sexta-feira, 30 de maio de 2014

A 10 de maio ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

O guião para a reforma do Estado prevê, substantivamente, fusões, restruturações, introdução de eficácia e, ora eis, mágico conceito da nossa vida política, a "centralização de funções". Por que razão, deveríamos perguntar-nos todos, a receita da troika para a Grécia foi uma maior regionalização, para nós – que mal teremos feito ao mundo? –, mais, sempre mais centralismo.

Andam no ar mosquitos por cordas depois da aquisição de uma viatura "topo de gama" para a câmara municipal. Continuando a considerar, seguramente para escândalo de muitos, que o exercício do poder exige o seu aparato, não é aquela compra que me inquieta. O que me preocupa, na autarquia, são outras e bem mais profundas questões. De que, neste espaço, tenho procurado dar conta…

Num tempo em que, olhos no futuro, reuniu, ontem, aqui, a assembleia geral da UCCLA-União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, cheguei a ficar apreensivo por não encontrar, nas primeiras notícias, a indicação de que Coimbra fazia parte do grupo fundador da Rede Nacional de Cidades Inteligentes. Afinal, atrasado embora, o nosso município foi, e bem, um dos que rubricou, no Porto, a adenda que o passa a integrar naquela entidade que procura o desenvolvimento e a qualidade de vida.

“Lindíssimos” – e, como duvidar, também absolutamente enquadrados no património edificado! –, a mesa e seus bancos (porventura para apoio a viandantes dos Caminhos de Santiago que procurem o albergue de peregrinos da Confraria da Rainha Santa, talvez apenas para singelo piquenique) que, adornados por não menos “belas” floreiras, agora se erguem, no terreiro da Igreja, em Santa Clara-a-Nova. Valha-nos Isabel, padroeira de Coimbra...

Notei, com agrado, que o Turismo de Portugal esteve em visita de trabalho no Palácio de Belém onde procurou sensibilizar o Presidente da República para a importância de ser fomentado o turismo nas regiões do Norte, Centro e Alentejo, que não apenas nos destinos já consolidados de Lisboa, Algarve e Madeira. Aí está, Pedro Machado, mais do que as fartas mesas, um projeto que pode revestir-se de substantiva importância para a região da Beira.

Estou cansado de ver os atletas que representam Coimbra equipados de amarelo e roxo, não com certeza por uma questão de gosto, antes porque os seus dirigentes estão convictos de que, de tal jeito, estão a envergar as cores da cidade. Mas não. De acordo com a portaria 6959, de 14 de novembro de 1930, que regula a matéria, a bandeira do município é, definitivamente – atente-se nos estandartes disseminados pela urbe –, "quarteada de amarelo e de púrpura". Assim mesmo, de uma vez por todas, púrpura, de nobreza e poder, sobre o ouro, de valor e riqueza, que ali...é amarelo...

A Quinta das Lágrimas, com novo diretor e profunda alteração do restaurante Aqua, que é agora (como evitá-lo?) Pedro e Inês – gosto, para além do logotipo, dos renovados conceito e apresentação; apreciei, aí sem novidade, a cozinha e o serviço – passou, também nas peças gráficas, talvez não para compensar a saída da Relais et Chateaux, a...Palace.

Morreu Veiga Simão, governante do antes e do depois de 25 de abril, prestigiado académico de Coimbra que trouxe as engenharias para a sua universidade, disseminou o ensino superior pelo país inteiro; obra assim perfeitíssima – não nos esqueçamos, apenas um exemplo, que a comarca de Coimbra (a judicialização da justiça?) tem a posse da sua presidente suspensa por uma providência cautelar – a ministra da tutela já admite o adiamento da reforma judicial; não imaginam a dificuldade que tive para encontrar um café, ou estabelecimento similar, onde ver, pela televisão – exceto o S. José, estavam, sintoma da cidade que somos, a dar o Benfica – o último jogo da Académica; foi iniciada a (re)construção – à espera da próxima enxurrada? – da ponte pedonal de Torres do Mondego; o prémio Bluepharma/UC distinguiu um projeto sobre tratamento precoce de cancro, de uma equipa da Nova de Lisboa; José Eduardo Simões oficializou a sua candidatura a um quarto mandato na AAC-futebol; finalmente, já não era sem tempo, está aprovada a revisão do Plano Diretor Municipal; e tem hoje início, não o esqueçamos, em Santo António dos Olivais – sabem, as sardinhas assadas, os carrosséis –, a tradicional romaria do Espírito Santo.


António Cabral de Oliveira

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