sexta-feira, 30 de maio de 2014

A 19 de abril ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Depois das fusões em Lisboa, parece que vem aí, agrupando as faculdades do Porto, Minho e de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Universidade do Norte. Por cá, igualmente condenados, receio-o, a tais políticas concentracionistas, espero que não surja a Universidade das Beiras, antes a Universidades da Beira. Porque não se pode perder, evidentemente, o estatuto dos velhos Estudos Gerais, o património acumulado do nome Coimbra que, se designa a rede das mais antigas e prestigiadas escolas europeias e abriga, também, o grupo das brasileiras mais representativas...

Tem sido grande a polémica sobre as próximas comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril. Por um lado porque se terão delineado apenas celebrações envergonhadas, de outro porque não há dinheiro para grandes iniciativas. Mas não estejam preocupados aqueles que, sobretudo, procuram palco. É que, e enquanto contributo para o aligeirar da "gravíssima” questão, permitam-me lembrar que a efeméride ocorre, este ano, a uma sexta-feira, o que levará, em fim de semana assim prolongado, a haver muitos mais interessados em atividades outras, de lazer, que não, lamentavelmente, na celebração da Liberdade. Sejam quais forem, mais ou menos ricas, as programações, neste país onde já se dá maior privilégio a uma economia forte e à segurança (e a continuidade da crise não nos levará a melhores portos), quantos se empenham, afinal, em valores fundamentais, mas exigentes?

Receio ser cansativo por tanto teimar na questão do propósito governamental (também regional) de progressivo apagamento de Coimbra. Mas é absolutamente deprimente, também intolerável, olhando a vasta lista das apostas do executivo central para as infraestruturas prioritárias, que a única referência à cidade, e logo no setor rodoviário – que parece condenado a nenhum apoio por parte dos fundos comunitários – seja o novo IP 3 que ligará(?), a haver interesse de privados, a Viseu. Nada sobre o metro Mondego, sobre a Estação Velha, ou a construção da terceira via férrea entre Alfarelos e a Pampilhosa, quanto aos IC da Serra da Estela que levarão à Covilhã, menos ainda no que refere ao aeroporto de Monte Real, que nos devia pôr o avião mais próximo. Enfim, a dimensão, exata, da nossa inexistência política, da nossa nula influência nos corredores do poder...

O novo PDM foi finalmente aprovado pela Câmara, por maioria, subindo agora (ou descendo?) à Assembleia Municipal para ratificação. O importante documento, revisto após 20 anos de vigência, procura promover, queira Deus, a reabilitação urbana e a salvaguarda do património cultural e ambiental, com privilégio para a área classificada como património mundial.

Na reunião plenária do executivo verificou-se uma saudável convergência interpartidária no repúdio às afrontas que têm vindo a ser perpetradas contra Coimbra, também em relação aos desafios futuros como a organização dos Jogos Europeus Universitários 2018. Pena a intervenção do presidente quando quis puxar apenas para si – leia-se a atual maioria socialista – uma vitória que obviamente vem de trás, e se vai concretizar, com ou sem Machado, já no próximo mandato...

O ministério da Educação estará a equacionar o encerramento de (pelo menos) mais 439 escolas primárias que têm um mínimo de 21 alunos, decisão política que, na Beira, afetará sobretudo terras de Viseu e de Leiria. Depois das razias anteriores, resta a dúvida sobre se o modelo procura replicar os novos tribunais, ficando apenas uma por distrito – seja ele o que for em termos administrativos –, ou se esta é uma outra medida do governo na luta contra...a quebra demográfica e a desertificação do território!

A queda de um beiral em prédio junto à Sé Velha é prova de que obras de fachada são só recomendáveis para a vista; os Bombeiros Voluntários celebraram, efeméride relevante, ainda sem o início da concretização do novo quartel, sequer o lançamento simbólico de uma qualquer primeira pedra, o seu 125º aniversário; a Figueira da Foz volta a ter, em setembro, não o excelente Festival Internacional, mas, do mal o menos, um festival de cinema; parabéns às premiadas bailarinas do Centro Norton de Matos e do Colégio Rainha Santa, também aos alunos de canto do Conservatório; o Gil Vicente recebe, de 21 a 23, a Festa do Cinema Italiano; e de boca ainda doce pela Festa da Arrufada que, com grande êxito em termos de adesão popular, o Grupo Etnográfico da Região de Coimbra organizou na Baixa, amêndoas e Boa Páscoa para todos.

António Cabral de Oliveira

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