o lugar que é o seu. Sem desculpas demográficas ou outras, sem justificações economicistas, apenas com a certeza, indisputável, de que estudar, ensinar ou investigar em Coimbra, para além de diferenciador e garante de valorizados amanhãs, é, enfim, orgulhosamente, nem melhor nem pior... é único!

Uns, olhos postos na vitória, prometem, de novo, a descentralização, o fortalecimento e democratização das CCDR. Outros, na expetativa da não derrota, reuniam, assim regionalizadores e preocupados com a desertificação do interior, na "longínqua" Ansião. Useiros e vezeiros no incumprimento de promessas, para ambos, felizmente, o ridículo não mata. Se matasse, já não teríamos políticos. Deste jaez, pelo menos...

Ora eis um projeto – a recuperação do Terreiro da Erva – do maior interesse para a cidade. De um lado, concretiza uma praça capaz de restituir dignidade a um espaço urbano indispensável para a revitalização da Baixinha; por outro, viabiliza a sua reconquista para uma usufruição inteira por parte da comunidade coimbrã. Na expectativa de que o restauro da magnífica "Fábrica do Lagar", da Sociedade de Cerâmica Antiga de Coimbra, ficará, efetivamente, para uma já pensada segunda fase, o meu mais absoluto aplauso.

Uma pena, na última reunião do executivo, as dificuldades da atual maioria camarária em compreender a agora minoria quanto às preocupações, legitimíssimas, de proveito e valorização da marca (ou imagem, ou identidade, o que seja) Coimbra.

Neste tempo de redes – nunca, a propósito de tudo e de nada, ouvi falar tanto da indispensabilidade dessa, chamemos-lhe assim, teia de interesses e influências – acho muito bem a ideia de unir, na região Centro, em rota cultural e turística, os lugares Património Mundial. Alcobaça, Batalha, Coimbra e Tomar são – curiosamente todos a sul, "longe" da Plataforma A25 –, os territórios em boa hora envolvidos em plano interessantíssimo.

A fazer-me lembrar, vá lá saber-se porquê, designações da (para poucos saudosa) primeira República – e num dia em que na aberta, fraterna e inclusiva Coimbra, monárquicos e republicanos celebraram, lado a lado, sentados na mesma mesa de debate, os cinco de outubro de 1143 e de 1910 –, Marinho Pinto apresentou na cidade, sem precisar de descer a Lisboa, valha-nos o exemplo, o seu novo Partido Democrático Republicano.

Maratonas, marchas, caminhadas, corridas, sei lá que mais, entraram nos bons hábitos de Coimbra. De dia, à noite, para federados ou simples cidadãos, homens, mulheres e crianças, são, têm sido, inúmeras as provas. Todas a pé, claro. Como aconselha a medicina...e recomenda a crise!


Morreu Fernando Rebelo, os meus sentidos respeitos, que foi, magnífico, professor e reitor da Universidade, também cidadão empenhado em tantas causas (e lembro a luta contra a coincineração) de Coimbra; o Prémio Nacional de Saúde 2014 foi atribuído, parabéns, a José da Cunha Vaz, assim destacando "notável contributo para o desenvolvimento da oftalmologia no país"; o padre João Castelhano, longa vida, celebrou com a sua comunidade de S. José os 40 anos ao serviço da paróquia; a associação de basquetebol homenageou, muito justamente, Apolino Teixeira, um dos nomes maiores da modalidade; e a cidade passou a dispor de um hospital veterinário (universitário, mas não da Universidade de Coimbra) da escola Vasco da Gama.

António Cabral de Oliveira

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