sexta-feira, 30 de maio de 2014

A 17 de maio ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Ana Abrunhosa será a nova presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro. Em prova, afinal, de que o governo não erra sempre.

A Refer terá assegurado à Câmara Municipal a requalificação da estação de Coimbra B aquando dos trabalhos de modernização da Linha do Norte. Comprometendo-se com o anúncio, já para o próximo mês, da estratégia de intervenção e a definição de prioridades, aguardamos (desconfiados embora, depois de tanto desencanto), sobre prazos e dimensão da obra. De um projeto que, exige-o a urbe e o país, se quer não apenas digno, antes (para além da atávica indigência lusa) ambicioso e intermodal, voltado para os desafios do futuro. Também porque, sem aeroporto, o equipamento a construir será sempre a nossa principal porta de entrada, a primeira imagem da cidade.

Ao ler sobre o património da extinta Assembleia Distrital – o Jardim da Manga, o instituto Miguel Torga, o aeródromo de Cernache... – lembro sempre uma antiga alta figura da igreja que, quando confrontado sobre o quanto bem se dava uma determinada família, questionava sem exceção: e já fizeram as partilhas?...

Gostei de ver Carlos Cidade a acompanhar os serviços de higiene durante as operações de limpeza logo após o cortejo da Queima. Já o mesmo não poderei dizer em relação à forma como elogiou, na sessão da edilidade, o esforço municipal naquela operação, em meios humanos e técnicos, ao privilegiar, sempre a mesma preocupação de achincalhamento, a comparação com o passado recente. Se queria sublinhar, historicamente, algo de relevante, mais valia ter recordado a ação pioneira de Viterbo Correia quando, nos idos de 80, se lembrou de instituir, imediatamente a seguir àquele, o "cortejo da Câmara". Num tempo em que, curiosamente, Manuel Machado era também vereador.

O Exploratório recebeu, não faz muito tempo, um encontro nacional de aquariofilia, destinado a sensibilizar as crianças e os adultos para a sua beleza e fascínio, ainda para promover e divulgar as atividades dos aquários públicos. E foi olhando aqueles tanques de encantamento que dei comigo a pensar – para o que havia de me dar! – no projeto de construção, em Coimbra, recordam-se?, de um fluviário que nos contaria a vida do maior rio português. Empresa, porventura, também ela perdida para sempre...

Um jornal do Porto noticiou, e bastava-lhe olhar ao redor, que Portugal possui a quarta melhor rede de estradas do mundo. Qualquer outro diário de Lisboa, e com razões acrescidas, poderia também fazê-lo. Os de Coimbra, esses, sem vislumbrarem a tal rede por estas paragens, estão impedidos, não desconfiando, de o escrever! Pena nossa...

Parece confirmar-se, por fim, excelente nova, a abertura, em junho próximo, do hotel Oásis Plaza, na Figueira da Foz. Agora, só nos fica a faltar um cinco estrelas em Coimbra. Para, indispensavelmente, qualificar o nosso turismo.

Valorizo, naturalmente, a Expofacic, que acompanhei logo na primeira hora, e procurei contribuir, de forma empenhada, na recuperação da Queima das Fitas, que esta semana voltou a marcar, felizmente, a cidade. Daí estar à vontade para dizer ao secretário-geral da festa académica que comparar, em termos de maior evento da região, haja a noção das realidades, uma com a outra, não lembraria...nem ao diabo!

A UC pode finalmente requalificar, para o Direito, de acordo com projeto de Siza Vieira, a bela Casa dos Melos e a do Contador; o Instituto Superior Bissaya Barreto, em sinal significativo e preocupante quanto aos caminhos por que segue a Fundação em que se ancora, não vai abrir vagas para as suas licenciaturas no próximo ano; as faculdades de Letras e de Ciências foram distinguidas pela Gulbenkian por sempre bem-vindos projetos inovadores no domínio educativo; voltou a ouvir-se, rejubilemos, o histórico e magnífico órgão de tubos do Mosteiro do Lorvão; "Turismo e cultura: destinos e competitividade" é o título de outro livro, com certeza relevante para o estudo e desenvolvimento do setor no nosso território, agora editado pela Imprensa da Universidade; depois do vagão de um comboio descarrilar na linha da Beira Alta, não deixará – sabe-se quem e porquê – de se voltar a reclamar a construção de uma novíssima (onde tal não poderá, nunca, acontecer!) via férrea; e hoje à noite e amanhã, não o esqueçamos, vamos todos festar ao Machado de Castro, aos muitos museus da cidade.

António Cabral de Oliveira


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