sábado, 12 de abril de 2014

A 22 de março ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Leio, em jornal de referência, que a Judiciária inaugurou, obviamente em Lisboa, edifício gigante com salas que vão ficar vazias. E é olhando para o seu custo, de, coisa pouca, 95 milhões de euros, que dou comigo a cogitar sobre se os espaços ali construídos em dobro (!), não poderiam compensar, antes, os que não se concretizam para a PJ de Coimbra – ou do Centro, o que seja –, no planalto de Santa Clara. Mas isto devo ser eu em alucinação...

Pronto. Pelo menos aparentemente, a corda partiu. A câmara municipal, desavinda com a MRG, assumiu por unanimidade a resolução do contrato com aquela empresa, tomando posse administrativa da obra de construção do centro de convenções, no convento de S. Francisco. Com a empreitada a dois passos da sua conclusão, veremos agora quanto tempo vai Coimbra continuar à espera – parece sina – de um equipamento indispensável à sua afirmação e desenvolvimento. Talvez até que todos (ou quase todos) nos tenhamos esquecido de que os trabalhos estavam, no final do anterior mandato autárquico, praticamente terminados!

São mais de 1.500 os idosos que residem sozinhos ou isolados no distrito de Coimbra. Trata-se, apurado pela GNR, de um número impressionante (mas bem pior em terras do interior) que nos deve deixar preocupados. E a exigir o nosso empenhamento para, sem estarmos sempre a pensar no Estado, sermos capazes, nós mesmos, de algo tão simples quanto o promovermos, na nossa vizinhança, alguns momentos, breves que sejam, de simples companhia aos mais velhos. Não cansa muito e, acreditem, compensa imenso.

Manuel Machado, querendo cumprir, assim, promessa feita, deu início à plantação de 2.100 árvores – a nós compete-nos, agora, de facto, estimá-las – nesta "Semana da Floresta". Que termina amanhã com a sempre muito curiosa Feira no parque verde do Mondego, de onde, para além de tantos ensinamentos, poderemos trazer, espero, uma pequena árvore (a azinheira do ano passado está excelente) para fazermos crescer, por enquanto, nas nossas varandas.

A Assembleia Municipal de Coimbra, apesar de, como reconhece o seu presidente, funcionar mal, fez bem em aprovar uma moção contra a privatização do lixo. Assim contribuindo para que se continue a justificar a existência do município. É que, com tantas concessões aos privados – a água, a luz, os jardins –, acrescidas da correta transferência de competências para as freguesias, um dia destes já não se compreende a manutenção desse nível da administração local: privatiza-se mais qualquer coisinha, e a pequena parte sobrante contratualiza-se com uma qualquer empresa de gestão de condomínios...

Quando vi a proposta de divisão territorial dos "Sítios para comer e dormir", que o Expresso está a editar, julguei, por fim, que a imprensa lisboeta já se tinha dado conta da existência da região Centro. Afinal, engano meu – ninguém é perfeito – o respeitável semanário equivocou-se, também ele: sem ter acabado com as Beiras, valha-nos isso, coloca Leiria em Lisboa e Vale do Tejo! Uma pena...


Morreu Zé Penicheiro – as minhas homenagens – pintor e colaborador de jornais que conheci, muitos anos atrás, na sua casa de Quiaios, onde, não só entre telas e pincéis, apreendi melhor a sua arte; a universidade, bem, vai coordenar, em Timor, cursos de mestrado em Direito e Língua Portuguesa; o município quer criar, seja ela o que for, uma naturalmente sempre bem vinda plataforma de dinamização empresarial; investigadora da UC, Sandra Morais Cardoso, recebe prémio em neurociências por trabalho desenvolvido na área da doença de Parkinson; contrariando o que facilmente se constata em termos políticos, ainda bem que a nossa região mostrou dinâmica e coesão, ao menos nesse campo, na Bolsa de Turismo de Lisboa; e os Ararur, uma banda de jovens de Coimbra, foi nomeada, um abraço, para os Independent Músic Awards.

António Cabral de Oliveira

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