sábado, 12 de abril de 2014

A 5 de abril ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Estou apoquentado. Parece não haver quem execute as tradicionais borla e capelo, tendo-se encontrado apenas uma entidade, no país inteiro, disponível para o fazer. Mais preocupante, contudo, é a aventada hipótese – só a possibilidade arrepia! – de uma alteração das insígnias doutorais que possibilite, diz a empresa, a sua execução "de forma mais simples e mais acessível". Antes de grossa asneira, o melhor é estarmos, todos, atentos e precavidos.

O troço Alfarelos-Pampilhosa da linha do Norte, um dos poucos entretanto não beneficiados (porque será que tudo o que é próximo de Coimbra, como aconteceu com a AE Lisboa-Porto, com o metro, as autoestradas para Viseu e para a Covilhã ou Castelo Branco, e o aeroporto de Monte Real, fica sempre para o fim, ou não se faz?) vai sofrer relevantes obras de requalificação, que incluem benfeitorias em plataformas de embarque, renovação da via, passagens desniveladas e nova sinalização. Mas, note-se bem, com a lamentável exclusão, uma vez mais – até quando, apetece perguntar! – da estação, ou apeadeiro, como bem lhe chama o presidente da Câmara, de Coimbra B…

Depois das delongas do costume, também não foi desta que o município, por preocupações que eu próprio subscreveria, viu aprovada, em sede do executivo autárquico, a revisão do PDM. E ainda falta – esperemos que a demora valha a pena e saia dali documento escorreito para o nosso desenvolvimento, que a Coimbra Património Mundial, sobretudo a Coimbra dos cidadãos, agradecerá – a decisão da Assembleia Municipal.

A Câmara consignou a empreitada que restabelecerá os dois sentidos de trânsito nas avenidas da Guarda Inglesa e João das Regras – mal-empregado dinheiro para obra que se quer e estima, este meu otimismo(!), para pouco tempo, só até à abertura da artéria junto ao pavilhão 1 do estádio universitário – e que inclui duas rotundas, uma junto do Portugal dos Pequenitos (parece que sem a estátua a Bissaya Barreto), outra cerca da ponte de Santa Clara.

Em reunião recente da edilidade, Manuel Machado referiu, a propósito de uma indispensável verificação da sustentabilidade das políticas de habitação social que "a câmara aluga (arrenda, diria melhor) casas por 600 a mil euros no mercado, para depois as subalugar (subarrendar) a 10 ou até 50 euros". Mas não seria preferível, pergunto, com o valor de tal subsídio, e olhando para o que por aí se está a pagar, dar antes trabalho e um salário digno a quem necessita de ajuda? Até porque, se mais não fora, dizem-no os sindicatos, falta mão-de-obra no município.

Os restos mortais de Luiz Goes, nome maior da canção de Coimbra, repousam já, desde o passado domingo, no jazigo municipal que, na Conchada, fica dedicado "à imortalidade de figuras ilustres da academia e da cidade". Uma homenagem, justíssima, que inscreveu, ainda, integrado na semana cultual da universidade, um tributo no Gil Vicente.

Quando li, quase não queria acreditar. O ministro da Administração Interna anunciava, imagine-se, que o país, recorrendo – sempre o mesmo – aos fundos do QREN, vai adquirir dois aviões Canadair. Depois de décadas e décadas de espera pela concretização de uma tão absoluta evidência no combate ao fogo florestal (e não só), a martirizada Beira agradece, cética embora, a decisão política...

Ana Abrunhosa, António Queirós e Norberto Pires são os nomes para Poiares Maduro escolher quem vai ser o presidente da CCRDC; se a Europa não vai pagar a autoestrada Coimbra-Viseu, quero ver como é que o governo descalça a bota da construção daquela que, tem sustentado, (recordam-se?) "continua a ser uma prioridade"; Pedro Dias, parabéns, foi distinguido com o galardão José de Figueiredo, da Academia Nacional de Belas Artes; António Arnaut, apesar de “santo da porta”, vai ser merecidamente doutor honoris causa pela Faculdade de Economia; quatro laureados com prémios Nobel, não coisa pouca, apadrinharam a inauguração de um importante Centro de Ensaios Clínicos do CHUC; Nuno Oliveira, para "acordar o gigante", é o primeiro candidato às eleições da Académica-futebol; e a Feira do Bolo de Ançã, adocemos ao menos a boca, retornou à, por igual, excelente vila.


António Cabral de Oliveira

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